Preconceito benevolente

Preconceito benevolente é um tipo de preconceito superficialmente positivo expressado em termos de afirmações e respostas emocionais aparentemente positivas. Apesar desse tipo de preconceito associar coisas consideradas boas a certos grupos, ele ainda tem como resultado manter os membros do grupo em posições inferiores na sociedade.[1] Preconceitos benevolentes podem ajudar a justificar quaisquer preconceitos hostis que uma pessoa tenha a algum grupo.[2]

Aplicação editar

A maioria das pesquisas sobre preconceito benevolente foi feita a partir de pressupostos de sexismo e estereótipos benevolentes. Isso ocasionaria papéis de gênero positivos, como homens sendo "fortes" e "provedores" e mulheres sendo "frágeis e "puras". Sexismo benevolente, assim como o sexismo hostil, é um subgrupo do sexismo ambivalente também existem pesquisas associando o preconceito benevolente à discriminação etária. Crenças benevolentes podem ser aplicadas a qualquer grupo e são tão prejudiciais quanto preconceitos hostis. Exemplos desse tipo de preconceito estão em afirmações como "todos os asiáticos são inteligentes"[3] ou 'todos os afrodescendentes são atléticos". Embora estas características sejam vistas como positivas, elas não se aplicam a todos os membros de um determinado grupo.

Estudo/Exemplo editar

Em um estudo conduzido por Judd, Park, Ryan, Brauer e Kraus (1995)[4] as afirmações sobre os afro-americanos mantidas por americanos brancos mostravam que eles tinham crenças hostis, indicando que eles viam os afro-americanos como hostis, exclusivistas, irresponsáveis e barulhentos. No entanto, os mesmos participantes brancos americanos mantinham crenças benevolentes de que os afro-americanos eram atléticos, musicais, religiosos e tinham fortes laços familiares. O estudo também foi feito com os participantes afro-americanos que foram convidados a partilhar suas crenças sobre americanos brancos. Os afro-americanos disseram que os americanos brancos eram egocêntricos, gananciosos, metidos, e protegidos do mundo real. No entanto, os mesmos afro-americanos mantinham crenças benevolentes de que os americanos brancos eram inteligentes, organizados, independentes e financeiramente bem-sucedidos.[4]

Referências

  1. Whitley, Bernard E.; Kite, Mary E. (2010). The Psychology of Prejudice and Discrimination. [S.l.]: Cengage Learning. ISBN 978-0-495-81128-2 
  2. Monin, Benoît; Miller, Dale T. (2001). «Moral credentials and the expression of prejudice». Journal of Personality and Social Psychology. 81 (1): 33–43. PMID 11474723. doi:10.1037/0022-3514.81.1.33 
  3. «Brincadeira entre alunos orientais é "preconceito positivo"». Folha de S. Paulo. 5 de Setembro de 2002. Consultado em 27 de Julho de 2014 
  4. a b Judd, Charles M.; Park, Bernadette; Ryan, Carey S.; Brauer, Markus; Kraus, Susan (1995). «Stereotypes and ethnocentrism: Diverging interethnic perceptions of African American and White American youth». Journal of Personality and Social Psychology. 69 (3): 460–81. PMID 7562391. doi:10.1037/0022-3514.69.3.460