Senecapetes (em armênio/arménio: սենեկապետ; romaniz.:senekapet, de seneak, "salão, câmara", e -pet, "chefe"), no Reino da Armênia, foi o título que designava o camareiro do rei. Não se sabe ao certo quais eram suas funções e qual sua diferença em relação ao hair-mardepetes (grão-camareiro). Nas Histórias Épicas de Fausto, o Bizantino, é dito que o católico Narses I, o Grande, antes de sua consagração, seguiu carreira militar e serviu como senecapetes, tendo a função de reter a espada real em eventos de Estado. Na Vida de São Narses, diz-se que era o guardião do tesouro real, porém caso seja isso, só poderia ser na capital, pois a parte do tesouro que era guardada em certas fortalezas era guardado pelo mardepetes.[1]

Para Nina Garsoïan, com base em Fausto, o ofício era claramente militar em natureza, o que faria equivalente ao "portador da espada real" ou espáforo (em grego: σπαφόρος; em persa médio: špšyl'ty / spsyrdr), mencionado na inscrição trilíngue Feitos do Divino Sapor do tempo do Sapor I (r. 240–270), ao invés dum camareiro civil. E como o mardepetes, não parece ter sido hereditário, pois foi registrado no seio de duas famílias distintas, os gregóridas e Siunis.[1] Na Bíblia, o título foi associado, por sua vez, ao ecônomo (οικονόμος) e também é designado como "camareiro real" (τον επι του κοιτωνος του βασιλέως) em Atos 12:20.[2]

Referências

  1. a b Fausto, o Bizantino 1989, p. 557.
  2. Olsen 1999, p. 327.

Bibliografia editar

  • Olsen, Birgit Anette (1999). The Noun in Biblical Armenian Origin and Word-Formation - with Special Emphasis on the Indo-European Heritage. Berlim, Nova Iorque: De Gruyter 
  • Fausto, o Bizantino (1989). Garsoïan, Nina, ed. The Epic Histories Attributed to Pʻawstos Buzand: (Buzandaran Patmutʻiwnkʻ). Cambrígia, Massachusetts: Departamento de Línguas e Civilizações Próximo Orientais, Universidade de Harvard