Noirisme ou Noirismo é uma ideologia política populista que surgiu no Haiti no final da década de 1920 durante a ocupação estadunidense. Preconiza a valorização da herança africana no Haiti e o controle total do Estado pela maioria popular negra.[1] Essa ideologia se opõe ao mulatismo que defende o controle do Haiti pela elite "mulata".[2][3]

Foi um dos principais movimentos políticos e culturais que se desenvolveram no Haiti após o fim da ocupação dos Estados Unidos. Baseou-se no movimento que pedia uma maior incorporação da cultura haitiana local na vida social e política. Os defensores do Noirisme, também conhecidos como Noiristes, acreditavam que o problema mais básico no Haiti é o domínio de uma minoria, classe dominante mulata que usa o Estado para oprimir a maioria negra e manter o poder. Os Noiristes desempenharam um papel proeminente na formação da política haitiana após a derrubada do presidente Élie Lescot. Sua influência culminou na eleição de Dumarsais Estimé como presidente em 1946 e na eleição de François Duvalier como presidente em 1957. O Noirisme foi então usado durante o regime Duvalier para manter o apoio e a legitimidade durante uma era de forte repressão.[4][5]

Referências

  1. «L'ancien dictateur haïtien Jean-Claude Duvalier succombe à une crise cardiaque». La Presse canadienne. 4 de outubro de 2014 .
  2. Micheline Labelle (1987). Idéologie de couleur et classes sociales en Haïti (PDF). Montréal: Éditions du CIDIHCA. p. 15. 393 páginas .
  3. Sean Mills (2016). A Place in the Sun : Haiti, Haitians, and the Remaking of Quebec [Une place au soleil : Haïti, les Haïtiens et le Québec] (em inglês). Traduzido por Hélène Paré. Montréal: Mémoire d'encrier. p. 106. 376 páginas. ISBN 978-2-89712-366-6 
  4. Sousa Jamba (12 de março de 2021). «Lições do Haiti e da Libéria». Jornal de Angola 
  5. Pourquoi Daniel Fignolé a tant talonné Dumarsais Estimé ? lenouvelliste.com.