Rannamaari era conhecido como o demônio do mar, e segundo a lenda maldiva, aparecia após o sacrifício de uma virgem. Essa lenda é amplamente usada para contar como a população das Maldivas se converteram ao Islão.[1][2][3]

Crença editar

Os nativos das Maldivas acreditavam que um espírito maligno habitava no mar, chamado Rannamaari. Todo mês, sorteavam uma mulher jovem e virgem para servir de oferenda a Rannamaari, deixando-a no Boudkhanah (Templo dos ídolos) durante à noite. Este templo ficava localizado na costa, com uma janela voltada para o mar. Quando os nativos retornavam ao templo na manhã seguinte, encontravam a mulher estrupada e morta. A família da jovem retirava o corpo do templo e o queimavam.[1]

Versões editar

A versão contada por Ibne Batuta, é a mais utilizadas pelos guias turísticos e ensinada nas escolas das Maldivas. Esta versão iniciou-se durante uma visita de Ibne Batuta às ilhas, entre 1343 e 1344. Em seu conto, ele escreve que, no século XII, um marroquino, chamado Abu Al-Barakat, estava hospedado em uma casa no Malé, onde uma jovem da família tinha sido sorteada para a oferenda a Rannamaari. Abu Al-Barakat se ofereceu para ficar no lugar da jovem, se passando por mulher, e foi colocado no templo. Durante sua permanência no templo, ficou recitando o Alcorão, e pela janela viu que o espírito maligno, ao ouvir o Alcorão, retornou para o mar e desapareceu. Quando a família da jovem chegou ao templo pela manhã, encontrou Abu Al-Barakat ainda vivo e recitando o Alcorão. Levaram-no até ao rei. E o rei, impressionado com o relato de Abu Al-Barakat sobre o demônio e o Alcorão, se converteu ao Islão, e todos na ilha seguiram seu exemplo, e jogaram seus antigos ídolos fora.[1][4][5]

Em outra versão, conta que Abu Al-Barakat vendo o luto de uma família que teve uma jovem ofertada ao Rannamaari, propôs ao rei que deixasse ele no lugar da próxima jovem e que se ele vencesse o demônio apenas recitando o Alcorão, todos na ilha deveriam se converter ao Islão. O rei vendo que Abu Al-Barakat cumpriu com a promessa, fez todos os habitantes da ilha abraçarem a nova religião.[2]

Referências

  1. a b c Fewkes, Jacqueline H. (19 de março de 2019). Locating Maldivian Women’s Mosques in Global Discourses (em inglês). [S.l.]: Springer 
  2. a b «Women's Rights and the Shifting Tides of Islam in the Maldives». Morocco World News (em inglês). 17 de agosto de 2017. Consultado em 31 de janeiro de 2024 
  3. Babas, Latifa (20 de junho de 2018). «When Moroccan merchant Abu al-Barakat Yusuf al-Barbari converted the Maldives to Islam». Yabiladi (em inglês). Consultado em 31 de janeiro de 2024 
  4. «Maldivian history: A mockery of past and present». The Daily Panic (em inglês). 8 de novembro de 2013. Consultado em 31 de janeiro de 2024 
  5. Rehan, Mohamed (17 de outubro de 2023). «Maldives – And the journey towards an Islamic nation». The Edition (em inglês). Consultado em 31 de janeiro de 2024 
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