Mussismilia harttii

É uma espécie de corais pertencentes a família Mussidae do gênero Mussismilia.

Descrição

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Esta espécie apresenta os cálices separados, de forma dicotômica, sem formar ramos laterais. Três diferentes variações morfológicas são descritas por Laborel (1969a), as variedades laxa, intermédia e confertifolia.

Esta espécie apresenta os cálices separados, de forma dicotômica, sem formar ramos laterais. Três diferentes variações morfológicas são descritas por Laborel (1969a)como as variedades laxa, intermédia e confertifolia. A variedade laxa tem os cálices bastante separados e caracteriza os ambientes de águas mais calmas. A variedade confertifolia apresenta os cálices pouco separados e é comumente encontrada em águas mais agitadas e, a variedade intermédia, abrange todas as formas que não apresentam as características extremas das variedades laxa e confertifolia. A colônia viva apresenta coloração variada em tons de cinza, amarelo, verde e marrom, também apresenta características arcaicas tendo afinidade com espécies presentes no período Terciário da bacia sedimentar do Mediterrâneo.[1]

Habitat

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É facilmente encontrada no ambiente marinho,[2] desde o estado do Rio Grande do Norte até o Espírito Santo, em Pernambuco está localizada no Cabo de Santo Agostinho, Arquipélago de Fernando de Noronha e Tamandaré. Ocorre em águas rasas (2 a 3 m), resistindo bem à turbidez moderada e, também, registrada em águas mais profundas (15 a 30 m e ocasionalmente 80 m). É um construtor primário nos recifes da costa do estado de Pernambuco, onde a Mussismilia braziliensis está ausente.[1]

População

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Esta espécie é particularmente susceptíveis ao branqueamento, doenças e outras ameaças.[2] O branqueamento de corais é definido como a perda de sua coloração em decorrência da eliminação total ou parcial da zooxantela (algas simbióticas) ou dos seus pigmentos (Brown, 1997; Douglas, 2003). Entretanto, em estudos experimentais, alguns autores revelam que o branqueamento de corais pode ser induzido por múltiplos fatores tais como: temperaturas extremas, alta radiação, escuridão prolongada e presença de metais pesados (Brown, 1997; Douglas, 2003; Baird et al., 2008). No Brasil, o fenômeno de branqueamento de corais parece coincidir com o aquecimento dos oceanos durante a ocorrência de eventos El Niño, evidenciando que variações da temperatura das águas superficiais do mar afetam os ecossistemas tropicais, particularmente os recifes de coral (Castro and Pires 1999; Kikuchi et al., 2003; Leão et al., 2003; Oliveira et al., 2004).[3] O branqueamento da M. harttii é causado devido a anomalia térmica, segundo experimentos realizados.

Reprodução

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O potencial evolutivo pode depender do rápido tempo de geração, de grandes populações com reprodução sexuada e do ritmo e tempo de seleção (Mydlarz et al., 2010).[3] O ciclo gametogênico de M. hartti é anual, liberando os gametas para fecundação externa (Pires et. al., 1999). Após a fertilização num intervalo de 3 a 12 dias é possível a visualização de pólipos fundadores.[4] Seu ciclo de vida apresenta uma fase larval breve até encontrar um substrato propício para seu assentamento e recrutamento.[5]

Referências

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  1. a b «Mussismilia harttii (Page 15)». www.cpgg.ufba.br. Consultado em 7 de outubro de 2016 
  2. a b «Mussismilia harttii». www.iucnredlist.org. Consultado em 7 de outubro de 2016 
  3. a b Vasconcellos, Soares, Vivian (23 de janeiro de 2014). «Suscetibilidade do coral Mussismilia harttii Verrill, 1868 ao aumento da temperatura da água do mar» 
  4. Logato, Rafael (23–28 de Setembro de 2007). «crescimento de recrutas do coral mussismilia harttii (cnidaria, anthozoa, scleractinia) em placas artificiais de recrutamento.» (PDF). crescimento de recrutas do coral mussismilia harttii (cnidaria, anthozoa, scleractinia) em placas artificiais de recrutamento. Logato, R.1,2; Barros, M.M.L.1. Consultado em 6 de outubro de 2016 
  5. Pinheiro, Bárbara (Fevereiro de 2006). «"recrutamento de corais no recife da ilha da barra - tamandaré/pe"» (PDF). "recrutamento de corais no recife da ilha da barra - tamandaré/pe". Bárbara Ramos Pinheiro. Consultado em 6 de outubro de 2016. Arquivado do original (PDF) em 21 de outubro de 2016