Pacto de Espino Negro

Pacto de Espino Negro, de 1927, foi um acordo desenvolvido pelos Estados Unidos para solucionar a guerra civil na Nicarágua de 1926-1927.[1][2]

Antecedentes editar

Em 1924, o conservador moderado Carlos Solórzano foi eleito presidente da Nicarágua e Juan Bautista Sacasa, que havia servido como vice-presidente no governo do presidente deposto José Santos Zelaya, foi seu vice-presidente.[1] Acreditando que o governo da Nicarágua era estável, os Estados Unidos concordaram em pôr fim aos 13 anos presença dos marines no país e retiraram-se da Nicarágua em agosto de 1925.[1] No entanto, o presidente Solórzano, que já havia expurgado os liberais de seu governo de coalizão,[1] foi posteriormente forçado a sair do poder em novembro de 1925 por um grupo conservador que proclamou o General Emiliano Chamorro (que também atuou como presidente entre 1917-1921), como presidente em janeiro de 1926.[1] Na sequência do golpe de Chamorro, Sacasa fugiu para o México. Temendo que uma nova guerra liberal-conservadora aconteceria,[1] os Estados Unidos se recusaram a aceitar Chamorro como presidente e enviaram os marines de volta para a Nicarágua em maio de 1926 para proteger os cidadãos e os bens dos Estados Unidos no país.[1] Em outubro de 1926,[1] após um acordo de paz mediado,[1] Chamorro renunciou ao cargo de presidente e o ex-presidente nicaraguense Adolfo Díaz foi eleito presidente pelo Congresso da Nicarágua.[1]

No entanto, o país foi novamente confrontado com a violência quando Sacasa retornou à Nicarágua e reivindicou seus direitos à Presidência.[1] Em abril de 1927, os Estados Unidos enviaram Henry L. Stimson à Nicarágua para ajudar a resolver o conflito.[1] Em 20 de maio de 1927, o general José María Moncada, o líder dos rebeldes liberais,[1] e o presidente Diaz concordaram com uma trégua.[1]

Pacto editar

Como parte do acordo, o presidente Díaz terminaria o seu mandato e as forças dos Estados Unidos permaneceriam na Nicarágua para manter a ordem e supervisionar as eleições de 1928.[1] Os Estados Unidos também trabalhariam com o governo da Nicarágua para organizar uma força policial não partidária.[3] Tanto os rebeldes como o governo também concordaram em desarmar suas forças enquanto os Estados Unidos organizavam esta força policial - que ficaria conhecida como Guarda Nacional da Nicarágua.[1]

Consequências editar

Embora a maioria das forças governamentais e rebeldes concordassem em aceitar o pacto,[1] Sacasa se recusou a assinar o acordo e deixou o país.[1] Um grupo rebelde liberal sob a liderança de Augusto César Sandino, também se recusou a assinar o Pacto de Espino Negro.[1] Sandino iria posteriormente declarar uma guerra de guerrilha não declarada contra os marines dos Estados Unidos e a Guarda Nacional da Nicarágua.[1] Em janeiro de 1933, os Estados Unidos - então sob a névoa da Grande Depressão e ansiosos para acabar com o envolvimento nos assuntos militares da Nicarágua após considerar as baixas infligidas pelo exército de Sandino -[1] concordou em se retirar da Nicarágua.[1] No ano seguinte, no entanto, a Guarda Nacional da Nicarágua capturou e executou Sandino e destruiu todo o seu exército.[1] O líder da Guarda Nacional da Nicarágua, Anastasio Somoza,[1] também usaria esta força policial para vencer a eleição presidencial nicaraguense de 1936 e estabelecer uma ditadura.[1]

Referências

  1. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y «United States Intervention, 1909-33». countrystudies.us 
  2. Nunez, O & Bourgois, P (1982). «The Third Social Force in National Liberation Movements». Latin American Perspectives. 8 (2): 5–21. doi:10.1177/0094582x8100800203 
  3. Moreno, D. (1994). The struggle for peace in Central America. University Press of Florida, p.13

Bibliografia editar

  • Zimmerman, M. (2000). Sandinista: Carlos Fonseca and the Nicaraguan revolution. Duke University Press, pp. 155–157
  • Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Pact of Espino Negro».