Usuário(a):Chuvonixiba/Eunicidae
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editarEunicidae | |||||||||||
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Classificação científica | |||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||
Eunicide aphroditois Pallas, 1788 |
Eunicidae é uma família de Polychaeta. Podem ser tanto errantes de vida livre quanto perfuradores de substratos rochosos ou conchas, criando tubos, que são formados por uma secreção do verme, e podem ser presos a pedras ou dentro de fendas ou corais. Quanto aos hábitos alimentares, estão incluídos carnívoros de vários invertebrados, predadores, escavadores, herbívoros, onívoros e até parasitas. Tendo distribuição global, essa família é conhecida por conter várias espécies de grande tamanho e por suas poderosas mandíbulas.
Habitam fundos rochosos, arenosos ou lamosos. Há registros de eunicídeos ocupando todos os ecossistemas marinhos, possuindo grande distribuição. Desde águas rasas de regiões entre-marés até grandes profundidades. Mas a maioria é mais comuns em regiões tropicais com temperaturas quentes (mares tropicais e subtropicais).
Para interesse econômico, diversos poliquetas dos gêneros Eunice e Marphysa são altamente procurados como iscas para pescarias e comercialmente vendidos para consumo humano. Um dos mais notáveis seres dessa família é o chamado “Bobbit worm” (Eunice aphroditois), um verme iridescente, com cerdas, encontrado em maré baixa sob pedregulhos em costas no sul da Austrália, e pode chegar a medir 2 metros de comprimento.[1]
Essa família possui faringe parcialmente eversível e conjunto maxilar com ao menos um par de mandíbulas, neuropódios bem desenvolvidos e notopódios reduzidos. Eunicidae podem ter de 10 mm a 6 m de comprimento e com largura de um dedo (maioria das espécies são vermes grandes por volta dos 5-10 cm de comprimento). Também apresentam o corpo dividido em até 1500 segmentos. Eles não possuem regionalização do corpo, mas os parapódios se modificam ao longo de seu comprimento. Geralmente, a morfologia é muito semelhante nos Eunicidae, diferindo apenas na forma e número de apêndices do prostômio, e número e distribuição das brânquias. O corpo é cilindrico, geralmente alongado e tipicamente parecido com um verme. Cirros dorsais e ventrais presentes. O Prostômio é localizado anteroventralmente, com grandes lábios superiores emparelhados, com até cinco antenas (em uma linha no final do protostômio) e dois palpos ventrais em forma de almofada, distinguíveis através de uma fenda mediana ventral e fundidos total ou parcialmente ao prostômio, conferindo um aspecto bilobado. Possuem 1, 3 ou 5 antenas geralmente longas e subuladas, 1 a 4 pares de olhos dorsolaterais e um par de palpos dispostos em semi-círculos ou linha reta na
base do prostômio. O peristômio é formado por dois anéis bem definidos e um par de cirros dorsais (cirros peristomiais) podem estar presentes no 2° segmento.
O primeiro segmento com parapódios é semelhante ao seguinte, parapódios, sem cirros tentaculares. O ceratóforo pode ser anelado ou cilíndrico, pequeno ou
indistinto. A Faringe, como já mencionado, é eversível, com aparelho mandibular composto por duas mandíbulas (ventrais) e sete ou nove maxilas (labidognatas). O aparato mandibular, do tipo labidognata, é muito complexo e tem uma forte musculatura. O primeiro par de placas maxilares é em forma de fórceps e ligado a um par de suportes cobertos por uma fina camada de músculos transversais dorsais, e outras placas distintas, grandes e geralmente pareadas[4].
A mandíbula é composta por duas hastes alongadas e unidas por um ligamento. A margem anterior das peças é cortante, podendo estar impregnada de carbonato de cálcio e ser plana ou arqueada em forma de concha nas laterais em alguns gêneros (Lysidice, Palola e Nematonereis). As maxilas são placas dentadas, impregnadas com aragonita.
Os parapódios são sub-birremes, o notopódio é representado por uma base curta com cirro dorsal e com poucas acículas. O Neuropódio é composto por um lobo arredondado ou truncado, suportado por acículos grossos, e cirro ventral. Lobo neuropodial composto por lóbulos aciculares, pré e pós-setal. As brânquias, quando presentes, são dorsolaterais conspícuas simples, pectinadas ou palmadas, com até mais de 40 filamentos. Parecem pentes e estão em cada segmento do meio do corpo, exceto em Paramarphysa e Lysidice. Localizadas na base do cirro dorsal. As cerdas neuropodiais são capilares limbadas e pectinadas no feixe supra-acicular e compostas espinígeras e/ ou falcígeras ou pseudocomposta falcígera no feixe subacicular. Há presença de gancho subacicular.
