Niquim

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A palavra "Niquim", de origem tupi-guarani, significa feio (ni) e espinhoso (quim). O niquim (Thalassophryne nattereri) é um peixe actinopterígio, marinho, e também o nome dado a várias espécies encontradas no Brasil. Este peixe possui um corpo mole e cabeça achatada, olhos pequeninos e possui espinhos venenosos na testa acima dos opérculos. Pode ser conhecido também como “beatriz”, “peixe-diabo”, "niquinho" ou “peixe-pedra” por se encontrar muitas vezes parcialmente enterrado, camuflado sob o leito lamacento e arenoso das águas nordestinas ou nas bases das plataformas de petróleo, o perigo não se dá pelo seu tamanho, pois é um peixe pequeno. Os adultos atingem cerca de até 15 cm, carrega em seu corpo um poderoso veneno que pode causar dor intensa, paralisia da parte afetada e febres graves acompanhadas de vômitos e até causar necrose que acarreta na perda da parte afetada por amputação se não tratado corretamente.

Como ler uma infocaixa de taxonomiaNiquim
Thalassophryne nattereri
Thalassophryne nattereri
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Actinopterygii
Ordem: Batrachoidiformes
Família: Batrachoididae
Thalassophryne nattereri e seus espinhos venenosos

Em 2008, um grupo de pesquisadores do Laboratório Especial de Toxinologia do Instituto Butantan, em São Paulo, desenvolveu um soro efetivo contra a picada do niquim. Agora, a mesma equipe, liderada pelas imunofarmacologistas Mônica Lopes-Ferreira e Carla Lima, descobriu que as fêmeas do niquim, embora menores, têm toxina mais poderosa que a dos machos.

Os resultados da pesquisa, desenvolvida no âmbito do Centro de Toxinas, Resposta-Imune e Sinalização Celular (CeTICS), um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) apoiados pela FAPESP, foi publicado na revista Toxicon.[1]

Os primeiros socorros consiste em mergulhar o local atingido na água mais quente que a pessoa conseguir suportar até o veneno, que se decompõe com aumento da temperatura, perder seu efeito. A forma popular de cura para ferroada de niquim fala em urinar sobre a ferida, mas estudos afirmam que a eficácia do procedimento reside mais no calor do líquido do que nas substâncias presentes na urina. Em todo caso, é uma opção emergencial para aliviar os sintomas até a chegada ao hospital. Nas unidades de saúde é feita a analgesia do paciente, limpeza cirúrgica e drenagem de secreções.

É um peixe de habitos tranquilos e o veneno é inoculado na vítima, geralmente banhistas e pescadores que pisam o animal.[2]

O niquim é encontrado em toda a região Nordeste do Brasil, tanto em água doce quanto em salgada. Os acidentes ocorrem com mais frequência nos rios onde esse animal está presente. Seu aspecto é quase idêntico ao do pacamão, mas não cresce tanto e seu corpo é levemente avermelhado.

Referências

  1. Lopes-Ferreira, Mônica; Sosa-Rosales, Ines; Bruni, Fernanda M.; Ramos, Anderson D.; Vieira Portaro, Fernanda Calheta; Conceição, Katia; Lima, Carla (1 de junho de 2016). «Analysis of the intersexual variation in Thalassophryne maculosa fish venoms». Toxicon: 70–80. ISSN 0041-0101. doi:10.1016/j.toxicon.2016.02.022. Consultado em 12 de dezembro de 2023 
  2. Relação Preliminar dos Peixes da Ilha de São Luis. (PDF). [S.l.: s.n.] 

Análise da variação intersexual em venenos de peixes Thalassophryne maculosa