Suicídio de Celestino Netinho

O suicídio de Celestino Netinho se refere ao caso de suicídio ocorrido em maio de 1990 e cometido por Celestino José Rodrigues Neto (1976-1990), então aluno do Colégio Militar do Rio de Janeiro. Netinho, como era mais conhecido, cometeu o suicídio dois dias após ter sido humilhado publicamente no Colégio Militar do Rio de Janeiro, por supostamente ter colado numa prova de geografia.

Íntegra da carta de suicídio deixada por Netinho, publicada pelo jornal O Globo em sua edição do dia 17 de maio de 1990.

Contexto editar

Aos 14 anos de idade o "Netinho" cursava a oitava série do referido estabelecimento de ensino castrense e, portanto, realizava o seu curso médio regularmente. Em 1990, ao fazer uma prova de geografia, foi acusado de consultar um livro e com base nesse fato recebeu uma pena de suspensão de seis dias.[1]

Não satisfeita, a direção do colégio mandou reunir o corpo discente no pátio e através de um capitão-instrutor (capitão Costa Vaz) procedeu-se a humilhação pública do adolescente, fato agravado pela presença da mãe do aluno no local.

Dois dias depois da iniquidade o menino se suicidou, após escrever uma carta pedindo desculpas à genitora, sinal dos seus bons sentimentos e caráter.

Em nota da época, a seção de relações públicas do Exército informou que a "cola" era uma transgressão disciplinar passível de expulsão do aluno do colégio, assim como o namoro e o uso de drogas.[2]

O evento foi muito noticiado pela imprensa por se tratar do suicídio de um jovem aluno do Colégio Militar.[3] Na época, o jornal O Globo trouxe a manchete "Humilhado, aluno do Colégio Militar se mata", e dizia que "as regras disciplinares do Colégio Militar são velhas e ultrapassadas, da época de Napoleão; e por isto, a instituição está parada no tempo."[4]

Referências

  1. Dapieve, Arthur (2007). Morreu na contramão: o suicídio como notícia. [S.l.]: J. Zahar Editor. ISBN 9788571109803 
  2. Baptista, Luis Antonio (1999). A cidade dos sábios reflexões sobre a dinâmica social nas grandes cidades. [S.l.]: Grupo Editorial Summus. ISBN 9788532306760 
  3. «Rede Social de Justiça e Direitos Humanos». www.social.org.br. Consultado em 2 de outubro de 2017 
  4. Globo, Memória - Jornal O. «Punição, vergonha e tragédia | Memória O Globo». memoria.oglobo.globo.com. Consultado em 23 de outubro de 2018 

Ver também editar

  Este artigo sobre direitos humanos é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.