Seminário Seráfico São Luis de Tolosa

O Seminário Seráfico São Luis de Tolosa é um prédio histórico onde hoje funciona a prefeitura municipal de Rio Negro. A estrutura foi construído pela ordem dos padres franciscanos, tendo inicialmente, recebido o Seminário Seráfico Santo Antônio em 1918, vindo de Blumenau. O Seminário, inaugurado em 1923, operou até a década de 1970 como um espaço de formação religiosa. Após um período de abandono, em 1995, a prefeitura de Rio Negro iniciou um programa de revitalização do antigo Seminário. O prédio, com cerca de 10.000 m², foi restaurado e passou a abrigar a sede administrativa da prefeitura, dividindo o espaço com as secretarias municipais.[1]

Seminário Seráfico São Luis de Tolosa
Seminário Seráfico São Luis de Tolosa
Fachada do prédio principal do Seminário
Início da construção 1918
Fim da construção 1923
Religião Catolicismo
Área 8,529,85 metro quadrados (91,8 sq ft)
Geografia
País  Brasil

História editar

O "Seminário" e o "Collegio Seraphico" têm raízes profundas que remontam a Blumenau, onde funcionava o Collegio Seraphico Santo Antonio, fundado por padres franciscanos em 1891, provenientes da Província Santa Cruz, Saxônia, Alemanha. O espaço em Blumenau era considerado limitado, e a temperatura elevada, juntamente com a dificuldade de modernizar o instituto em sua localização original, levou à busca por outra cidade. Rio Negro, no Paraná, foi escolhida devido ao cruzamento de linhas férreas, facilitando a comunicação com vários pontos do país, além de seu clima ameno.[2]

O terreno para a construção do seminário foi adquirido de Pedro Hering em 1917. As obras começaram em 1918, e em 1923, as aulas tiveram início para mais de cem alunos vindos de Blumenau, outros estados do Brasil e da Alemanha. A imponente edificação, composta por três torres e quatro pavimentos, totalizando 8.529,85m² de área construída, tornou-se o lar de uma educação abrangente. A estrutura era moderna para a época, abrangendo subsolo, térreo, primeiro, segundo e terceiro pavimentos. Diversas atividades eram realizadas em diferentes setores, desde administração, salas de aula, capela, até áreas destinadas à clausura. Os alunos eram divididos em classes primárias, curso secundário, estudo de línguas, literatura universal, ginástica, preparando-se para o sacerdócio na Ordem Franciscana.[2]

Junto ao Collegio Seraphico, o convento de São Luis de Tolosa abrigava frades-sacerdotes e irmãos leigos a serviço do seminário. O ambiente também era marcado por festas tradicionais, como a Festa de Cristo Rei e o aniversário, realizadas com pompa e circunstância. Durante seu funcionamento, o seminário recebeu figuras ilustres, incluindo Frei Evaristo Arns, Arcebispo emérito de São Paulo, Frei Quirino Schmitz, bispo de Teófilo Otoni, e Leonardo Boff, destacado teólogo da Teologia da Libertação.[2]

Quanto à situação jurídica do imóvel, ele foi tombado como Patrimônio Histórico e Cultural do Município em 1978. Em 1995, tornou-se o Parque Ecoturístico Municipal São Luis de Tolosa, oferecendo atrativos históricos, culturais e ambientais. A antiga estrutura do seminário passou a abrigar a Prefeitura Municipal em 1999.[2]

Parque Ecoturístico Municipal São Luis de Tolosa editar

 
Araucárias próximas a prédio anexo ao seminário

O Seminário está localizado dentro do Parque Ecoturístico Municipal São Luís de Tolosa, e conta com 53,87 hectares, com uma ampla reserva ambiental constituída de remanescentes da Floresta Ombrófila Mista (FOM), com uma destacada presença de Araucárias e outras árvores e fauna nativa.[3] Constitui, desde 1995, uma Área de Relevante Interesse Ecológico, e foi transformado em Unidade de Conservação de proteção integral que se destaca como o principal parque urbano da região. Antes de ser designado como tal, o parque passou por um processo de reestruturação para se adequar às diretrizes do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), estabelecido pela lei 9.985/2000.[1]

O Parque Ecoturístico Municipal São Luis de Tolosa, gerido como Parque Natural Municipal, busca garantir a proteção integral do ecossistema, possibilitando atividades de pesquisa científica, educação ambiental, recreação em contato com a natureza e turismo ecológico. Com trilhas interpretativas e uma área total de 538.792,28 m², o parque oferece oportunidades para a observação de espécies nativas e exóticas.[1] O parque desempenha um papel crucial na conservação da biodiversidade local, servindo como habitat para diversas espécies ameaçadas, como o tauató e o mocho-diabo, listados no Livro Vermelho da Fauna Ameaçada do Paraná. Além disso, contribui para a preservação de espécies de mamíferos, como jaguatirica e veado catingueiro, e aves como o jacu e o pica-pau-rei.[1]

Turismo editar

Como parque, o Seminário não apenas se destaca pela sua importância ecológica, mas também pelo seu potencial turístico. Com uma trilha interpretativa, painéis informativos e ações do Centro Ambiental Casa Branca, o parque busca sensibilizar os visitantes sobre a importância da preservação ambiental. A educação ambiental é uma peça fundamental, buscando conscientizar a população local e os visitantes sobre a necessidade de conservação e uso sustentável dos recursos naturais.[1]

Referências

  1. a b c d e Moreira, Jasmine. «A PERCEPÇÃO DO VISITANTE NA REVITALIZAÇÃO DO ANTIGO SEMINÁRIO SERÁFICO E CRIAÇÃO DO PARQUE ECOTURÍSTICO MUNICIPAL SÃO LUIS DE TOLOSA EM RIO NEGRO - PR». Consultado em 9 de janeiro de 2024 
  2. a b c d Komochena, Robson (4 de fevereiro de 2023). «Seminário Seráfico completa 100 anos; confira fotos históricas raras». Consultado em 9 de janeiro de 2024. Cópia arquivada em 10 de fevereiro de 2023 
  3. Koschinski, Patrícia Finamori de Souza; Pansera-de-Araújo, Maria Cristina; Marchesan, Jairo; Woitowic, Franciélli Cristiane Gruchowski; Vargas, Letícia Paludo (9 de dezembro de 2019). «PARQUE ECOTURÍSTICO MUNICIPAL SÃO LUÍS DE TOLOSA: conservação da biodiversidade, Educação ambiental e desenvolvimento regional». Revista Húmus (27). ISSN 2236-4358. Consultado em 9 de janeiro de 2024