Paulo Tarso Flecha de Lima

diplomata brasileiro

Paulo Tarso Flecha de Lima (Belo Horizonte, 8 de julho de 1933Brasília, 12 de julho de 2021) foi um diplomata brasileiro. Foi Secretário-Geral do Ministério das Relações Exteriores e embaixador do Brasil em Londres, Washington e Roma.

Paulo Tarso Flecha de Lima
Nascimento 8 de julho de 1933
Belo Horizonte, MG
Morte 12 de julho de 2021 (88 anos)
Brasília, DF
Nacionalidade brasileiro
Profissão diplomata

Sua esposa, Lúcia Flecha de Lima,[1] foi Secretária de Turismo do Distrito Federal e amiga da Princesa Diana de Gales. Com ela, teve cinco filhos: Isabel, João Pedro, Beatriz, Luiz Antônio e Paulo Tarso Jr., falecido em 2000.[2][3] Aposentou-se em 2001 com quarenta e seis anos de carreira.[4]

Libertação de brasileiros no Iraque editar

No final de agosto de 1990, Flecha de Lima estava de férias no sul da França, quando foi encarregado pelo Itamaraty de conduzir negociações para a libertação de cerca de quinhentos brasileiros residentes no Iraque. O governo do ditador Saddam Hussein ameaçava utilizá-los como escudos humanos em prédios, para impedir um ataque dos Estados Unidos, que viria a ser conhecido como a Guerra do Golfo. Flecha de Lima foi escolhido por ter contatos com autoridades iraquianas e de outros países árabes, uma vez que negociara a venda de produtos brasileiros, inclusive um grande lote de VW Passat, a Bagdá durante os anos 80.

O então presidente do governo brasileiro, Fernando Collor de Mello, chegou a criticar publicamente, ao lado de George H. W. Bush em Nova York, o ditador, e Itamar Franco, o presidente interino, seguindo conselhos do SNI, ordenou que Flecha de Lima providenciasse o embarque dos reféns que já tinham visto de saída do Iraque. Como o embaixador queria embarcar ao Brasil todo o grupo e sabia que eles não seriam mortos, ele recusou.

O embaixador negociou, em inglês, com Hussein Kamel-Hassan, genro de Saddam Hussein e então ministro da Produção Militar. Flecha de Lima usou como argumento o fato do Iraque estar punindo cidadãos de um país amigo, ao que Kamel-Hassan respondeu que o Brasil não era um país aliado de confiança.

Paulo Flecha de Lima concluiu as negociações com os então vice-presidentes do Iraque, Sabri Hamadi e Taha Yassin Ramadan

Circuito Elizabeth Arden editar

Durante sua carreira como diplomata, passou por quase todo o concorrido "Circuito Elizabeth Arden", que na diplomacia se refere a um grupo de embaixadas que estão em capitais de tradicional prestígio cultural, político e socioeconômico (Roma, Paris, Londres e Washington) ― e seriam portanto as preferidas de embaixadores e embaixatrizes. O termo surgiu em referência ao glamour e à elegância da cosmetologista Elizabeth Arden, cujas sacolas de compras estavam sempre repletas das mais renomadas grifes de moda dessas cidades.[5][6]

Morte editar

Morreu em Brasília em 12 de julho de 2021 por septicemia decorrente de uma infecção urinária.[7]

Referências

  1. «Embaixatriz Lúcia Flecha de Lima morre aos 76 anos no DF com câncer de útero». G1. Globo.com 
  2. «Mônica Bergamo: Ex-embaixatriz Lúcia Flecha de Lima morre aos 76 anos em Brasília». Folha de S.Paulo 
  3. «Folha Online - Brasil - Filho de embaixador morre no DF - 17/10/2000». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 3 de maio de 2018 
  4. Brasil, CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação História Contemporânea do. «PAULO TARSO FLECHA DE LIMA | CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil». CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil. Consultado em 2 de abril de 2017 
  5. Revista Veja
  6. EuropeanVoice.com
  7. Morre, aos 88 anos, o embaixador Paulo Tarso Flecha de Lima Metropoles
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