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Caminhabilidade

É uma alternativa barata de locomoção, além de sustentável ao meio ambiente e saudável aos seres humanos. Tem como objetivo medir a qualidade do ambiente para os pedestres, envolvendo diversos fatores para a mobilidade a pé.[1]

1-DEFINIÇÃO

A caminhabilidade é uma forma consciente de deslocamento a pé.[2] É um meio de assegurar uma cidade mais segura, além de o pedestre desenvolver interações sociais e utilizar o ambiente ao seu redor. “Caminhar pode ser considerada como a mais saudável maneira de locomoção” (BAUER, Marlon Eduardo. 2019).[3]

Walkability (476747) - The Noun Project

2- ETIMOLOGIA

A palavra caminhanilidade vem do inglês (walkability), que segundo o dicionário Merrian-Webster (2019), "walkable", que é um conserto derivado, significa "capaz ou adequau de caminhar" [4]

3- HISTÓRIA

Desde da década de 80, movimentos buscam formas alternativas e modernas para melhorar a qualidade de vida e a sustentabilidade das cidades[3], uma nova maneira de projetar as cidades tendo como foco diminuir as distâncias das habitações até seus trabalhos e garantir a equidade social[2]. O módulo de deslocamento a pé é observado principalmente em cidades que estão se desenvolvendo[3]. “Caminhar, por vezes, é, pelo menos desde do século XVIII, um ato de resistência à corrente vigente” (DE MARTINI, Alice. 2018)[2]. Além de ser uma forma saudável, ajuda a criar vínculos sociais a partir do uso conjunto das ruas[2].

As primeiras pesquisas sobre a caminhabilidade se iniciarem em 1971, sendo usado um conceito chamado de nível de serviço, realizado por Fruin. Mas a pesquisa que foi mais aceita no meio científico foi a de Bradshaw, que mensurou a caminhabilidade em 10 categorias, iniciando seus estudos em Ottawa, no Canadá. Esse assunto ganhou mais visibilidade nos anos 2000, com o WALK 21 em Londres.[3]

4- CARACTERÍSTICAS

A capacidade de caminhar tem quatro características, sendo elas:

1- Um microambiente físico artificial agradável aos pés: Calçadas niveladas, pequenos cruzamentos, ruas estreitas, muitos recipientes de lixo, boa iluminação e ausência de obstruções[5]

2-  Destinos úteis e ativos a uma curta distância para a locomoção a pé: lojas, serviços, empregos, escritórios profissionais, recreação, bibliotecas, etc.[5]

3- Um ambiente que modere as mudanças no tempo como vento, chuva, luz do sol, etc.[5]

4- Uma cultura local e diversa que promova o contato entre as pessoas e as condições para o comércio social e econômico.[5]

5- ESPECIFICIDADES NO BRASIL

As cidades brasileiras, principalmente as capitais, são mais voltadas para a locomoção por meio de automóveis. É de se notar que a caminhabilidade no Brasil é inversamente proporcional ao tamanho da cidade, se evidenciando cidades menores terem altas taxas de deslocamento ativo. [6] Isso se dá pois a circulação de pedestres é muito vista ao consumo, ocorrendo principalmente nas áreas comerciais nas grandes metrópoles.[1]

Com isso, ocorre um déficit na acessibilidade e na caminhabilidade, já que as autoridades investem na implantação de metrôs, BRTs, entre outros. Isso dificulta principalmente a vida daqueles com deficiência e com mobilidade reduzida, como idoso, gestantes, pessoas com crianças de colo, etc.[1] Ademais, a caminhabilidade pode ser uma forma de diminuir os grandes fluxos de trânsitos nas metrópoles, sendo uma forma barata e viável.[3]

Para se medir a caminhabilidade no Brasil, o ITDP (Instituto de Políticas de Transporte e desenvolvimento) desenvolveu o iCam, o índice de caminhabilidade, que permite avaliar as condições do espaço urbano, indicando quais medidas favorecem ou não o deslocamento a pé. Essa ferramenta, na sua versão 2.0, tem 15 indicadores agrupados em 6 diferentes categorias: Calçada, Mobilidade, Atração, Segurança Viária, Segurança Pública e Ambiente. Esses indicadores são consideradas necessárias para a avaliação da caminhabilidade.[7]

  1. a b c «Cidades de Pedestres – A caminhabilidade no Brasil e no mundo». itdpbrasil.org. Consultado em 8 de dezembro de 2020 
  2. a b c d Martini, Alice de (14 de dezembro de 2018). «A Caminhabilidade como possibilidade para a sustentabilidade urbana: um estudo sobre Campinas – SP». Consultado em 8 de dezembro de 2020 
  3. a b c d e CAMINHABILIDADE: UM ESTUDO DE CASO NO MUNICÍPIO DE ROLANTE/RS, escrito por MARLON EDUARDO BAUER
  4. Índice De Caminhanilidade : Um Estudo De Caso Na Cidade De Fortaleza
  5. a b c d «Chris Bradshaw / Creating -- And Using -- A Rating System For Neighborhood Walkability Towards An Agenda For 'Local Heroes' -- 1993». www.cooperative-individualism.org. Consultado em 8 de dezembro de 2020 
  6. Leão, Ana Luiza Favarão; Cabrera, Letícia; Urbano, Mariana Ragassi; Kanashiro, Milena (00/2020). «Agregação de dados para análise da caminhabilidade: um estudo empírico». urbe. Revista Brasileira de Gestão Urbana. ISSN 2175-3369. doi:10.1590/2175-3369.012.e20190171. Consultado em 8 de dezembro de 2020  Verifique data em: |data= (ajuda)
  7. «Índice de Caminhabilidade Versão 2.0 – Ferramenta». itdpbrasil.org. Consultado em 8 de dezembro de 2020