Sebastião Cardoso Machado

Sebastião Cardoso Machado (Angra, c. 1570 — Angra, 30 de setembro de 1655) foi um dos heróis da Restauração na ilha Terceira, tendo-se distinguido no cerco ao Castelo de São Filipe do Monte Brasil. Exerceu diversas funções militares, com destaque paras as de tenente-governador da Fortaleza de São João Baptista de Angra e de capitaão da companhia de ordenanças que incluía a nobresa angrense[1][2][3]

Sebastião Cardoso Machado
Nascimento 1570
Angra do Heroísmo
Morte 30 de setembro de 1655
Angra do Heroísmo
Cidadania Reino de Portugal
Ocupação oficial

Biografia editar

Foi um dos heróis da Restauração na ilha Terceira, tendo-se distinguido no cerco ao Castelo, em 1642, como capitão de uma companhia de ordenanças da nobreza de Angra, e por isso provido pelos governadores da guerra como tenente do Castelo, o que foi confirmado pelo rei D. João IV, por carta de 8 de maio de 1643, tornando-se assim no primeiro tenente português, e foi também agraciado com o foro de fidalgo da Casa Real e com a comenda de São Tiago, em 1644, mas que considerou menor do que merecia pela sua nobreza.[2]

Tendo destacado-se no cerco à Fortaleza de São João Baptista da Ilha Terceira, que se rendeu a 4 de março de 1642, após um ano de cerco, foi-lhe concedido o hábito da Ordem de Santiago, em 14 de Agosto de 1642, e a mercê do foro de fidalgo, a 27 de Maio de 1643.

Foi-lhe ainda concedida a pensão de 30$000 réis, conjuntamente com o hábito da Ordem, a 16 de março do 1644.

Exerceu interinamente o cargo de tenente (tenens) da Fortaleza de São João Baptista da Ilha Terceira, por morte de seu antecessor, de 12 de abril de 1654 a 30 de setembro de 1655, data em que faleceu em virtude de ter sofrido uma queda de um cavalo, sendo homem já nos anos de velhice.[3] Sucedeu-lhe, também interinamente, o sargento-mor António do Canto de Castro.[2]

Quando morreu o governador do Castelo, Francisco Luís de Vasconcelos, em 12 de Abril de 1654, sucedeu-lhe interinamente e passou a intitular-se tenente-governador e a exorbitar do seu poder, demitindo o vedor do Castelo e o alferes, substituindo-os por um cunhado e o filho com argumento que tais nomeações eram da livre escolha do governador. O Conselho de Guerra desautorizou-o e mandou repor a legalidade.

Referências editar

  1. Miguel Cristóvão de Araújo, O Castelo de S. Filipe do Monte Brasil. Angra do Heroísmo, 1973.
  2. a b c «Machado, Sebastião Cardoso» na Enciclopédia Açoriana.
  3. a b Manuel Luís Maldonado, Fenix Angrence, vol. II, pp. 350-352. Angra do Heroísmo, Instituto Histórico da Ilha Terceira, 1990.

Bibliografia editar

  • ARAÚJO, Miguel Cristóvão de (Major). O Castelo de S. Filipe do Monte Brasil. Angra do Heroísmo: s.e., 1973. 164p. fotos.
  • CAMPOS, Alfredo Luís. Memória da Visita Régia à Ilha Terceira. Angra do Heroísmo: Imprensa Municipal, 1903.