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Como ler uma infocaixa de taxonomiaSigalionidae
[[Imagem:
Sigalion mathildae
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Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Annelida
Classe: Polychaeta
Subclasse: Errantia
Ordem: Phyllodocida
Subordem: Aphroditiformia
Família: Sigalionidae

Sigalionidae é uma família contida dentro de Aphroditiformia, formada por poliquetas escamosos. Foi descrita pela primeira vez por Kinberg em 1856 [1] e atualmente conta com 47 gêneros descritos. Ao lado de Pholoidae, é a única família dentro de Aphroditiformia que apresenta quetas compotas. Os animais deste grupo são marinhos e estão dispersos por diversas regiões do mundo.

Distribuição

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Membros da família Sigalionidae estão espalhados pelo mundo inteiro e estão normalmente localizados em comunidades bentônicas, em pequenos números. Em relação à profundidade, ocupam áreas intersticiais e águas profundas, também estando presentes em estuários. Normalmente estão associados a campos de ervas marinhas ou a sedimentos moles em águas rasas. No Pacífico Ocidental, foram reportados indivíduos vivendo entre 788 e 3353 metros [2].

Alimentação e Reprodução

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Embora haja poucas evidências que suportem a ideia, como por exemplo a presença de faringe eversível e restos de outros animais dentro do intestino de alguns sigalionideos, alguns pesquisadores propõe que sigalionideos são animais carnívoros [2].

 
Sthenelais boa

Pouco se sabe sobre a reprodução desta família, no entanto, estudos conduzidos em Sthenelais boa demonstraram uma liberação de gametas direta na coluna d'água. As larvas trocóforas destes animais são planctotróficas e, em um estudo no Japão, foram encontradas em grandes quantidades no período de Abril a Julho, coincidindo com a maior disponibilidade de fitoplânctons na região [2]. Em Sthenolepis grubei foi sugerido um ciclo reprodutivo com diferentes liberações de gameta ao longo do ano com base na informação de que, ao longo do ano, gametas maduros estão sempre presentes [2].

Morfologia

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Organismos pertencentes à família Sigalionidae normalmente apresentam corpo estreito e alongado, com ampla variação do número de segmentos, partindo de 15 e podendo chegar a incríveis 300 metâmeros. O dorso é composto por élitros nos segmentos 2,4,5 e 7; alternando até o 25° ou 27° segmento, onde eles passam a ser contínuos pelo resto do corpo [3]. Na base dos élitros estão presentes os elitróforos, projeções cuticulares que têm função de sustentação [3]. O prostômio tem formato sub-retangular e pode conter tubérculos frontais, picos cefálicos (projeções ântero laterais quitinizadas) ou aurículas (projeções com formato auricular nos ceratóforos, estruturas basais dos apêndices prostomiais) . Nem todos os organismos apresentam antena média e/ou lateral e, quando o fazem, sua posição é bastante variável [3]. Outra estrutura que pode ou não estar presente são as brânquias. Fora os gêneros Metaxypsamma e Pisionidens (utilizando-se da filogenia proposta por Gonzalez, 2017), sigalionídeos apresentam parapódios birremes que sustentam outras estruturas; com notoqueta (queta do notopódio) simples, apresentando formato levemente cônico ou espinhoso. Neuroqueta falcígera (queta composta com apêndice robusto curvado) ou espinígera (queta composta com formato semelhante ao de um cone) [3].

Ainda podem ser localizados no dorso tubérculos, papilas e outras ornamentações. Além disso, alguns gêneros apresentam órgãos e estruturas relacionadas à reprodução, discos papilares adesivos, entre outros [3].

Filogenia

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Pholoidae

Sigalionidae

Sthenelanellinae

Sigalionidae

Sigalioninae

Pisioninae

Filogenia baseada em Zhang et al.[4], demonstrando o parafiletismo de Sigalionidae

Os primeiros sigalionideos foram descritos por Audouin & Milne Edwards em 1832. Junto com Pholoidae, são as únicas famílias que apresentam quetas compostas [2].

Sigalionidae é a família mais diversa de Aphroditiformia. O alto grau de variações morfológicas e as muitas apomorfias encontradas nesse grupo tornam a sua relação filogenética interna mal resolvida. As antes consideradas famílias, Pholoididae e Pisionidae, foram sinonimizadas à Sigalionidae, sendo posicionadas juntas na família. A relação de Sigalionidae com a família Pholoidae, por sua vez, permanece incerta, uma vez que a classificação da última como família torna Sigalionidae parafilético. Pesquisas recentes sugerem que Pholoidae também seja sinonimizado à Sigalionidae, criando-se a subfamília Pholoinae. No entanto, não há consenso nessa parte, e o grupo é mantido com o status de família, mantendo assim também Sigalionidae como a única família não monofilética de Aphroditiformia [3] [5].

  1. Kinberg, J.G.H. (1856). Nya slägten och arter af Annelider, Öfversigt af Kongl. Vetenskaps-Akademiens Förhhandlingar Stockholm, 12 (9-10), 381-388 [read 1855; printed 1856]., available online at https://www.biodiversitylibrary.org/page/15970133 page(s): 387; note: uses Family "Sigalionina" based on Sigalion and includes Sthenelais and Sigalion
  2. a b c d e Beesley, P.L; Ross, G.J.B. & Glasby, C.J.. Fauna of Australia: Polychaeta and Allies. Australian Biological Resources Study/CSIRO Publishing, v. 4, 465 p., 2000
  3. a b c d e f Gonzalez, B. C., Martínez, A., Borda, E., Iliffe, T. M., Eibye-Jacobsen, D., & Worsaae, K. (2017). Phylogeny and systematics of Aphroditiformia. Cladistics, 34(3), 225–259. doi:10.1111/cla.12202
  4. Zhang, Y., Sun, J., Rouse, G. W., Wiklund, H., Pleijel, F., Watanabe, H. K., … Qiu, J.-W. (2018). Phylogeny, evolution and mitochondrial gene order rearrangement in scale worms (Aphroditiformia, Annelida). Molecular Phylogenetics and Evolution, 125, 220–231. doi:10.1016/j.ympev.2018.04.002
  5. Zhang, Yanjie, "Systematics and evolution of scale warms (aphroditiformia, polychaeta), with a focus on deep-sea species" (2017). Open Access Theses and Dissertations. 476. https://repository.hkbu.edu.hk/etd_oa/476