No cafezal

pintura de Georgina de Albuquerque

No cafezal é uma pintura de Georgina de Albuquerque. A data de criação é 1926. Está localizada em Pinacoteca do Estado de São Paulo.[1][2] Pintura histórica, adota uma temática social.[3]

No cafezal
No cafezal
Autor Georgina de Albuquerque
Data 1926
Técnica tinta a óleo
Dimensões 100 centímetro x 138 centímetro
Localização Pinacoteca do Estado de São Paulo

Descrição editar

A obra foi produzida com tinta a óleo e suas medidas são: 100 centímetros de altura e 138 centímetros de largura.
Faz parte de Pinacoteca do Estado de São Paulo.[2]

Retrata oito camponesas e um camponês, uma plantação de café,. Destaca-se, no primeiro plano, uma mulher, com roupas em tom azul pastel, em harmonia com a cor do céu na pintura. O trabalho no campo é representado de modo delicado e a luminosidade é difusa, dando uma singular expressão a cada camponesa. O gênero, a raça e a classe das figuras retratadas são marcados por detalhes, como indumentárias e até atitudes. Não há registro sobre o contexto em que a obra é produzida, se a partir de observação em uma fazenda ou se a partir de registros fotográficos.[1]

Há uma tela homônima de Albuquerque, exposta no 1o Salão Paulista de Belas Artes, em 1934, e atualmente desaparecida.[1]

Contexto editar

 
Florada de café, de Antonio Ferrigno.Acervo do Museu Paulista.

No cafezal foi possivelmente produzida para as celebrações do bicentenário do início simbólico da produção cafeeira no Brasil, que ocorreram a partir de 1927. Sabe-se que a obra não foi realizada por encomenda de fazendeiros, o que aliás a diferencia de produções do mesmo período, como séries de pinturas de Antonio Ferrigno e de Rosalbino Santoro. Em comparação com Florada de café, de Ferrigno, por exemplo, Albuquerque opta por limitar a presença da paisagem, dando maior ênfase e protagonismo às camponesas, enquanto o pintor propõe-se a salientar a extensão da Fazenda Santa Gertrudes e atuou praticamente como uma pintura-propaganda do governo brasileiro na Exposição Universal de Saint Louis.[1][4]

Análise editar

As mulheres são retratadas trabalhando, enquanto o único homem da pintura aparenta não capinar. A cientista social Manuela Nogueira nota que:[1]

A obra de Albuquerque confere uma posição não doméstica ao trabalho feminino. De certo modo, com isso, a artista quebra com uma tradição da pintura histórica de retratar principalmente homens no trabalho, especialmente no campo. O protagonismo feminino na lavoura cafeeira por Albuquerque, ademais, parece estar de acordo com descrições documentais e registros fotográficos desse tipo de atividade econômica. Ademais, segue Manuela Nogueira:[1]

A pintura foi descrita como retratando a mulher republicana brasileira, num período de intensificação do trabalho feminino.[5]

Recepção editar

A pintura foi exposta pela primeira vez em 1926, numa exposição em São Paulo, provavelmente com o nome No cafesal - São Paulo. Erroneamente, a data da obra é às vezes marcada como sendo de 1930.[1]

Albuquerque também expôs o quadro na sala D da 37a Exposição Geral de Belas Artes, em 1930, e no Salão Nacional de Belas Artes, em 1940.[1]

O quadro é premiado em 1942 no 8o Salão Paulista de Belas Artes, o que motiva em 1951 a aquisição pela Pinacoteca do Estado de São Paulo, tal qual descrito em carta do então diretor do museu, Tulio Mugnaini, a Albuquerque.[1]

Ver também editar

Referências