Relações entre Itália e Líbia

As relações entre Itália e Líbia são as relações diplomáticas estabelecidas entre a Itália e a Líbia.

Relações entre Itália e Líbia
Bandeira da Itália   Bandeira da Líbia
Mapa indicando localização da Itália e da Líbia.
Mapa indicando localização da Itália e da Líbia.
  Líbia

As relações entre ambos foram particularmente difíceis nos primeiros vinte anos da República Árabe Líbia de Muammar Gaddafi.[1] Os temas centrais em causa foram os bens confiscados de empresas e dos cidadãos italianos em 1970 e as demandas líbias de compensação pelos danos coloniais e de guerra. Um momento de forte tensão ocorreu em 1986, na sequência do bombardeio estadunidense a Trípoli e Bengazi e do ataque de mísseis líbios contra Lampedusa.[2] A situação das relações bilaterais melhorou a partir do Comunicato congiunto Dini-Mountasser de 1998 até a celebração do Tratado de amizade e cooperação de Bengazi em 2008. A Líbia de Gaddafi tornaria-se uma aliada para a Itália na costa norte africana e fornecedora de energia (gás e petróleo) até a Guerra Civil Líbia de 2011.

História

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Entre 1911 e 1947, a atual Líbia foi uma colônia italiana.[3] Ambos os países estabeleceram relações diplomáticas em 1947.

Em 1970, a Gaddafi expulsou todos os italianos da Líbia e confiscou suas posses.[3]

Embora a Líbia fosse considerada um Estado pária por grande parte da comunidade internacional sob o governo de Muammar Gaddafi, a Itália manteve relações diplomáticas com a Líbia que exportava uma quantidade significativa de seu petróleo ao país. [4] As relações entre a Itália e a Líbia aqueceram na primeira década do século XXI, quando entraram em acordos de cooperação para lidar com a imigração ilegal para a Itália. A Líbia concordou em impedir agressivamente que os imigrantes da África subsaariana usassem o país como uma rota de trânsito para a Itália, em troca de ajuda externa e das tentativas bem sucedidas da Itália para que a União Europeia retirasse as suas sanções comerciais contra a Líbia.[5]

Em 30 de agosto de 2008, a Itália reconheceu e se desculpou pelos danos e pela responsabilidade moral sofrida pelo povo líbio durante o período do colonialismo italiano, e essa foi a primeira vez na história que um país se desculpa e indeniza por sua colonização anterior.[3][6]

Em 2009, Gaddafi visitou a Itália pela primeira vez em seu governo de 40 anos.[7] No entanto, quando Gaddafi enfrentou uma guerra civil em 2011, a Itália impôs um congelamento de alguns ativos líbios ligados a ele e sua família, nos termos das sanções impostas pelas Nações Unidas [8] e, em seguida, vários países intervieram e bombardearam a Líbia. Após a morte de Muammar al-Gaddafi, a Itália reconheceu o Conselho Nacional de Transição como o governo da Líbia.

Em 26 de setembro de 2011, a companhia de energia italiana Eni anunciou que reiniciou a produção de petróleo na Líbia pela primeira vez desde o início da guerra civil líbia de 2011. O retorno rápido de Eni aos campos petrolíferos líbios refletiu as relações positivas entre Roma e Trípoli sob o Conselho Nacional de Transição. [9]

Referências

  1. «Libya - FOREIGN RELATIONS: Italy». Country Study. 
  2. «Los militares estadounidenses en Lampedusa abandonan la isla». El País 
  3. a b c Salah Sarrar. «Gaddafi and Berlusconi sign accord worth billions». Reuters 
  4. Janni, Paolo (1999). Italy in the European Monetary Union. [S.l.]: CRVP. p. 29. ISBN 1-56518-128-X 
  5. Yaghmaian, Behzad (11 de março de 2011). «Out of Africa». Foreign Affairs 
  6. «Itália vai indenizar a Líbia por colonização». Diário do Nordeste. 30 de agosto de 2008 
  7. «Gaddafi in historic visit to Italy». Al Jazeera. 12 de Junho de 2009 
  8. Martinuzzi, Elisa; Totaro, Lorenzo (8 de março de 2011). «Italian Sanctions Against Qaddafi Stop Short of Libyan-Owned Banca UBAE». Bloomberg LP 
  9. «Italy's Eni: Oil production resumes in Libya». Forbes. 26 de setembro de 2011