Punicinol A (6β-acetoxycholestane-3β,5α,11β-triol) é um esteroide polioxigenado cuja fórmula química é C28H46O5. Seu nome deriva da espécie da qual foi isolado (Leptogorgia punicea).

Punicinol A
Alerta sobre risco à saúde
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Outros nomes 6β-acetoxicolastano-3β,5α,11β-triol
SMILES
InChI
InChI=1S/C28H46O5/c1-16(2)7-8-17(3)21-9-10-22-20-13-24(33-18(4)29)28(32)14-19(30)11-12-27(28,6)25(20)23(31)15-26(21,22)5/h7-8,16-17,19-25,30-32H,9-15H2,1-6H3/b8-7+/t17-,19+,20+,21-,22+,23+,24-,25-,26-,27-,28+/m1/s1
Página de dados suplementares
Estrutura e propriedades n, εr, etc.
Dados termodinâmicos Phase behaviour
Solid, liquid, gas
Dados espectrais UV, IV, RMN, EM
Exceto onde denotado, os dados referem-se a
materiais sob condições normais de temperatura e pressão

Referências e avisos gerais sobre esta caixa.
Alerta sobre risco à saúde.

Origem

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Punicinol A (6β-acetoxycholestane-3β,5α,11β-triol) é um esteroide polioxigenado encontrado em boa parte da costa brasileira, desde o estado de Santa Catarina até o Maranhão, na espécie de gorgonias Leptogorgia punicea. Outras espécies desse mesmo gênero podem ser encontradas no oceano Atlântico, mar do Caribe, mar Mediterrâneo além do sudeste africano e regiões subantartícas. Desta espécie foram isolados 5 novas substâncias (Punicinol A, B, C, D e E).[1]

Biossíntese

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Devido seu núcleo esteroidal, os precursores necessários para a formação do esqueleto carbônico derivam da via do ácido mevalônico (MAV) ou pela via independente de ácido mevalônico (MEP). O produto final dessas vias são o isopentenil-pirofosfato(IPP) e dimetilalil-pirofosfato(DMAPP). Esses isômeros se condesam para a formação de 2 moléculas de farnesil pirofosfato, que por sua vez, formam o esqualeno. O esqualeno é precursor dos colestanos, núcleo esteroidal que caracteriza o punicinol A.[2][3][4]

Atividade biológica

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Estudos de viabilidade celular mostraram que o punicinol A, assim como o punicinol B foram mais capazes de inibir o crescimento celular de linhagens A549 (células epiteliais basais de adenocarcinoma alveolar humano) quando comparados com a cisplatina. Ainda, foi avaliado a capacidade de sinergismo do punicinol A com o paclitaxel. As melhores condições de sinergismo encontradas quando a concentração molar de punicinol A foi mais de 32x menor que seu IC50. Isso sugere que novos estudos sejam necessários para esclarecer esta atividade.

O mecanismo de ação proposto é que o punicinol A atue no ciclo celular, aumentando o tempo que as células permanecem nas fases G0/G1 quando comparadas com o controle de células sem tratamento.[1]

Referências

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  1. a b Moritz, Maria; Marostica, Lucas; Bianco, Éverson; Almeida, Maria; Carraro, João; Cabrera, Gabriela; Palermo, Jorge; Simões, Cláudia; Schenkel, Eloir (4 de dezembro de 2014). «Polyoxygenated Steroids from the Octocoral Leptogorgia punicea and in Vitro Evaluation of Their Cytotoxic Activity». Marine Drugs (em inglês) (12): 5864–5880. ISSN 1660-3397. doi:10.3390/md12125864. Consultado em 23 de outubro de 2023 
  2. SIMÕES, Cláudia Maria Oliveira (2007). Farmacognosia: da planta ao medicamento. Porto Alegre: UFRGS 
  3. Dewick, Paul M. (2009). Medicinal Natural Products: A Biosynthetic Approach. United Kingdom: John Wiley & Sons 
  4. Heinrich, Michael, ed. (2012). Fundamentals of pharmacognosy and phytotherapy. Edinburgh: Churchill Livingstone