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testes para Histórico do termo "romanização" no artigo na wikipedia sobre Romanização
A palavra Romanização na Grã-Bretanha, por exemplo, tinha um sentido religioso há 100 ou 200 anos; muitos a empregavam para nomear os recém-convertidos ao catolicismo. Mas esse significado se perdeu.O outro sentido diz respeito à mudança de um comportamento bárbaro para um comportamento civilizado sob influência do Império Romano. Romanização seria, portanto, o processo pelo qual povos bárbaros supostamente se tornaram civilizados. A idéia de romanização não é algo da época romana, mas um conceito forjado no início do século 20.[1]
No primeiro momento, esse conceito se tornou uma historiografia usada para chamar esses vários processos de uma cultura prevalecendo sobre a outra de "civilização dos bárbaros". Durante os séculos XIX e XX, a romanização serviu para que o próprio Império Britânico se visse como um herdeiro da civilização romana, e como ela, o seu dever era expandir esse conceito para outros povos e regiões conquistadas ou colonizadas. Se trata de um processo de mudança sócio-econômica multifacetada em termos de seu significado e mecanismos, implicando diferentes formas de interação cultural.
Conceito de Romanização por Mommsen
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Theodor Mommsen foi agraciado com o Nobel de Literatura de 1902, pela sua obra "História de Roma" onde pela primeira vez se leu o termo Romanização na descrição das ações de pensar, colonizar, controlar terras distantes e possuídas por outros povos na formação do Império Romano.
Há estudos que explicam melhor a base de estudos de Mommsen e Haverfield, que são estudos baseados na teoria de Darwin. Através desses estudos tenta-se explicar a transformação de diversas culturas (a exemplo britânico) em uma cultura "romanizada".[2]
Escola Britânica - Haverfield
editarArqueólogo, em seu trabalho "A romanização da Bretanha Romana" - publicado, pela primeira vez, em 1906, Haverfield estabeleceu um modelo para o processo de mudança progressiva, "romanização", que tem muito em comum com os conceitos de "progresso" e de "desenvolvimento" próprios do século XIX e do início do XX, período em que o Império Britânico se estabelecia e necessitava de fundamentos positivistas encontrados na história do Império Romano para justificar suas práticas imperialistas na África e na Ásia. Haverfield sugere que Roma manteve seu império de duas maneiras: organizando as defesas das fronteiras e intervindo no crescimento das "civilizações internas". O autor denomina de Romanização a maneira de não-Romanos receberem uma nova língua, cultura, arte, estilo de vida urbana e religião. Suas duas conclusões sobre o processo foram: primeiramente, romanização, no geral, visa extinguir a distinção entre romanos e provinciais, em relação à cultura material, política e língua; como outra conclusão, é afirmado que o processo não foi igual em todo lugar e não destruiu, de uma vez só, todos os traços tribais e sentimentos "nacionalistas" dos conquistados.
O pós-colonialismo e os Nativistas
editarNas décadas de 1970 e 1980, a contra-resposta dos nativistas surgiu para descentralizar as visões e teorias sobre o termo, adicionando a noção de resistência para as culturas não-Romanas. Para esse grupo, que apontou a lenta incorporação do Latim, a rápida urbanização das cidades e o aparente reviver dos Celtas no final do império, Romanização foi um pouco mais do que uma "pincelada", onde a cultura céltica sobreviveu. Para os nativistas britânicos, o modo Romano de viver não foi nem "abraçado" nem rejeitado, mas ignorado.
Abordagem de Millett
editarA partir da conceituação de Haverfield sobre Romanização, Martin Millett, não querendo reacender as tensões com os nativistas, mas tentar uma coexistência das duas teorias, conciliando a conclusão de Haverfield em relação ao "recebimento" de uma nova cultura com a teoria nativista britânica da participação ativa de toda a população conquistada. Ele o fez aceitando a hipótese de Haverfield onde a Romanização foi um processo espontâneo mas afirmando que o motor para a adoção dos símbolos da Romanitas esteve, inteiramente, nas mãos das elites nativas.
Teoria de Hingley
editarPara Richard Hingley não é possível afirmar um conceito de romano ou de cultura material romana sem recorrer a visões e opiniões modernas ou contemporâneas, ou seja, sem utilizar termos que não pertecem à época. Em seu texto o imperialismo romano, ele defende que nada no grã-bretanha e as demais provincias do imperio romano, sofreram sim influencia da humanitas romana, porém algumas culturas tidas como romanas nao necessariamente eram do império romano e sim de outros lugares que foram atribuidos a Roma. Portanto todas as provincias se influenciaram entre si, o leva a falta de credulidade do autor quando o popular diz que todas provincias foram moldadas a partir da romanização. O que pode sim ser dito é que todas as provincias foram influenciadas por Roma.
Referências
editar- ↑ Entrevista Richard Hingley: Um novo olhar sobre Roma por Ellen Nemitz.
- ↑ ARQUEOLOGIA, COLONIALISMO E DARWINISMO SOCIAL: A APLICAÇÃO DAS TEORIAS BIOLÓGICAS NOS ESTUDOS DAS SOCIEDADES HUMANAS E SUA REPERCUSSÃO NAS PESQUISAS EM ARQUEOLOGIA ROMANA (SÉCULOS XIX-XX)Rafael de Abreu e Souza (Bolsista PIBIC/CNPq) e Prof. Dr. Pedro Paulo Abreu Funari (Orientador),Núcleo de Estudos Estratégicos – NEE e Instituto de Filosofia e Ciências Humanas - IFCH,UNICAMP
- HINGLEY, Richard. O imperialismo romano: novas perspectivas a partir da Bretanha.
- Resenha - MARQUES, Juliana Bastos. Bancalari Molina, Alejandro. Orbe Romano e Imperio Global. La Romanización desde Augusto a Caracalla. Santiago: Editorial Universitaria, 2007, 330p.
- Creolizing the Roman Provinces - Jane Webster.
- Bancalari Molina, Alejandro. La teoria y el estudio de la Romanización: pluralidad de modelos. In: Orbe Romano e Imperio Global. La Romanización desde Augusto a Caracalla. Santiago: Editorial Universitaria, 2007, 330p.
- Römische Geschichte (1854-1856) - História de Roma, 5 volumes