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A Segunda Expansão Manden

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O povo Manden, também chamado de Mandenka ou Mandingo, é composto por diversos grupos que vivem em várias partes da região sudano-saheliana, desde o Atlântico até o maciço do Air, e se estendendo até as florestas no golfo do Benin. No início do século XII, o território dos Manden era bem menor. No auge do Império de Gana, no final do século XI, três grandes grupos se destacavam: os Soninke ou Sarakolle, fundadores de Gana, que moravam nas províncias de Wagadu, Baxunu e Kaniaga; mais ao sul, na base das montanhas de Kulikoro, estavam os Sosoe ou Sosso, cuja capital era a cidade de Sosoe; e ainda mais ao sul, os Maninka ou Malinké, que viviam na região chamada Mande ou Manden, localizada na bacia do alto Níger, entre Kangaba e Siguiri.

Em busca de ouro, os Soninke foram para longe, rumo ao sul, até a borda da floresta. Acredita-se que a cidade de Djenné – que se destacou no século XV – foi fundada por comerciantes Soninke, muito antes dos árabes chegarem à região. Destacando um pouco como Djenné se desenvolveu. Arqueólogos estudaram o antigo local chamado Djenné-Djeno, e descobriram que a cidade não cresceu por causa do comércio feito pelos árabes nos séculos IX e X. Na verdade, Djenné-Djeno já existia no século III antes de Cristo. As pessoas que moravam lá faziam agricultura, criavam animais e trabalhavam com ferro. Fora do planalto de Bauchi, na Nigéria, Djenné-Djeno é o único lugar na África Ocidental onde sabemos que se fazia metalurgia naquela época.

Depois da queda de Kumbi-Sāleh no final do século XI, entre a conquista da cidade pelos Almorávidas, por volta de 1076, e a vitória de Sundiata em 1235, quando o Mali foi fundado, há poucas informações escritas sobre o Sudão ocidental. A segunda expansão dos Manden aconteceu junto com o surgimento do Mali. Os clãs Maninka partiram do alto Níger, lutaram até o Atlântico a oeste e se estabeleceram na Senegâmbia. No século XIV, os comerciantes Mandenka (Mandingo) levaram o Islã para as terras Haussa e, indo para o sul, chegaram à floresta, onde compravam ouro e nozes-de-cola de povos que ainda não eram muçulmanos. A expansão dos Mandenka foi feita de forma tanto pacífica quanto através de guerras. No território Haussa e em direção ao sul, os comerciantes e líderes religiosos (marabus) lideraram essa expansão. Já na Senegâmbia, a expansão começou com guerras, mas depois os marabus e comerciantes chegaram em grande número. Isso fez com que as províncias ocidentais se tornassem parte do antigo Manden.

O Império Manden começou a enfraquecer no século XV, mas continuou a expandir-se, especialmente para o sul. Os Maninka estabeleceram vários centros comerciais, incluindo um dos mais importantes, Begho, na região dos Bron ou Akan, conhecida por sua riqueza em ouro. Na tradição do Manden, o jovem vencedor de Kirina tinha que criar regras importantes que ainda hoje influenciam como os clãs Mandenka se relacionam entre si e com outros clãs na África ocidental. Ele foi comparado a Alexandre, o Grande, embora muitos dos feitos atribuídos a ele tenham acontecido depois. De maneira geral, foi ele quem estabeleceu as leis e a forma como o Império do Mali era organizado. Sundiata tinha muitos nomes: em soninke era chamado de Maghan Sundiata, que significa "rei Sundiata"; em maninka, era conhecido como Maridiata, ou "senhor Diata" (leão); também era chamado de Nare Maghan Konate, que significa "rei dos Konate, filho de Nare Maghan", e Simbon Salaba, que quer dizer "mestre-caçador de fronte venerável".

Segundo a tradição contada, na Kurukan Fuga, uma planície perto de Kangaba, aconteceu a Grande Assembleia (Gbara). Foi uma reunião importante dos aliados depois da vitória. O valor e a importância dessa constituição foram muito grandes. Primeiro, ela seguiu a estrutura social do Império de Gana, que reconhecia as características únicas de cada região. Além disso, Sundiata organizou o sistema das profissões, fazendo com que elas fossem passadas de pai para filho. Antigamente em Gana, as pessoas escolhiam suas profissões livremente, mas depois disso, os filhos deveriam seguir a profissão dos pais, especialmente se pertencessem a um dos quatro grupos principais de profissões.[1]

  1. unesdoc.unesco.org https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000190252. Consultado em 7 de julho de 2024  Em falta ou vazio |título= (ajuda)