Usuário(a):Athena Vieira/Testes

No princípio do século XVI, os portugueses traziam consigo séculos de conhecimento sobre construção de fortificações, fundamentais para a ocupação, povoamento, organização e exploração dos novos territórios. Nesse período, os domínios das técnicas construtivas da arquitetura militar não estavam restritos apenas as suas fronteiras no território ibérico, mas por boa parte da costa africana, ilhas do Atlântico e Índia. Esta expansão permitiu os portugueses ampliarem conhecimentos construtivos devido à busca de novas soluções arquitetônicas, diante às novas realidades climáticas, topográficas, de matéria prima e relativas às dificuldades e conflitos encontrados nos novos territórios ocupados. Já nos séculos XVII e XVIII. A política da Coroa Portuguesa era de fortificar, demarcar, ocupar e povoar o território que lhe cabia, faz parte da decisão pombalina de substituir as missões religiosas por freguesias, confiada a militares, a representantes do rei, e a alguns membros do clero. As fortificações portuguesas no Brasil foram estabelecidas ao longo dos principais rios. No caso da região Amazônica, o rio Amazonas e seus principais afluentes. A “Fortaleza de São José de Macapá” localiza-se na margem esquerda da foz do rio Amazonas, na atual cidade de Macapá, estado do Amapá, no Brasil. A palavra “fortaleza”, principal atributo da arquitetura militar, provem do latim fortitudo, que significa força e resistência que nos primeiros anos da colonização era uma das preocupações maiores da metrópole portuguesa no sentido de assegurar a posse do território. A fundação de fortalezas e cidades pelo vale do Rio Amazonas substituiu missões religiosas e a construção do plano urbanístico segundo moldes das cidades portuguesas, deram uma feição lusitana no povoamento. Do ponto de vista da arquitetura militar, a Fortaleza de Macapá é a que possui os elementos de uma boa fortificação: ordem, disposição, simetria, eurritmia, decoro e distribuição, lá reunidos de forma clara e completa, além da volumosa edificação, é estar situada em localização elevada. Apesar de estar preparada para possíveis invasões, a fortaleza nunca entrou em ação contra inimigos espanhóis ou franceses, ficando como exemplo de exigência de ocupação militar do território como defesa preventiva de posições estratégicas. A planta principal (interna) é composta por 4 baluartes – estrutura de fortificação da arquitetura militar - e durante toda a murada de pedra foram erguidas guaritas em pontos estratégicos para observação do entorno. A praça central era cercada por construções de inspiração clássica (com fachadas geométricas e poucos elementos decorativos) e entre as funções dessa arquitetura estavam a capela, armazéns, “casas” para oficiais e comandantes e “hospital”. No subsolo estava o “calabouço” que funcionava a princípio como local para abrigar as tribos nativas conquistadas e escravos trazidos nos navios.