O pigídio é composto por dois pares de cirros anais lisos ou moniliformes e duas estruturas muito curtas, ventrais e semelhantes a estacas. O par superior é sempre muito curto. Não existe notochaetae. A neurochaetae inclui pesados ganchos aciculares dentados, falcigers compostos delgados, e também capilaridades com poucas chaetae finas com finais parecidos com pentes. Paola não tem ganchos subaciculares.
Os modos de reprodução são variados. Eunicidae são dióicos e não mostram dimorfismo sexual. Podem apresentar reprodução sexuada ou assexuada. No caso de reprodução sexuada, são capazes de apresentar um comportamento muito especial e sincronizado, gerando o fenômeno da epitoquia. Isso consiste da geração de uma forma epítoque (ou pelágica) em certas espécies a partir de um indivíduo átoque. O epítoque é capaz de sair do seu substrato e nadar na coluna d’água para se juntar a tantos outros da sua mesma espécie para liberar gametas, o que aumenta a chance de fecundação, e o sucesso reprodutivo da espécie. Isso é possível por conta das enormes modificações sofridas por eles de modo sincronizado por hormônios, e pelas fases da lua. Estas modificações no indivíduo átoque, incluem alterações na forma da cabeça, na estrutura dos parápodes e sedas, no tamanho dos segmentos e na musculatura. Em algumas espécies de Eunicídeos, como o verme palolo (Palola viridis), os segmentos da região posterior se modificam radicalmente, transformando-se em meros transportadores de gametas que se desprendem do corpo do animal e ficam a flutuar na coluna de água. Ele se reproduz nos períodos de lua crescente nas ilhas do pacífico sul. Podem pôr seus ovos em massas gelatinosas.
São distribuídos pelo mundo todo, atualmente, 250 espécies são consideradas válidas e referem-se aos gêneros: Eunice, Palola, Euniphysa, Marphysa, Nauphanta, Nematonereis, Lysidice e Fauchaldius. A maioria das espécies pertencem ao gênero Eunice e ao gênero Marphysa. As espécies de gênero Eunice são pouco conhecidas e são encontradas em todos os oceanos e ambientes marinhos, seus representantes variam muito em tamanho, tendo de poucos centímetros a 6 metros de comprimento, algumas espécies também podem construir tubos, em diferentes substratos, consolidados ou não.
Estão presentes em todos os ambientes marinhos e em todos os oceanos. São particularmente comuns em águas rasas tropicais e subtropicais em manguezais, associadas a corais e algas calcáreas[8], mas também são encontrados em praias, costões rochosos e associados a esponjas.
A família Eunicidae foi criada por Lamarck (1818)[12]. A maioria das espécies de Eunice foi descrita até o começo do século XX, mas ainda não se sabe muito sobre elas. A monofilia de Eunicidae foi contradita em estudos filogenéticos moleculares e morfológicos anteriores, que focavam em Eunicida ou em Eunice. Um estudo recente, focado na filogenia da família, usando genes mitocondriais e nucleares chegou à conclusão de que Eunicidae e Palola (o único gênero monofilético encontrado dentro dos que foram testados) são monofiléticos.
Evolução do número de cirros e apêndices do peristômio em Eunicidae aconteceu por redução independente na ordem oposta do seu desenvolvimento ontogenético, sugerindo heterocronia sequencial. São família irmã de Onuphidae[13]. A superfamilia Eunicea, à qual pertence a família Eunicidae, é um dos poucos grupos de Polychaeta a apresentar registro fóssil. As estruturas do aparelho bucal típicas desta superfamília são abundantes no registro fóssil dos períodos Ordoviciano e Devoniano[14].
Referências
- ↑ http://www.annelida.net/nz/Polychaeta/Family/F-Eunicidae.htm
- ↑ http://www.annelida.net/nz/Polychaeta/Family/F-Eunicidae.htm
- ↑ http://ppgciac.macae.ufrj.br/images/Disserta%C3%A7%C3%B5es/Rannnyele_Passos_Ribeiro.pdf
- ↑ https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1111/j.1096-3642.2007.00302.x
- ↑ http://www.biorede.pt/page.asp?id=905
- ↑ https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1111/j.1096-3642.2007.00302.x
- ↑ http://ppgciac.macae.ufrj.br/images/Disserta%C3%A7%C3%B5es/Rannnyele_Passos_Ribeiro.pdf
- ↑ https://www.environment.gov.au/science/abrs/publications/fauna-of-australia/fauna-4a
- ↑ https://pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3462/1/566944.pdf
- ↑ https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1111/j.1096-3642.2007.00302.x
- ↑ https://www.researchgate.net/publication/40812144_Phylogeny_of_the_bristle_worm_family_Eunicidae_Eunicida_Annelida_and_the_phylogenetic_utility_of_noncongruent_16S_COI_and_18S_in_combined_analyses
- ↑ https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1111/j.1096-3642.2007.00302.x
- ↑ https://pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3462/1/566944.pdf
- ↑ https://pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3462/1/566944.pdf