Telê Ancona Lopez

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Therezinha Apparecida Jardim Porto, mais conhecida como Telê Ancona Lopez (Ribeirão Preto, 2 de novembro de 1938) é uma professora e pesquisadora brasileira, uma das principais estudiosas e editoras da obra de Mário de Andrade.

Telê Ancona Lopez
Nascimento 2 de novembro de 1938 (85 anos)
Ribeirão Preto
Cidadania Brasil
Ocupação especialista em literatura
Empregador(a) Universidade de São Paulo, Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo

Biografia editar

Graduou-se em Letras Neolatinas (1961), e fez especializações em Teoria Literária e Literatura Comparada, Literatura Brasileira e Literatura Portuguesa (1962). No mestrado defendeu a dissertação O se-sequestro da dona ausente: reconstrução de um estudo de Mário de Andrade a partir de suas notas de leitura (1967), obteve o doutorado com a tese Mário de Andrade: ideologia e cultura popular (1970), e a livre-docência com a pesquisa O cronista Mário de Andrade.[1]

Por longos anos, até 2008, foi a curadora do Arquivo Mário de Andrade no Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo, onde é professora titular de Literatura.[2] Participou da transcrição integral da marginália de Mário e coordenou a organização de sua correspondência e manuscritos, sua biblioteca e outros materiais.[3] Entre 2006 e 2011 coordenou o projeto temático Estudo do processo de criação de Mário de Andrade nos manuscritos de seu arquivo, em sua correspondência, em sua marginália e em suas leituras.[2] Seus escritos são referência obrigatória para o estudo da produção de Mário de Andrade, na qual é uma das principais autoridades.[4][5] Orientou diversos trabalhos de mestrado e doutorado que contribuíram para ampliar o conhecimento sobre este autor.[3]

Preparou edições do romance inédito Quatro Pessoas (com Maria Zélia Galvão de Almeida), da novela Balança, Trombeta e Battleship, do romance O Turista Aprendiz,[2] e sobretudo organizou uma importante edição crítica da obra-prima andradiana, o Macunaíma, que foi traduzida e publicada em vários países e teve três edições nacionais.[5][6] Em 2007, contando com a ajuda de colaboradores, foi encarregada de coordenar as edições de texto fiel de obras do autor num projeto conjunto das editoras Agir e Nova Fronteira e do Instituto de Estudos Brasileiros-USP, que resultou na publicação de Macunaíma, Amar, Verbo Intransitivo, Os Contos de Belazarte, Obra Imatura e Poesias Completas.[2] Também estuda outros escritores modernistas brasileiros, trabalhando nas áreas de crítica textual, crítica genética, correspondência, crônica jornalística, diários e memórias.[2] É Professora Emérita do IEB-USP.

Obras editar

Tem uma extensa série de livros, artigos e capítulos de livros publicados. Além do trabalho editorial, podem ser citados os livros:

  • Mário de Andrade, cronista do modernismo: 1920-1921, Senac, 2004
  • Mariodeandradiando, HUCITEC, 1996
  • Manuel Bandeira: Verso e Reverso, T. A. Queiroz/IEB/FAPESP, 1987
  • A imagem de Mário: Fotobiografia, Alumbramento/Crefisul, 1984
  • Macunaíma: A margem e o texto, Hucitec, 1975
  • Brasil: 1º tempo modernista: 1917-29, IEB-USP, 1973 (co-organizadora)
  • Mário de Andrade: Ramais e caminho, Duas Cidades, 1972

Referências

  1. Dick, André & Junges, Márcia. "Uma entidade brasileira". In: Revista do Instituto Humanitas — Unisinos, 2008; (268)
  2. a b c d e Souza, Nilva de. "O arquivo de Mário de Andrade na USP". Jornal GGN, 07/02/2013
  3. a b Galvão, Walnice Nogueira. "O mundo de Mário de Andrade". Teoria e Debate, 04/02/2013
  4. Ramos Júnior, José de Paula. A Fortuna Crítica de Macunaíma: primeira onda (1928-1936). Doutorado. Universidade de São Paulo, 2006, pp. 9-12
  5. a b Santiago, Silviano. "A trajetória de um livro". In: Lopez, Telê Porto Ancona (coord.). Mário de Andrade: Macunaíma, o herói sem nenhum caráter. Edição crítica. Editorial CSIC, 1988, pp. 182-193
  6. Vieira, Martha Victor & Rodrigues, Jean Carlos. "Macunaíma e o caráter nacional brasileiro: a cultura desgeograficada". In: Revista de História da UEG, 2015; 4 (2)

Ligações externas editar