Palácio do Conde do Bolhão

O Palácio do Conde do Bolhão é um imóvel histórico localizado na Rua Formosa, nº 342/346, na cidade do Porto, em Portugal.

Palácio do Bolhão
Palácio do Conde do Bolhão
Estátua de Mercúrio
Tipo
Construção 1844
Estado de conservação Reabilitado
Património Nacional
DGPC 342684
SIPA 25033
Geografia
País Portugal
Cidade Porto
Coordenadas 41° 08' 56" N 8° 36' 29" O

Classificado pelo IGESPAR e considerado um dos edifícios mais notáveis da arquitectura civil do Porto oitocentista, o palácio foi mandado construir em 1844 por António de Sousa Guimarães, um dos comerciantes mais ricos do país. O palácio expressa o vigor político e financeiro da orgulhosa burguesia portuense do século XIX, sendo a sua decoração de estuques, pintura e talha assinada pelos artistas mais relevantes da época. No entanto, o palácio deve ainda a sua reputação à faustosa vida social que o Conde do Bolhão promovia e que Camilo Castelo Branco, seu protegido, descreveu detalhadamente. O Conde do Bolhão albergou por duas vezes a Família Real Portuguesa no palácio e as suas opulentas festas, com centenas convidados, constituíam o zénite da vida social na cidade. Finalmente, e à boa maneira camiliana, a história do palácio está envolta numa teia de situações rocambolescas, onde abundam escândalos, infidelidades, traições e duelos, e onde o autor surge como um dos mais notórios protagonistas.

Arruinado e acusado de falsificação de moeda no Brasil, o conde acabaria por entregar o palácio ao seu credor, o Visconde de Fragozelas.

Em 1890, o palácio torna-se propriedade do famoso comerciante e editor Emílio Biel que aí instala a Casa Biel. Celebrizado por uma notável edição de Os Lusíadas, Biel foi ainda um percursor da fotografia em Portugal, sendo considerado, a par de Carlos Relvas, o introdutor da fototipia no país. Fotógrafo da Casa Real, Emilio Biel foi autor de um levantamento fotográfico exaustivo, em 8 volumes, da arte e natureza em Portugal.

Com a entrada de Portugal na Primeira Guerra Mundial, Biel devido à sua origem alemã, viu o palácio ser pilhado e os seus bens confiscados. Morreu no palácio em setembro de 1915. O palácio foi depois adquirido por Rui Oliveira, que o converteu em sede da Litografia do Bolhão. Para instalar as suas oficinas, esta conhecida litografia, (que funcionou até cerca de 1990), construiu um anexo de dimensões consideráveis acoplado à fachada traseira do palácio, cobrindo o antigo jardim.

Adquirido pela Câmara Municipal do Porto, em novembro de 2001, o palácio do Conde do Bolhão foi cedido, em comodato por 50 anos, à Academia Contemporânea do Espectáculo - Escola de Artes / Teatro do Bolhão, para aí instalar as suas escola e companhia de teatro. O palácio teve obras de restauro e adaptação, cujo custo rondou os 2,5 milhões de euros, desde 2006, com o apoio do QREN, do Ministério da Educação, do Ministério da Cultura e da Câmara Municipal do Porto.

A abertura do espaço, que inclui um auditório construído nas traseiras do edifício principal, foi em 27 de março de 2015, data em que se comemora o Dia Mundial do Teatro.[1]

Referências