Teoria da verdade padrão

Teoria da verdade padrão (Truth-default theory em inglês),[1] conhecida também como teoria do pressuposto da verdade[2] ou teoria da verdade por omissão[3] é um conceito da psicologia social que descreve a tendência de passivamente considerarmos as pessoas confiáveis ou honestas a princípio, a menos que a suspeita e a desconfiança sejam ativamente desencadeadas.[1] Este fenômeno seria importante para a manutenção da vida em sociedade, pois se a desconfiança ao invés da confiança fosse assumida como padrão nas interações humanas, as pessoas não se sentiriam confortáveis o suficiente para iniciar ou fazer negócios com estranhos, os pais não deixariam seus filhos sozinhos com treinadores ou professores, e talvez nem se quer houvessem pessoas interessadas a se tornarem treinadores ou professores, por temerem serem vítimas de alguma acusação sem fundamento.[4] E de fato, na maioria das situações envolvendo interações humanas, as pessoas são mesmo sinceras, sendo uma minoria aquelas situações onde uma pessoa tenta ativamente enganar a outra. Logo, o pressuposto se fundamenta na experiência humana.[2] No entanto, uma consequência dessa tendência é a de que somos muito melhores em ientificar quando alguém está dizendo a verdade do que quando não está. Ou seja, é mais fácil identificar um ato de honestidade e sinceridade do que uma atitude ativa de enganação.[4]

Referências

  1. a b Levine, Timothy R. (outubro de 2022). «Truth-default theory and the psychology of lying and deception detection». Current Opinion in Psychology. 101380 páginas. ISSN 2352-2518. PMID 35763893. doi:10.1016/j.copsyc.2022.101380. Consultado em 24 de março de 2024 
  2. a b «Malcolm Gladwell: um filósofo pop contra as paranoias do mundo atual». VEJA. Consultado em 24 de março de 2024 
  3. «As maiores mentiras da história moderna». www.nationalgeographic.pt. 1 de abril de 2021. Consultado em 24 de março de 2024 
  4. a b Gladwell, Malcolm (10 de setembro de 2019). Talking to Strangers: What We Should Know about the People We Don't Know (em inglês). New York: Hachette UK. p. 114. 400 páginas. ISBN 9780316535625