Somitogênese é um processo dependente de tempo e espaço que dá origem aos Somito[1]

Uma característica dos vertebrados é a formação de segmentações ao longo do corpo, isso acontece no começo do desenvolvimento embrionário e perdura até a vida adulta. Os somitos são formados durante a gastrulação, podemos encontrá-los ao lado da notocorda formando segmentações ao longo de todo o corpo.[2]

Os somitos são responsáveis pela formação das vértebras, músculo esquelético e algumas partes da derme.[3]

Durante a somitogênese a mesoderme pré-somitica, que fica nos dois lados da notocorda, se divide no sentido ântero-posterior e forma uma série de tecidos epiteliais esféricos, que são os chamados: somitos. Antes de observarmos a formação dos somitos já temos estudos de que há uma estrutura chamada somitômeros, que são os precursores dos somitos e já apresentam segmentação.

A segmentação é feita por um "relógio", ele quem regula essa segmentação, ele faz isso pela expressão de mRNA dos genes do "relógio". A expressão é feita pelos células, onde individualmente, elas ligam e desligam os genes de maneira sincronizada.[4]

Já existem evidências de que FGF, Wnt e Notch agem nos controles das ocilações. Os limites de formação dos somitos são feitos por FGF-8, que formam uma onda na parte anterior da célula que causa a formação dos somitos e sua separação do somito anterior.[5]

O modelo “clock-and-wavefront” foi proposto por Cooke e Zeeman em 1976 [6] , eles propuseram que há uma segmentação periódica da mesoderme pré-somítica em forma de oscilações intracelulares leves. Após a proposta de Cooke e Zeeman, vários modelos já foram propostos em adição a este, sendo que a maior implementação ao modelo foi a um modelo matemático ID.[7]

Após o somito ser feito ele começa a amadurecer e então a diferenciar, assim dando origem a novos tecidos: dermátomo, miótomo e esclerótomo. O dermátomo dá origem a diferentes células. A parte dorsal continua como célula epitelial enquanto a ventral dá origem aos miótomos, que então dão origem aos músculos. Já o esclerótomo dá origem ao esqueleto.

Patologias editar

Se há a alteração por mutações congênitas ou por qualquer fator mutagênico e isso causa uma alteração na morfologia do embrião, na qual há a alteração da formação dos somitos podemos ter como patologia: deformações na estrutura do esqueleto ou deformações nos músculos.

Referências

  1. Maroto, M.; Bone, R. A.; Dale, J. K. Somitogenesis. Development, v. 139, n. 14, p. 2453-6, Jul 2012. ISSN 1477-9129. Disponível em: < http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22736241 >.
  2. Hester, S. D. et al. A multi-cell, multi-scale model of vertebrate segmentation and somite formation. PLoS Comput Biol, v. 7, n. 10, p. e1002155, Oct 2011. ISSN 1553-7358. Disponível em: < http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21998560 >.Hester, S. D. et al. A multi-cell, multi-scale model of vertebrate segmentation and somite formation. PLoS Comput Biol, v. 7, n. 10, p. e1002155, Oct 2011. ISSN 1553-7358. Disponível em: < http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21998560 >.
  3. Dequeant ML, Pourquie O. Segmental patterning of the vertebrate embryonic axis. Nat. Rev. Genet.. 2008; 9:370–382. [PubMed: 18414404]
  4. Cinquin, O. Understanding the somitogenesis clock: what's missing? Mech Dev, v. 124, n. 7-8, p. 501-17, Aug 2007. ISSN 0925-4773. Disponível em: < http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17643270 >.
  5. Baker, R. E.; Schnell, S.; Maini, P. K. Waves and patterning in developmental biology: vertebrate segmentation and feather bud formation as case studies. Int J Dev Biol, v. 53, n. 5-6, p. 783-94, 2009. ISSN 1696-3547. Disponível em: < http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19557684 >.
  6. Cooke J, Zeeman EC. A clock and wavefront model for control of the number of repeated structures during animal morphogenesis. J. Theor. Biol 1976;58:455–476. [PubMed: 940335]
  7. Baker, R. E.; Schnell, S.; Maini, P. K. Mathematical models for somite formation. Curr Top Dev Biol, v. 81, p. 183-203, 2008. ISSN 0070-2153. Disponível em: < http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18023728 >.