Revuelta de las Traiciones

A Revuelta de las Traiciones foi uma tentativa dos militares liberais de Honduras de evitar a todo custo a chegada do general Tiburcio Carías Andino à presidência.[1]

Revuelta de las Traiciones
Data 1932.
Local Honduras
Casus belli Após as eleições gerais hondurenhas de 1932, nas quais o general Tiburcio Carías Andino se declarou vencedor, os liberais declararam ter sido vítimas de fraude e, consequentemente, uma conspiração interna foi desenvolvida para impedir Carías de tomar posse do governo.
Desfecho Vitória do Exército de Honduras sobre as forças rebeldes liberais.
Beligerantes
Honduras Militares liberais Anti-Carías
Honduras Exército de Honduras
Comandantes
General José María Reina Fiallos "Chema"
General Justo Umaña Alvarado
Coronel Blas Domínguez
Coronel Pedro Domínguez
Coronel Cornelio Pineda Nájera
Coronel José María Fonseca
Coronel Napoleón Aguilar
Coronel Flores Orellana.
General Carlos Sanabria
General Juan Pérez
General Rufino Solís
General Eduardo Galeano
General Andrés García
Forças
Exército composto por militares de orientação liberal
Soldados leais aos oficiais liberais
Camponeses indígenas de Intibucá.
Exército professional de Honduras
soldados de Honduras
Polícia montada de Honduras

Antecedentes editar

Tiburcio Carías Andino, advogado de profissão e general outorgado pelas intervenções vitoriosas na Primeira Guerra Civil Hondurenha de 1919 e na Segunda Guerra Civil Hondurenha de 1924, nas quais, como candidato oficial do Partido Nacional de Honduras, obteve mais votos para ser o Presidente Constitucional, porém o presidente liberal e General Rafael López Gutiérrez recusou-se a render-se e declarou-se ditador. Em consequência, Carías foi nomeado líder da revolução e pegou em armas contra López Gutiérrez. Futuramente, Carías tentaria outra vez ser presidente, sem sucesso, até o resultado das eleições gerais de 1932 nas quais se declarou vencedor.[2] Carías Andino estava sendo beneficiado pelos Estados Unidos[1] e pelos empresários daquele país que residiam na costa norte de Honduras e até mesmo por grandes empresários nacionais, como é o caso da primeira rádio local de San Pedro Sula de propriedade do General Filiberto Díaz Zelaya que emitia propaganda política pela primeira vez na República de Honduras.

O líder liberal, o general José María Reina Fiallos "Chema", filho do general de mesmo nome José María Reina Bustillo; formado nos Estados Unidos e militar de profissão, planejou junto com outros liberais impedir que Carías Andino tomasse posse em 1 de fevereiro do ano seguinte. Embora a presidência ainda estivesse a cargo do liberal Vicente Mejía Colindres, seus comandantes fizeram uma mudança radical em suas fileiras para não entregar o governo aos nacionalistas.

Movimentos rebeldes editar

O general José María Fonseca atacou a capital, Tegucigalpa, tendo previamente enviado um ultimato ao líder liberal Vicente Mejía Colindres para que entregasse a cidade, sem resistência. Sendo derrotado em 29 de novembro e recuando para El Sauce. Fonseca foi novamente forçado a recuar para o oeste de Honduras, incapaz de controlar os avanços do general Carlos Sanabria.

Comayagua estava nas mãos do General Justo Umaña Alvarado e ali as tropas governamentais de Carlos Sanaría, Juan Pérez e Rufino Solíz, comandando quinhentos homens, foram enfrentar Umaña Alvarado, comandava novecentos homens. A batalha foi travada entre 2 e 3 de dezembro de 1932, Umaña foi derrotado, perdendo cerca de 150 homens e forçado a recuar, enquanto 250 homens de suas tropas desertaram e foram até perdoados, voltando ao trabalho agrícola.[3]

Na costa norte de Honduras, o general José María Reina Fiallos foi derrotado pelas forças governistas e forçado a recuar para as montanhas e de lá para a Guatemala. Reina Fiallos, tentou ir para a Nicarágua, onde os liberais sempre foram melhor apoiados pelos governos nicaraguenses, mas desviou e foi para Amapala e atacou a praça-forte Isla del Tire, a qual ocupou com seus homens. Imediatamente o governo hondurenho enviou o General Andrés García para retomá-la, o combate ocorreu em 28 de dezembro e Reina Fiallos, derrotado, foi obrigado a deixar o local rumo à Nicarágua.

Enquanto em território nacional, como nenhuma informação havia chegado da derrota de Reina Fiallos, os combates foram realizados isoladamente, as praças de Nacaome, Santa Bárbara, foram asseguradas pelo governo. Santa Rosa de Copán ainda resistia e foi obrigada a desistir da tentativa rebelde.[4]

Referências

  1. a b Historia de la Formación de los Partidos Políticos de Honduras, UNIVERSIDAD NACIONAL AUTONOMA DE HONDURAS
  2. GOTAS DEL SABER. La Tribuna 6 de novembro de 2021
  3. Argueta, Mario. Tiburcio Carias Andino: anatomía de una época. página 84,85
  4. Argueta, Mario. Tiburcio Carias Andino: anatomía de una época. página 85

Bibliografia editar

  • Castañeda S, Gustavo A. La Revuelta de las Traiciones. Biblioteca de la Sociedad de Geografía e Historia de Honduras, Tipografía Pro-patria, Honduras, 1937.
  • Luque, Gonzalo "Chalo", Las Revoluciones en Honduras. Memorias de un soldado Hondureño. Honduras, 1982.