Potência aparente radiada

Potência aparente radiada (a P.A.R.; inglês: effective radiated power ou E.R.P.) é a potência que tem de ser introduzida numa antena dipolo, irradiando radialmente, no plano ortogonal, para obter a potência equivalente à emitida pela antena em consideração. A P.A.R. é uma grandeza calculada que, no domínio da tecnologia de antenas, exprime a potência introduzida numa antena emissora multiplicada pelo seu ganho de antena, sendo calculada adicionando à potência do transmissor as perdas da linha de comunicação para a antena e o ganho da antena.[1][2][3][4] É semelhante à EIRP, exceto que, neste caso, a antena tomada como referência não é a antena isotrópica mas um dipolo de meia onda.[5]

Esquema visual da P.A.R.

Descrição

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O valor de potência determinado desta forma não ocorre fisicamente com antenas direccionais - só ocorreria se as respectivas antenas de referência não direccionais fossem utilizadas como antena. No caso das antenas direccionais, e se nenhuma direção for explicitamente especificada, assume-se a direção do feixe principal da antena emissora. O ganho da antena é maximizado nesta direção. Dependendo da antena de referência utilizada, é feita uma distinção entre as duas expressões PAR e EIRP.

Para potência aparente radiada (PAR), a antena de referência para o ganho da antena é a antena dipolo (λ/2). A letra grega λ é utilizada para exprimir o comprimento de onda. Para reconhecer a antena de referência no ganho da antena, este é geralmente dado em dBd, em que o d anexado à unidade dB representa o dipolo da antena de referência, mais precisamente o dipolo de meia onda.[6] A fórmula para o cálculo da potência aparente radiada (PAR) é a seguinte:

 

onde   e   (potência do emisssor) são em dBm, as perdas do cabo ( ) estão em en dB, e o ganho da antena ( ) é expresso em dBd, todos relativos à antena dipolo de referência.

O PAR é frequentemente tratado como uma quantidade física, mesmo que este valor não ocorra fisicamente numa antena com directividade. A quantidade calculada é atribuída a uma unidade (em Watt). Outra opção é colocar PAR entre parênteses após a unidade de medida, por exemplo, Watt (PAR). Muitas vezes, especifica-se também a caraterística de transmissão, abreviada como "D" para "direcional" e "ND" para "Não-Direcional".[7]

Relação com a EIRP

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Se o ganho da antena estiver relacionado com um radiador isotrópico, este é referido como EIRP (em inglês: Equivalent isotropic radiated power). Como as medidas PAR e EIRP diferem apenas na antena de referência usada para determinar o ganho da antena (um dipolo de meia onda tem um ganho de antena de 1,64, correspondendo a 2,15 dBi, em comparação com um radiador isotrópico). Assim, a relação da PAR com a outra medida de potência radiada utilizada, a potência isotrópica radiada equivalente, geralmente referida pela sigla EIRP, é a seguinte:[8]

 

Uma vez que o dipolo tem um ganho de 2,15 dBi em relação à antena isotrópica (considerando a direção de radiação máxima), a relação poderá ser expressa da seguinte forma:

 

Referências

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  1. ITU, Radio Regulations, ARTICLE 1 Terms and definitions, Section VI – Characteristics of emissions and radio equipment, 1.162: effective radiated power (e.r.p.) (in a given direction): The product of the power supplied to the antenna and its gain relative to a half-wave dipole in a given direction. | Effektive Strahlungsleistung (ERP) (in einer gegebenen Richtung): Produkt aus der Leistung, die der Antenne zugeführt wird, und ihr Gewinn, bezogen auf einen Halbwellendipol, in einer gegebenen Richtung.
  2. ITU: Final acts of the European Broadcasting Conference in the VHF and UHF bands, Stockholm, 1961, Annex 2 to the Regional Agreement for the European Broadcasting Area, Capítulo 5: Effective Radiated Power (E.R.P.) The term " Effective Radiated Power " is defined in No. 98 of the Radio Regulations. For sound transmissions this is the unmodulated carrier power; for vision transmissions it is the peak envelope power.
  3. ITU, final acts of the Regional Administrative Conference for the Planning of VHF Sound Broadcasting (Region 1 and Part of Region 3) Geneva, 1984.
  4. Hans Heinrich Meinke, Friedrich-Wilhelm Gundlach: Taschenbuch der Hochfrequenztechnik, 4.ª edição 1985, Springer-Verlag, página A2.
  5. Geng, Wiesbeck, Planungsmethoden für die Mobilkommunikation, 1998, Springer Verlag, Capítulo 2.3.3.
  6. ITU, Recommendation ITU-R V.574-4: Use of the deciBel and the neper in telecommunications.
  7. Antrag auf Zuteilung einer UKW-Frequenz.
  8. ITU, Recommendation ITU-R BS.1195: Transmitting Antenna Characteristics at VHF and UHF.