Nova Econômica, como é mais conhecido, ou no original Nova econômica: uma tentativa de uma análise teórica da economia soviética (Novaia ekonomika: Opy t teoreticheskogo analiza sovetskogo khoziaistva) é um livro do economista russo e bolchevique Eugênio Preobrajenski publicado em 1926).[1]

É sua melhor obra, embora seja o livro O ABC do Comunismo, co-escrita com Nikolai Bukharin, a mais conhecida. O livro A Nova Econômica, cujo capítulo II foi publicado pela primeira vez em agosto de 1924, em Moscou, constituiu um dos principais textos do período. Trata-se de uma das mais audaciosas e mais profundas obras de análise teórica da economia soviética do período dos anos de 1920, época pautada pela transição da economia russa ao socialismo.

Por que o título "nova econômica"? editar

O título alude a ideia que na URSS daquele período é preciso de uma nova teoria econômica própria aos dilemas particulares que essa economia de transição ao socialismo vive, e que a Economia tradicional não oferece respostas e que por sua vez, o Marxismo também não. A alternativas aos marxistas seriam desenvolver novas formulações teóricas recorrendo as bases metodológicas da economia política marxista.

Assim, procurando seguir a metodologia de Marx empregada em O Capital, Preobrajensky busca apreender as leis que regeriam o desenvolvimento de uma economia socialista, numa situação em que a agricultura e o pequeno comércio continuavam a guiar-se pelas leis do mercado, quer dizer, numa situação de economia mista, e assim desenvolver uma necessária nova teoria econômica de matriz marxista.

Por isso também utiliza a expressão nova econômica, à medida que até então o marxismo só haveria se preocupado com o capitalismo e a revolução socialista e ignorado a economia imediatamente posterior à própria revolução.

Regulação numa economia sob a ditadura do proletariado editar

No centro do pensamento de Preobrajensky está a ideia de que no capitalismo a regulação econômica é feita pela lei do valor, enquanto que, numa economia sob a ditadura do proletariado haveria uma regulação sob os organismos de planejamento e as empresas estatizadas sobre a economia mista na fase de transição para o socialismo (concorrencial à lei do valor se mantido o mercado livre). Particularmente, enfatizava a possibilidade da constituição de uma acumulação socialista primitiva, para a substituição do período prévio de acumulação capitalista - e, portanto descartava a necessidade do prosseguimento da NEP, e de quaisquer outras formas de liberalização pró-mercado visando a acumulação.

A acumulação socialista primitiva faria com que a expansão industrial se efetuasse através da transferência de capitais excedente do setor camponês, e da pequena-propriedade em geral, re-acumulando-os no setor industrial pelo planejamento democrático dos preços e pela própria implantação de novas empresas e fábricas estatais.

Sendo assim evitável também qualquer coletivização forçada (apropriação dos capitais pela expropriação das propriedades), como acabou empreendendo o stalinismo no fim do ano de 1929.

Curiosidades editar

Preobrajensky anunciara no prefácio que "A Nova Econômica" seria apenas a primeira parte de uma obra maior, onde abrigaria a extensão das teorias ali apresentadas. Enfatizaria segundo ele, nesta segunda parte, aspectos mais concretos da economia soviética de então, com a formulação de modelos matemáticos a esse respeito, a teoria da crise do capitalismo e tratar outros aspectos não tratados com profundidades. Contudo, toda tentativa posterior de lançamento de uma nova obra complementar A Nova Econômica foi vetada pela censura da ditadura stalinista.

Porém, a publicação fragmentada de várias artigos, entre 1926 a 1931, reunidos no Ocidente décadas depois, sob o nome de "Crise da Industrialização Soviética", e o livro publicado quando ainda estava vivo, "O Declínio do Capitalismo", podem de certa forma ser considerados como a continuação do trabalho ou mesmo dos volumes não editados de "A Nova Econômica".

Referências

  1. Por Tom Bottomore. Dicionário do pensamento marxista. [S.l.: s.n.] Consultado em 10 de novembro de 2017 
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