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Sonia Gomes (Caetanópolis, Minas Gerais, 1948) é uma artista contemporânea brasileira que vive e trabalha em São Paulo, Brasil. Ela é conhecida por suas esculturas em técnica mista produzidas, principalmente, a partir de tecidos, fios e outros materiais têxteis além de objetos encontrados, colecionados ou doados a ela.[1]
Biografia
editarSonia Gomes nasceu de uma mãe negra e um pai branco em Caetanópolis, cidade de grande relevância para a indústria têxtil no Brasil, em 1948. Foi iniciada por sua avó materna em técnicas de costura, e logo depois se aproximou do bordado e da renda através do contato com a família paterna. A artista trabalhou por anos com a personalização de artigos e acessórios como roupas, bolsas e bijuterias com fins de comercialização. Ingresso no mundo da arte aconteceu após anos de experiência autodidata trabalhando com a reutilização de materiais.[2]
Formação e Carreira
editarCom formação em Direito, a artista matricula-se em disciplinas livres na Escola Guignard, na Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG), em Belo Horizonte.
Gomes combina tecidos de segunda mão com materiais do cotidiano, como móveis, troncos e arame, para criar esculturas abstratas que resgatam as tradições afro-brasileiras e o trabalho manual produzido por mulheres, culturalmente associado como artesanato e deixado às margens da história oficial.[3]
O reconhecimento internacional de seu trabalho ocorreu anteriormente a recepção da crítica nacional. Em 2015, Sonia Gomes exibiu seu trabalho na 56a Bienal de Veneza, sob titulo All the World's Futures, curada por Okwui Enwezor, representando a arte brasileira como a única artista do país na curadoria coletiva da mostra. Sonia Gomes tambem apresentou trabalhos no National Museum of Women in the Arts em Washington, Estados Unidos, e no Turner Contemporary, Inglaterra. Sua primeira exposicao individual de grande visibilidade no Brasil ocorreu apenas em 2018, no MASP.[4][5][6][7]
Suas composições partem de uma prática espontânea e casual de desconstruir e remontar objetos do cotidiano; Lágrima (2014), por exemplo, foi feita com uma toalha de mesa azul que pertenceu à família de uma amiga.[8] Por meio da reciclagem de tecidos usados, o trabalho de Gomes também evidencia um princípio de economia que pode ser lido tanto em termos das consequências do rápido e desigual desenvolvimento industrial do Brasil quanto da cultura de desperdício de consumo e destruição ambiental que o acompanha.[9]
Entre 2020 e 2022, a artista participou da exposição coletiva internacional Allied with Power: African & African Diaspora Art from Jorge M. Pérez Collection, no Pérez Art Museum Miami. No ano de 2021, a instituição PAMM, adquiriu a obra Sem título, da série Torções.[10][11]
A exposição individual O mais profundo é a pele (Skin is the deepest part) na galeria Pace, em Nova Iorque, ampliou a visibilidade da artista e foi aclamado pela crítica americana, tendo aparecido em matérias no jornal New York Times.[12][13]
Ainda em 2022, a obra Correnteza, da série Raízes, (2018), foi adquirida para a coleção permanente da National Gallery of Art, um dos museus Smithsonian nos Estados Unidos, após ter sido exibida na exposição Histórias Afro-Atlânticas, que viajou do MASP para Houston e Washington, D.C..[14][15]
Recentemente a artista passou a inserir a madeira no repertório de materiais orgânicos para a produção de seus trabalhos, que puderam ser vistos em exposição no Museu de Arte de São Paulo e na Casa de Vidro, da arquiteta Lina Bo Bardi.[16]
A artista é representada por galerias comerciais internacionalmente, são elas Blum and Poe, Los Angeles, Nova Iorque e Tóquio; Mendes Wood DM, São Paulo, Bruxelas e Nova Iorque; e Pace Gallery, Nova Iorque.[17][18][19]
Exposições Individuais (seleção)
editar- O mais profundo é a pele (Skin is the deepest part), Pace Gallery, Nova Iorque (2022)
- Quando o sol nasce em azul, Blum & Poe, Los Angeles (2021) [20]
- I Rise – I'm a Black Ocean, Leaping and Wide, Museum Frieder Burda e Salon Berlin, Baden-Baden/Berlin (2019) [21]
- Silence of color, Mendes Wood DM, Bruxelas (2019) [22]
- Still I Rise, MASP – Museu de Arte de São Paulo / Casa de Vidro, São Paulo (2018) [23]
- A vida renasce, sempre, Museu de Arte Contemporânea de Niterói, Rio de Janeiro (2018) [24]
Exposições Coletivas (seleção)
editar- Histórias Afro-Atlânticas, The Museum of Fine Arts, Houston; National Gallery of Art, Washington (2021-2022)
- Bienal de Gwangju, Gwangju, Coréia (2021) [25]
- Bienal de Liverpool, Liverpool, Reino Unido (2021) [26]
- Paisagem Inconsciente – Obras da Coleção Ursula Hauser, Hauser & Wirth, Somerset, Reino Unido (2019) [27]
- Experimenting with Materiality, Lévy Gorvy, Zurique, Suíça (2019) [28]
- Histórias Afro-Atlânticas, MASP, São Paulo, Brasil (2018) [29]
