Segundo o teólogo jesuíta Juan Carlos Scannone, a "Teologia do Povo" é uma versão argentina da Teologia da Libertação.

A particularidade dessa vertente seria a não utilização da metodologia marxista de análise da realidade, o que talvez seja consequência da influência peronismo na sociedade argentina.

Essa corrente se caracteriza por:

  • valorizar a cultura, a piedade e a religiosidade popular da Argentina e do conjunto da América Latina;
  • apresentar o povo como sujeito histórico-cultural e a religiosidade popular como uma forma inculturada de cristã católica no povo argentino e latino-americano;
  • valorizar mais a análise histórico-cultural do que a sócio-estrutural;
  • opção preferencial pelos pobres;
  • projeto histórico de justiça e de paz para libertar os oprimidos de uma situação de injustiça estrutural e de violência institucionalizada.[1]

O seu principal teólogo foi Lucio Gera, líder da Comissão Episcopal de Pastoral (Coepal), constituída pelos bispos argentinos após o Concílio Vaticano II. Outras importantes colaboradores foram: Justino O'Farrell, Gerardo Farrel, Rafael Tello, Alberto Sily, Fernando Boasso, Enrique Angelelli e Manuel Marengo que, em 1969, elaboraram o "Documento de San Miguel", que defende a pastoral popular pensada não só para o povo, mas a partir do povo. A ideia de fundo é que o povo latino-americano já foi evangelizado e, portanto, apresenta muitos elementos que não são apenas "sementes", mas "frutos" do Verbo.

A denominação "Teologia do Povo" foi utilizada pela primeira vez pelo jesuíta e teólogo da libertação Juan Luis Segundo que foi um critico dessa corrente.[2]

Referências

  1. A teologia do povo do Papa Francisco, acesso em 14 de setembro de 2016.
  2. A teologia do povo. Entrevista com Juan Carlos Scannone, acesso em 14 de setembro de 2016.