Terra (empresa)

empresa de internet e portal web, subsidiária da Telefônica Brasil

A Terra é uma empresa brasileira de internet pertencente ao grupo espanhol Telefónica,[1] um dos maiores conglomerados de telecomunicações fixas e móveis do mundo.[2]

Terra
Terra Networks Brasil S/A
Terra (empresa)
Proprietário(s) Telefônica Brasil
Gênero portal e provedor de internet
Cadastro Opcional
País de origem  Brasil
Idioma(s) português
Lançamento 2000 (24 anos)
Endereço eletrônico terra.com.br

Lançada no Brasil após a aquisição do até então portal gaúcho de conteúdo ZAZ (ex-Nutecnet), a Terra foi escolhida pelo grupo Telefónica como parte da estratégia de iniciar suas operações de Internet na América Latina.[1][3]

Além de atuar como portal de notícias, atualmente a companhia também trabalha com aplicativos de celular, publicidade e outros serviços digitais. Em agosto de 2017, o portal Terra passou a funcionar somente no Brasil, encerrando suas atividades em parte da América Latina, Espanha e Estados Unidos.[4][5] O atual CEO da empresa é Christian Gebara.

História editar

Em 1988, Marcelo Lacerda e Sérgio Pretto criaram a Nutec Informática, empresa de software voltada para automação de escritórios em ambiente Unix e, numa segunda fase, revendedora de softwares e integradora de sistemas.[6]

Após anos de investimento no mercado de TI e na automação comercial, a Nutec decidiu investir na internet a partir do contato com universidades americanas. Para lidar com os investimentos na internet, em 1995 foi criada a Nutecnet, cujo primeiro produto foi um serviço de e-mail.[3]

Em outubro de 1995, a Nutec entrou no mercado de internet e se tornou o provedor NutecNet. O advento da internet permitiu que a NutecNet ampliasse suas ações para o mercado de varejo. A empresa cresceu e foi adquirida pelo Grupo RBS em 1996. Em dezembro do mesmo ano, o canal ZAZ foi criado.[3]

Em 20 de março de 1998, a marca ZAZ assimilou a marca NutecNet, tornando-se tanto ISP (Internet Service Provider) como ICP (Internet Content Provider). Com isso foi criado o Canal Interativo ZAZ, sendo este um dos primeiros canais de entretenimento e lazer no Brasil. Ainda assim, a marca NutecNet era mantida como ISP.[7]

Em fevereiro de 2000, o ZAZ foi adquirido pelo grupo Telefonica, substituindo a marca para Terra. Em maio do mesmo ano, a Terra Networks e a Lycos Inc se uniram em um acordo, criando a Terra Lycos. Com isso, a empresa se tornou uma das redes mais populares da internet no mundo.[8] Essa parceria se encerrou em 2004, quando a Daum Communications, um portal da Coreia do Sul, adquiriu a subsidiária norte-americana Lycos.[9]

A Terra Networks possui escritórios nos principais mercados da América Latina: Buenos Aires (Argentina), Santiago (Chile), Bogotá (Colômbia), Cidade do México e Monterrey (México), Lima (Peru) e Miami (Estados Unidos). O Terra tem sua sede no Brasil, com escritórios em São Paulo e Porto Alegre. Em 2011, o Terra foi eleito pela primeira vez como uma das 100 melhores empresas para se trabalhar, segundo pesquisa do Instituto Great Place to Work.[10]

Em 2010, a Terra passa a apoiar a Fundação Wikimedia. A empresa declarou: "Terra orgulhosamente apoia a Fundação Wikimedia. Você também pode ajudar produzindo e distribuindo conteúdo livre e disseminando conhecimento."[11]

Em 28 de junho de 2017, a Terra anunciou através de sua assessoria de imprensa que o seu portal e serviço de e-mail seriam descontinuados nos Estados Unidos, Peru, México, Chile, Colômbia, Argentina, Venezuela e Equador a partir das 23h59 de 30 de junho.[12][13] A empresa manteve serviços corporativos que fornecia em tais países, que passaram a ser oferecidos por operadoras locais do grupo Telefónica.[14] A operação brasileira da companhia, por sua vez, foi adquirida pela Telefônica Data, uma subsidiária integral da Telefônica Brasil, pela cifra de R$ 250 milhões.[1][15] A divisão da Terra no Brasil era responsável pela maior parte do lucro global da companhia, que passou a atuar apenas no país.[16]

Em junho de 2018, o Terra fechou parceria com o Grupo Estado para aumentar a produção de conteúdo de notícias.[17]

Em 2021, o Terra lançou uma nova versão do seu portal de notícias. A capa passou a oferecer grandes blocos temáticos (Notícias, Esportes, Entretenimento e Vida e Estilo), além de tabelas de campeonato de futebol, previsão do tempo, horóscopo e informações financeiras como variações da Bolsa e Câmbio.

Neste mesmo ano o Terra inaugurou três verticais de conteúdo: Terra GameOn (games e cultura geek), Terra Podcast e Diversidade+ (movimento negro, LGBTQIA+, luta das mulheres no mercado de trabalho, feminismo, direitos da população PCD e as principais notícias sobre um mundo mais diverso). Projetos especiais, como o game show Extra Life, também ganharam destaque no novo Terra.

Referências

  1. a b c «Telefônica compra Terra por R$ 250 milhões». Exame. 3 de julho de 2017. Consultado em 4 de novembro de 2023 
  2. «Perfil Corporativo». Telefônica. Consultado em 18 de julho de 2018 
  3. a b c «Portal Terra e como tudo começou». Terra. Consultado em 18 de julho de 2018 
  4. «Dona da Vivo compra portal Terra por R$ 250 milhões». O Globo. 3 de julho de 2017. Consultado em 1 de janeiro de 2023 
  5. «Portal Terra está perto do fim | Notícias | Baguete». www.baguete.com.br. Consultado em 18 de julho de 2018 
  6. «Vice-presidente de marketing internacional deixa o portal Terra - Link». Estadão. Consultado em 4 de fevereiro de 2019 
  7. «Terra Networks». experience.hsm.com.br. Consultado em 18 de julho de 2018 
  8. «Terra aposta em expansão mundial após comprar Lycos - Link - Estadão». Estadão 
  9. Don Reisinger (16 de agosto de 2010). «Lycos está viva, adquirida por $36 milhões(inglês)». CNET. Consultado em 3 de janeiro de 2018 
  10. «Terra é eleito entre melhores empresas para se trabalhar no Brasil». Terra 
  11. «Terra - Wikimedia». Consultado em 5 de julho de 2017. Cópia arquivada em 5 de julho de 2017 
  12. «Portal Terra irá encerrar operações em sete países». Jornal do Comércio. 28 de junho de 2017. Consultado em 30 de junho de 2017 
  13. Júlia Merker (29 de junho de 2017). «Portal Terra está perto do fim». Baguete. Consultado em 30 de junho de 2017 
  14. Paulo Higa (3 de julho de 2017). «Telefônica compra Terra Brasil por R$ 250 milhões». Tecnoblog. Consultado em 5 de julho de 2017 
  15. Bruno do Amaral (3 de julho de 2017). «Telefônica assume controle da Terra Networks». Tela Viva. Consultado em 5 de julho de 2017 
  16. «Telefônica Brasil fica com o controle do Terra por R$ 250 milhões». TeleSíntese. 3 de julho de 2017. Consultado em 5 de julho de 2017 
  17. «Portal Terra fecha parceria de conteúdo com o 'Estadão' - ISTOÉ Independente». ISTOÉ Independente. 4 de junho de 2018 

Ligações externas editar