- O Triângulo Atlântico, 11ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul, Porto Alegre, Brasil (2018) [30]
- Tissage, Tressage, Fondation Villa Datris, L'Isle-sur-la-Sorgue, França (2018) [31]
- Entangled, Turner Contemporary, Margate, Reino Unido (2017) [32]
- Revival, The National Museum of Women in the Arts, Washington, EUA (2017) [33]
- 56ª Biennale di Venezia, Veneza, Itália (2015) [34]
Referências
- ↑ Cultural, Instituto Itaú. «Sônia Gomes». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 15 de fevereiro de 2023
- ↑ «Sonia Gomes». Prêmio PIPA. Consultado em 15 de fevereiro de 2023
- ↑ Langlois, Jill (28 de agosto de 2020). «Fabrics With Powerful Stories to Tell». The New York Times (em inglês). ISSN 0362-4331. Consultado em 15 de fevereiro de 2023
- ↑ «As mãos de ouro de Sonia Gomes: costura e memória». ArteVersa. 21 de junho de 2018. Consultado em 15 de fevereiro de 2023
- ↑ «A artista mineira Sonia Gomes participará da 56.ª Bienal de Veneza». Estadão. Consultado em 15 de fevereiro de 2023
- ↑ Peifer, Leonardo. «Artista plástica formada pela Escola Guignard da UEMG é notícia no New York Times». www.uemg.br. Consultado em 15 de fevereiro de 2023
- ↑ «Artista mineira Sonia Gomes ganha primeira mostra individual no Masp». Estadão. Consultado em 15 de fevereiro de 2023
- ↑ Paik, Sherry (2020). «Sonia Gomes | Artist Profile». Ocula [ligação inativa]
- ↑ «Sonia Gomes | Pace Gallery». www.pacegallery.com (em inglês). Consultado em 3 de dezembro de 2021
- ↑ «Allied with Power: African & African Diaspora Art from the Jorge M. Pérez Collection • Pérez Art Museum Miami». Pérez Art Museum Miami (em inglês). Consultado em 15 de fevereiro de 2023
- ↑ «Pérez Art Museum Miami Announces New Acquisitions by Thirteen Artists for Permanent Collection • Pérez Art Museum Miami». Pérez Art Museum Miami (em inglês). Consultado em 15 de fevereiro de 2023
- ↑ «Sonia Gomes: O mais profundo é a pele (Skin is the deepest part) | Pace Gallery». www.pacegallery.com (em inglês). Consultado em 15 de fevereiro de 2023
- ↑ Times, The New York (5 de outubro de 2022). «Art We Saw This Fall». The New York Times (em inglês). ISSN 0362-4331. Consultado em 15 de fevereiro de 2023
- ↑ Germano, Beta (29 de junho de 2020). «A mostra Histórias Afro-atlânticas viajará para Houston e Washington». Arte Que Acontece. Consultado em 15 de fevereiro de 2023
- ↑ «Acquisition: Sonia Gomes». www.nga.gov. Consultado em 15 de fevereiro de 2023
- ↑ Stoffa, Felipe (19 de novembro de 2018). «Sonia Gomes cria esculturas a partir de tecidos». Harper's Bazaar » Moda, beleza e estilo de vida em um só site. Consultado em 15 de fevereiro de 2023
- ↑ «Sonia Gomes Represented by Blum & Poe « News « Blum & Poe». www.blumandpoe.com (em inglês). Consultado em 10 de novembro de 2021
- ↑ «'Não quero ficar presa em nenhuma caixa', diz Sonia Gomes, com exposição em NY». Estadão. Consultado em 15 de fevereiro de 2023
- ↑ Rkain, Jamyle (19 de junho de 2020). «Sonia Gomes terá duas representações nos EUA e no Japão». Arte Que Acontece. Consultado em 15 de fevereiro de 2023
- ↑ «When the Sun Rises in Blue « Exhibitions « Blum & Poe». www.blumandpoe.com (em inglês). Consultado em 10 de novembro de 2021
- ↑ «Museum Frieder Burda: Sonia Gomes "I Rise – I'm a Black Ocean, Leaping and Wide"». World Art Foundations (em inglês). 12 de outubro de 2019. Consultado em 10 de novembro de 2021
- ↑ «Mendes Wood DM | Sonia Gomes - The Silence of Color». Mendes Wood DM (em inglês). Consultado em 10 de novembro de 2021
- ↑ «MASP». MASP (em inglês). Consultado em 10 de novembro de 2021
- ↑ «A Vida Renasce, Sempre». C& AMÉRICA LATINA (em inglês). Consultado em 10 de novembro de 2021
- ↑ «Sonia Gomes | Gwangju Biennale, Gwangju, South Korea « News « Blum & Poe». www.blumandpoe.com (em inglês). Consultado em 10 de novembro de 2021
- ↑ «Sonia Gomes | Liverpool Biennial of Contemporary Art». www.biennial.com (em inglês). Consultado em 10 de novembro de 2021
- ↑ «Unconscious Landscape Works from the Ursula Hauser Collection - Hauser & Wirth». www.hauserwirth.com. Consultado em 10 de novembro de 2021
- ↑ «Experimenting with Materiality: Terry Adkins, Sonia Gomes, Senga Nengudi, Carol Rama - Lévy Gorvy». www.levygorvy.com. Consultado em 10 de novembro de 2021
- ↑ «MASP». MASP (em inglês). Consultado em 10 de novembro de 2021
- ↑ «Mercosul Biennial». C& AMÉRICA LATINA (em inglês). Consultado em 10 de novembro de 2021
- ↑ «Villa Datris: "Tissage, tressage quand la sculpture défile"». World Art Foundations (em inglês). 20 de maio de 2018. Consultado em 10 de novembro de 2021
- ↑ Judah, Hettie (27 de fevereiro de 2017). «Entangled: Threads and Making». Frieze (em inglês). ISSN 0962-0672. Consultado em 10 de novembro de 2021
- ↑ «Revival | Exhibition». NMWA (em inglês). Consultado em 10 de novembro de 2021
- ↑ «Sonia Gomes reflects upon challenges and achievements as a black woman artist - Editorial». SP-Arte (em inglês). Consultado em 10 de novembro de 2021