Política da Arábia Saudita

A Arábia Saudita é um Estado islâmico organizado em uma monarquia absoluta na qual o rei é o chefe do estado e o chefe de governo. Desde a fundação da Arábia Saudita em 1932, os monarcas são da Casa de Saud. Apesar de ter uma constituição, o país oficialmente segue o Alcorão e implementa a Xaria.

Muitos críticos do governo saudita afirmam que o país é um Estado totalitário e tem mostrado um profundo desprezo pelos direitos humanos[1]. Porém, devido à pressões internacionais vem diminuindo o rigor do seu regime absolutista[2]. Pela forma de organização do Estado saudita, não há a presença de um Poder Legislativo, o que faz do país um dos únicos com essa característica, o outro sendo o Vaticano.

Constituição editar

A Arábia Saudita é uma monarquia absoluta, apesar de que de acordo com a Lei Básica adotada por decreto real em 1992, o rei deve cumprir com a Sharia e o Corão. O Corão e a Suna são tidos como a base constitucional do país. Não há uma carta constitucional redigida e aprovada e estas duas leis sagradas permanecem sujeitas à interpretação pelos ulemás.

Governo nacional editar

O governo da Arábia Saudita é atualmente liderado pelo monarca, Rei Salman, desde sua ascensão ao trono em 23 de janeiro de 2015. O país não permite eleições ou organizações partidárias e, de acordo com o Índice de Democracia da revista britânica The Economist, o governo saudita é o 7º regime mais autoritário entre 167 nações pesquisadas.

Monarquia editar

A Lei Básica da Arábia Saudita especifica que o rei deve ser escolhido dentre os filhos de Abdul Aziz Al Saud, o primeiro monarca e a quem o país deve seu nome, e seus descendentes masculinos - sujeitos à aprovação subsequente dos líderes religiosos (os ulemás). Em 2007, foi criado um Conselho de Aliança, consistindo dos filhos ainda vivos de Saud e os herdeiros de cada filho já falecido, visando determinar o herdeiro aparente ao trono. O atual Príncipe-herdeiro saudita é Mohammad bin Salman.

A figura do monarca compreende as incumbências legislativas, executivas e judiciárias, sendo que os decretos reais compõem a base legislativa do país. O rei também atua como chefe de governo e preside o Conselho de Ministros (Majlis al-Wuzarāʾ), composto pelo primeiro e segundo vice-primeiros-ministros e outros 23 ministros - dos quais cinco são ministros de Estado. O rei nomeia os membros do Conselho, que é responsável pelas questões de administração nacional, bem como pela política externa através de diversas agências ministeriais. O monarca é responsável ainda pela criação da Assembleia Consultativa, que pode vir a propor medidas legislativas, mas sem exercer poder.

Apesar de ser, teoricamente, uma monarquia absoluta, a maior parte das decisões políticas são tomadas fora do sistema governamental e não somente pelo monarca. Decisões se dão através do estabelecimento de um consenso entre a família real (composta pelos vários descendentes de Ibn Saud). Além disto, as visões de importantes membros da sociedade saudita, incluindo os ulemás (estudiosos religiosos), xeques e líderes de clãs proeminentes, são de grande peso nos rumos políticos do país.

Em uma monarquia absoluta, a personalidade e visão política do monarca reinante afetam política e sociedade sauditas mais do que em qualquer outro país da região. Rei Saud, que ascendeu ao trono em 1953, foi considerado ineficiente e extravagante, levando a uma crise política e econômica que culminou na sua abdicação forçada em 1964. Foi sucedido no trono por Rei Faisal, um "modernizador" que favoreceu a economia, tecnologia e progresso das instituições públicas, porém manteve-se conservador em questões políticas e religiosas; encabeçou o desenvolvimento econômico e burocrático do país na década de 1970, mas também realizou concessões às lideranças religiosas e abandonou planos de ampliar a participação política. Em 1975, Khalid ascendeu ao trono, mas deixou as principais direções do governo nas mãos de seu príncipe-herdeiro, Fahd, que o sucedeu como rei em 1982.

Ver também editar

Ligações externas editar

Referências

  1. «ONU quer que governo saudita informe sobre execuções de pena de morte». ONU News. 22 de novembro de 2022. Consultado em 9 de dezembro de 2022 
  2. «Perfis de países: Arábia Saudita». BBC News Brasil. Consultado em 9 de dezembro de 2022 
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