Tratado de Nöteborg

O Tratado de Nöteborg, também conhecido como Tratado de Oreshek, é o nome convencional dado ao tratado de paz que foi assinado em Orekhovets (em sueco: Nöteborg) em 12 de agosto de 1323. Foi o primeiro acordo entre a Suécia e a República da Novogárdia que regulava as suas fronteiras. Três anos mais tarde, Novogárdia assinou o Tratado da Novogárdia com os noruegueses.[1]

Nome editar

No momento em que foi assinado, o tratado não tinha um nome especial, pois foi simplesmente denominado uma "paz permanente" entre as partes.[2] As publicações contemporâneas em inglês usam frequentemente o nome de "Tratado de Nöteborg" para se lhe referirem,[3] tradução directa de Nöteborgstraktaten como habitualmente referido o tratado na literatura de língua sueca. Assim, "Tratado de Oreshek" é uma tradução similar do russo.[4] Tanto "Nöteborg" como "Oreshek" são nomes antigos de uma fortaleza em Shlisselburg (Óblast de Leningrado), usada respectivamente por suecos e russos.

Recentemente, a denominação "Tratado de Pähkinäsaari" apareceu em algumas publicações de língua inglesa, como tradução directa do nome contemporâneo em finlandês do tratado: Pähkinäsaaren rauha.[5] "Pähkinäsaari" foi o nome finlandês para a ilha onde foi construída a fortaleza.

Conteúdo editar

O texto original do tratado perdeu-se; no entanto, sobreviveram cópias parciais em russo, sueco e latim, as mesmas que entram um pouco em conflito.[6]

 
O limite definido pelo Tratado de Nöteborg mostra os povos e castelos de Turku (Åbo) e Vyborg (Viborg). O mapa representa uma interpretação tradicional deste tema muitas vezes disputado

O tratado foi negociado com a ajuda de comerciantes da Liga Hanseática para concluir as Guerras sueco-novogárdias. Como uma mostra de boa vontade, Yury de Moscovo cedeu à Suécia três das suas paróquias na Carélia; em troca, a Suécia não interferiria em nenhum conflito entre Novogárdia e Narva. Ambos os lados também prometeram abster-se de construir castelos na nova fronteira.

O tratado definiu a fronteira que começava a leste e norte do Castelo de Vyborg, percorrendo ao longo dos rios Sestra e Volchya, dividindo o Istmo da Carélia pela metade, continuando ao longo da Savónia e, segundo as interpretações tradicionais, terminando no Golfo de Bótnia perto do rio Pyhäjoki. Só a parte sul da fronteira, perto de Vyborg, era na realidade considerada importante e foi claramente definida no tratado, enquanto a fronteira em territórios ermos foi definida muito por alto e foi presumivelmente considerada menos importante que o limite que cruzava o Istmo da Carélia. Também se sugeriu que o tratado teria outorgado originalmente direitos conjuntos à Suécia e a Novogárdia sobre Ostrobótnia e a Lapónia.[7]

Referências

  1. Miranda, Ulrika Junker; Anne Hallberg (2007). «Sverige i tiden - Några historiska nedslag». Bonniers uppslagsbok (em sueco). Estocolmo: Albert Bonniers Förlag. p. 910. ISBN 91-0-011462-6 
  2. «Textos do Tratado em sueco e latim como são mantidos pelo Serviço Nacional de Arquivos da Finlândia. Deve-se ter em conta que nenhum dos textos é completamente original, dado que ambos sobreviveram como cópias posteriores e possivelmente modificadas». Consultado em 26 de novembro de 2008. Arquivado do original em 27 de setembro de 2007 
  3. ver: [1] e [2].
  4. ver: [3].
  5. ver_ [4], [5] ou [6].
  6. «Nöteborgsfreden och Finlands medeltida östgräns. Andra delen. Skrifter utgivna av Svenska litteratursällskapet i Finland, No 427:2, VIII + s. 239-509. Helsingfors 1991. (97:1, 186-200). Para uma discussão detalhada sobre o conflito ver pág. 186. O texto russo está disponível em S. N. Valk, Gramoty Velikogo Novgoroda i Pskova (Moscovo: AN SSSR, 1949), 67-68.» 
  7. Gallén, Jarl: Nöteborgsfreden och Finlands medeltida östgräns, Helsingfors 1968. Asimismo, Gallén, Jarl; Lind, John: Nöteborgsfreden och Finlands medeltida östgräns, vol. 2-3, Helsingfors 1991.