Pescadores-jardineiros

Os pescadores-jardineiros eram grupos indígenas sedentários que habitavam a costa do Brasil entre cerca de 10.000 e 1.000 anos atrás e construíram os sambaquis.[1] Popularmente eram chamados de pescadores-coletores, mas recentes trabalhos já têm esse novo conceito considerando uma melhor descrição do seu sistema econômico.[2][3] Isso se deve a descobertas que mostram que esses grupos além de coletarem, pescarem e caçarem recursos, também tinham plantas domésticas, manipulavam o ambiente em seu entorno e tinham práticas horticultoras.[4]

Eles possuíam sistema heterárquico e essencialmente igualitário,[5] não há evidência de diferença social, hierarquia, violência ou qualquer evidência de poder centralizado ou autoritário.[6] Os pescadores-jardineiros ainda realizavam rituais funerários e cerimônias, o que pode sugerir uma estrutura religiosa.

Referências

  1. DE BLASIS, Paulo; FISH, Suzanne K.; GASPAR, Maria Dulce; FISH, Paul R. (1998). «SOME REFERENCES FOR THE DISCUSSION OF COMPLEXITY AMONG THE SAMBAQUI MOUNDBUILDERS FROM THE SOUTHERN SHORES OF BRAZIL». Revista de Arqueología Americana (15): 75–105. ISSN 0188-3631. Consultado em 30 de novembro de 2021 
  2. Scheel-Ybert, Rita; Boyadjian, Célia (dezembro de 2020). «Gardens on the coast: Considerations on food production by Brazilian shellmound builders». Journal of Anthropological Archaeology (em inglês). 101211 páginas. doi:10.1016/j.jaa.2020.101211. Consultado em 30 de novembro de 2021 
  3. Killion, Thomas W. (outubro de 2013). «Nonagricultural Cultivation and Social Complexity: The Olmec, Their Ancestors, and Mexico's Southern Gulf Coast Lowlands». Current Anthropology (em inglês) (5): 569–606. ISSN 0011-3204. doi:10.1086/673140. Consultado em 30 de novembro de 2021 
  4. Scheel-Ybert, Rita; Boyadjian, Célia (1 de dezembro de 2020). «Gardens on the coast: Considerations on food production by Brazilian shellmound builders». Journal of Anthropological Archaeology (em inglês). 101211 páginas. ISSN 0278-4165. doi:10.1016/j.jaa.2020.101211. Consultado em 30 de novembro de 2021 
  5. Kneip, Andreas; Farias, Deisi; DeBlasis, Paulo (25 de junho de 2018). «Longa duração e territorialidade da ocupação sambaquieira na laguna de Santa Marta, Santa Catarina». Revista de Arqueologia (1): 25–51. ISSN 1982-1999. doi:10.24885/sab.v31i1.526. Consultado em 30 de novembro de 2021 
  6. Scheel-Ybert, Rita; Rodrigues-Carvalho, Claudia; DeBlasis, Paulo; Gaspar, MaDu; Klokler, Daniela Magalhães (25 de abril de 2020). «Mudanças e permanências no Sambaqui de Cabeçuda (Laguna, SC): das escavações de Castro Faria às questões atuais». Revista de Arqueologia (1): 169–197. ISSN 1982-1999. doi:10.24885/sab.v33i1.709. Consultado em 30 de novembro de 2021