Piaba de Cunhaú, também conhecida como Piaba de Cunhanhú, Piaba de Kunhay e pelo nome cristão Francisca Custódia de Brito, foi uma nativa ameríndia de etnia Tabajara cujo nascimento e morte se deram em data ignorada no local hoje conhecido como Rio Grande do Norte.

Piaba de Cunhaú
Outros nomes Piaba de Kunhay, Piaba de Cunhanhú, Francisca Custódia de Brito
Nascimento século XVIII
Rio Grande do Norte
Morte século XVIII
Rio Grande do Norte
Etnia Tabajara
Progenitores Mãe: Rita Estrela
Pai: Cacique Morubixaba (Estêvão Barbosa)

Biografia editar

A ameríndia Piaba é - assim como Muira Ubi - uma das poucas mulheres de etnia Tabajara cujo nome não sofreu total apagamento histórico, e é constatada como uma das ancestrais de parte significativa do povo da Região Nordeste do Brasil. Nascida e morta em ano desconhecido, sabe-se contudo que viveu no século XVIII, por conta do estudo genealógico realizado pelo historiador Barão de Studart sobre o casamento da índia Piaba com um português, Custódio de Brito Barbosa.Conforme esclarece o historiador Barão de Studart, ao elencar os muitos descendentes da índia Piaba, foi ela uma índia nascida em aldeia Tabajara e filha do cacique Morubixaba (posteriormente batizado de Estêvão Barbosa) e da índia Rita Estrela[1]. Seu nome original, Kunhay, é a razão pela qual seu local de nascimento é hoje chamado de Barra de Cunhaú. O termo se origina da língua tupi: água de mulher (cunhã, mulher + y, água)[2].

Por seu casamento com o português, foi batizada na Igreja Católica com o nome de Francisca Custódia de Brito, sendo este casal um bom exemplo da miscigenação colonial que gerou milhares de nordestinos[3]. Conforme elucida o genealogista Raimundo Torcapio, Estevam Barbosa, do Rio Grande do Norte, Cacique Chefe d’Aldeia Natal, e sua mulher D. Rita da Estrella tiveram a filha Francisca Piaba de Cunhahu, nome que mudou para Francisca Barbosa Custodio, por ter casado com o portuguez Custodio de Brito, cuja filha Antonia Rita (ou Joanna) de Brito casou com outro portuguez Lourenço de Sá e Souza[4].

Descendentes editar

Personagem constante em estudos genealógicos sobre o povo nordestino, a história da índia Piaba serviu de inspiração para a criação da banda de carimbó Descendentes da Índia Piaba, que reúne musicistas que dela descendem e resolveram homenagear a ancestral indígena. O conjunto musical une clássicos da guitarra a canções autorais, definindo-se como um "carimbó punk"[5][6].

Referências

  1. Barão de Studart (1846). Dicionário Bio-Bibliográfico Cearence. [S.l.: s.n.] Consultado em 15 de maio de 2020 
  2. «Dicionário Ilustrado Tupi-Guarani». Consultado em 15 de maio de 2020 
  3. Boanerges Facó (1961). «Família Queiróz - Ferreira de Beberibe - Os Facós - Turbulentos e Trágicos» (PDF). Revista da Academia Cearence de Letras, página 266. Consultado em 15 de maio de 2020 
  4. R. Torcapio. «Algumas Linhagens das Famílias do Sul do Ceará». Revista do Instituto do Ceará (1924), Tomo 38, páginas 237-241 
  5. Tauí Castro. «Descendentes da Índia Piaba». Consultado em 15 de maio de 2020 
  6. «Carimbó Punk dos Descendentes da Índia Piaba do Mambembe». Jornal O Povo. 9 de setembro de 2016. Consultado em 15 de maio de 2020