Nazareth Pacheco

Artista Plástica

Nazareth Pacheco (São Paulo, SP, 1961) é uma artista plástica brasileira que vive e trabalha em São Paulo.

Cabeçalho (externo)
Nazareth Pacheco
São Paulo
Ano
1961
Nazareth Pacheco (São Paulo, SP, 1961) é uma artista plástica brasileira que vive e trabalha em São Paulo.

Biografia editar

Nazareth Pacheco cursou Artes Plásticas na Universidade Presbiteriana Mackenzie em 1983. Desde 1980, desenvolve obras tridimensionais relacionadas com processos vivenciados pelo corpo. Feminino, histórico, literal ou simbólico. Frequentou o curso de monitoria da 18ª Bienal de São Paulo, sob a orientação do historiador e crítico de arte Tadeu Chiarelli, em 1985. Em Paris, frequentou o ateliê de escultura da École Nationale Supérieure des Beaux-Arts, em 1987. Entre 1990 e 1991, participou de workshops com Iole de Freitas, Carmela Gross, José Resende, Amílcar de Castro, Nuno Ramos e Waltercio Caldas. Em 1998, Nazareth participou da 24ª Bienal Internacional de São Paulo. Já em 2002, tornou-se mestra na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP) com a dissertação Objetos Sedutores sob a orientação de Carlos Fajardo. Em 2003, sua obra Gilete Azul virou documentário, lançado e realizado pela psicanalista Miriam Schnaiderman. Nos últimos anos, participou de diversas coletivas no Brasil e no exterior, além de ter frequentado o “Salon” de Louise Bourgeois em Nova York, entre 1999 e 2006. Nazareth vem expondo há três décadas em galerias e museus no Brasil e no exterior, tanto em mostras individuais quanto coletivas.[1]

Carreira Artística editar

A artista torna-se conhecida, sobretudo, nos anos de 1990, época em que confeccionou uma série de objetos triviais de uma materialidade extremamente hostil. Dentre os mais célebres estão os vestidos de gilete (Sem título, 1997-1998) e uma coleção de colares (Sem título, 1997) elaborados a partir de ferramentas hospitalares que, normalmente, são usadas para fazer incisões na pele ou furá-la - lâminas de bisturi, agulhas de sutura e lancetas. Em 1992, resolveu dar um tratamento formal a elementos derivados de sua história individual, lançando mão de registros e objetos concernentes aos procedimentos médicos aos quais fora submetida. A artista colecionou durante anos, fotografias, radiografias, bulas, laudos médicos, receitas, medicamentos, seringas, mechas de cabelos, máscaras de rosto, arcada dentária, dentre outros documentos que testemunhavam um processo longo e doloroso. Esses fragmentos de sua coleção particular eram como uma espécie de diário íntimo relativo às modificações sofridas pelo seu corpo. que a fez passar por uma série de intervenções cirúrgicas e estéticas durante os primeiros dezoito anos de vida, com a finalidade de reparar problemas anatômicos e conquistar sua aparência atual.[2]Após expor os Objetos aprisionados, em 1993, começa a utilizar instrumentos médicos numa produção estética que se desdobraria em outros trabalhos. É o caso dos vestidos de giletes e dos colares de materiais cortantes ou perfurantes que foram construídos na segunda metade da década de 1990.A artista procurou transpor a fronteira do individual para o coletivo e criar objetos que pudessem remeter aos inúmeros procedimentos torturantes que não só ela, mas milhares de indivíduos se submetem para atender às exigências externas.[3] Essa preocupação de Nazareth Pacheco procede de uma época em que os avanços da medicina estética, da cosmetologia e das cirurgias plásticas, levam os indivíduos a uma busca frenética por formas corporais consideradas ideais, sem prever os esforços para atingi-las, que muitas vezes ultrapassam os limites corporais. Nesse sentido, pode-se dizer que as diretrizes de seu trabalho derivaram de fatos individuais (sua memória) e gerais (tendência estética pautada no corpo decorrente de problemáticas sócio-culturais).[4]


Exposições editar

Realizou numerosas exposições individuais e coletivas, tendo participado da edição da 24ª Bienal Internacional de São Paulo. Nos últimos anos, participou de diversas coletivas no Brasil e no exterior, além de ter frequentado o “Salon” de Louise Bourgeois em Nova York, entre 1999 e 2006. Nazareth vem expondo há três décadas em galerias e museus no Brasil e no exterior, tanto em mostras individuais quanto coletivas.[5]

Acervos que possuem suas obras editar

Coleções nacionais editar

Ligações externas editar

Referências editar

  1. «Nazareth Pacheco». Galeria Kogan Amaro. Consultado em 27 de maio de 2020 
  2. Pereira, Hiáscara (2012). «MEMÓRIAS DE NAZARETH PACHECO: DO CORPO À OBRA» (PDF). Congresso Internacional da Associação de Pesquisadores em Crítica Genética. Consultado em 27 de maio de 2020 
  3. Chiarelli, Tadeu (2002). Uma realidade dilacerante:a produção de Nazareth Pacheco. São Paulo: Lemos. 294 páginas 
  4. https://artebrasileiros.com.br/semfoto/nazareth-pacheco-creation-as-triumph-of-life/  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  5. https://galeriakoganamaro.com/artista/nazareth-pacheco/  Em falta ou vazio |título= (ajuda)