Nize Isabel de Moraes

Nize Isabel de Moraes (2 de fevereiro de 1938, Bauru - 2015, Senegal) foi uma pesquisadora e historiadora brasileira-senegalense, especialista em História da África, especialmente a Senegâmbia. Residiu no Senegal de 1967 até 2015.[1][2][3]

Nize Isabel de Moraes
Nize Isabel de Moraes
Nome completo Nize Isabel de Moraes
Conhecido(a) por Historiadora, ativista
Nascimento 2 de fevereiro de 1938
Bauru -São Paulo- Brasil
Morte 2015
Senegal
Nacionalidade brasileira, senegalesa

Biografia

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Nize foi filha da cozinheira Corina Barbosa de Moraes e do operário Ophélio de Paula de Moraes. Sua maior convivência e referência familiar foi sua mãe Corina e sua avó materna Ignacia Barbosa. Seu pai faleceu em 1951. [1]

Estudou no Colégio Caetano de Campos, onde se preparou para lecionar na educação infantil em São Paulo. Uma das únicas intelectuais negras da primeira geração de africanistas, frequentou o curso de História da Universidade de São Paulo, tendo concluído Bacharelado (1963) e Licenciatura (1964). Depois, foi professora no ensino secundário estadual. Chegou em Dacar para fazer uma especialização em História da África na Universidade de Dakar (atual Cheikh Anta Diop). Defendeu sua dissertação, com o título La petite cote d’aprés le capitão Francisco Lemos Coelho (1972), na Faculdade de Letras e Ciências Humanas de Paris-Sorbonne, sobre a Petite Côte, espaço senegambiano que seria seu objeto de pesquisa pelas décadas seguintes. Defendeu sua tese À la découverte de la Petite Côte au XVII Siècle na mesma universidade (1977). Também realizou estágios de pesquisa em Portugal e Suíça.[1][2][3]

Nize trabalhou no Institut Fondamental d’Afrique Noire (IFAN), na atual Université Cheikh Anta Diop.[1] Se aposentou em 2003, após trabalhar oficialmente como funcionária do IFAN por 26 anos e mais sete anos de dedicação como bolsista.[3]

Nize obteve a cidadania senegalesa em 2001. Foi membro da Associação dos Funcionários Públicos de São Paulo, da Associação de Historiadores do Senegal, da Associação de Pesquisadores do Senegal e do Clube da Imprensa de Dacar. Também trabalhou na Embaixada Brasileira em Dacar.[1][3]

Nos últimos anos de vida, Nize Moraes foi cuidada pela médica Rosimar Diouf, brasileira que morava em Senegal. Foi Rosimar que tratou de seu corpo adoentado, do velório e enterro católico, bem como de seus pertences.[2] Nize doou mais de 500 livros de seu acervo para a biblioteca da Universidade Cheikh Anta Diop.[1]

Referências

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  1. a b c d e f Juliana Barreto Farias, Maria Aparecida de Oliveira Lopes (Setembro–Dezembro 2022). «Nize Isabel De Moraes: Memórias De Uma Historiadora Da Senegâmbia». Estudos Históricos. Estudos Históricos. Volume 35 (Nº 77): https://www.scielo.br/j/eh/a/L5NVCzrwvccv3kLV6gfvQSP/#. Consultado em 13 de Junho de 2024 
  2. a b c Farias, Juliana Barreto (28 de agosto de 2023). «Descobrir Nize Isabel de Moraes: o "arquivo pessoal" de uma historiadora negra entre Brasil e Senegal (1967-2015)». Acervo (3): 1–24. ISSN 2237-8723. Consultado em 17 de junho de 2024 
  3. a b c d Lopes, Maria Aparecida Oliveira (27 de julho de 2023). «(Des)fragmentando uma narrativa sobre a vida acadêmica de Nize Isabel de Moraes, historiadora da Petite Côte». Revista de Teoria da História (1): 33–57. ISSN 2175-5892. doi:10.5216/rth.v26i1.75421. Consultado em 21 de junho de 2024