Usuário(a):Ellen Heitmann de Queiroz/Testes


Projeto Biologia da Conservação

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Orelha-de-pau coletada em Vitoria da Conquista, na Reserva Florestal do Poço Escuro.

Perda e fragmentação de habitat

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A fragmentação de habitat ou formação de borda, pode ser ocasionada por mecanismos naturais ou por meio da atividade antrópica. As causas naturais incluem flutuação no clima, heterogeneidade dos solos, como também fragmentações em áreas próximas de rios, devido as mudanças nos cursos da água em decorrência de fortes chuvas [1]. Contudo a maior parte dessa fragmentação é em decorrência da ação antrópica, como o desmatamento para construção de rodovias, barragens, expansão de cidades, atividades agrícolas e mineração, assim como incêndios [2]. Todos esses fatores fragmentam habitats naturais grandes em pequenas parcelas (manchas), com menor extensão e distantes umas das outras, com uma matriz (área que separa os habitas naturais e que apresentam condições ambientais distintas do ambiente natural), o que gera não só uma perda da área total, como também uma mudança espacial do habitat [3]. Desse modo, as bordas criadas entre um fragmento (natural) e uma matriz (antropizada) expõe os ambientes à influência um do outro, gerando os chamados efeitos de borda que ocasionam diversas alterações no funcionamento do ecossistema. A fragmentação do habitat resulta em quatro efeitos no processo de fragmentação do padrão do habitat que são, o aumento no número de manchas de habitat, a redução na quantidade de habitat, a diminuição no tamanho das manchas de habitat e o aumento no isolamento das manchas. Desse modo esses quatro efeitos constituem a base da maioria das medidas quantitativas de fragmentação de habitat. Contudo, as medidas de fragmentação variam amplamente; algumas incluem apenas um efeito, enquanto outras incluem dois ou três efeitos, mas não todos [4].

Contudo, existe uma contradição no conceito de fragmentação, visto que se medimos a fragmentação pela quantidade de habitat natural mantido, porque não tratamos então somente de perda de habitat, uma vez que essa fragmentação está relacionada diretamente com a perda do habitat original. Afinal, a fragmentação de ecossistemas é uma das principais causas da perda da biodiversidade, levando em consideração que essa perda de pedaços de um habitat natural afeta diretamente as relações interespécies e seus fluxos dentro do habitat, no funcionamento dos ciclos de carbono, bioquímicos e hidrológicos, como também nas características da biomassa florestal. Além disso o tamanho do fragmento é importante, visto que fragmentos pequenos de habitat natural tem mais chances de perder todo o bioma ali presente.

Existem poucos estudos que falem diretamente sobre a fragmentação e perda de habitat para os municípios que compõe o Território de Identidade do Sudoeste Baiano. Contudo, existem trabalhos que trazem um pouco dos impactos ambientais nas vegetações e nascente como a do Rio Verruga, que foram e são desencadeados por ações antrópicas. No município de Vitoria da Conquista, por exemplo, é possível encontrar alguns artigos que falam sobre os impactos ambientais nas áreas de conservação do município, como a Reserva Florestal do Poço Escuro e a Serra do Periperi. Ao analisarmos de modo mais profundo, a Reserva Florestal do Poço Escuro localizada na vertente sul da Serra do Periperi e que se estende por dentro da área urbana do município, sofre diretamente os impactos das ações antrópicas. Desse modo devido ao local onde se localiza a reserva, esta tornou-se uma área de passagem entre bairros que circundam a área, possibilitando que a Reserva se torna-se mais susceptível a poluição seja ela de excrementos, lixos e do ar[5].

Além disso, a Serra do Periperi também sofre ações antrópicas por circundar a cidade, onde o uso desordenados do solo, agravados, nas últimas décadas, devido a devastação da sua cobertura vegetal, como também a presença de áreas degradadas devido a atividade de mineração (sobretudo retirada de areia) e de extração de lenha pela população. Por mais que não trate diretamente da fragmentação e perda de Habitat, todos esses acontecimentos geraram danos irreversíveis e perdas de espécies importantes, sejam elas plantas ou animais, como também destruição de nascentes. Hoje o Poço escuro apresenta o ultimo remanescente de Mata Atlântica do município[6].

Visto isso, é de extrema importância as análises sobre a fragmentação e perda de habitat em regiões que são pouco estudadas e que sofrem muita ação antrópica, uma vez que estão intimamente ligados a perda da biodiversidade de um ecossistema e geram efeitos muitas vezes danos irreversíveis ao habitat e as espécies que ali se abrigavam. Nesse sentido, a função deste tópico é enriquecer as informações sobre como se dá essa fragmentação e perda de habitat, o que ela afeta e quais são as consequências dessa problemática na conservação da biodiversidade do sudoeste baiano e demais regiões.

Disseminação de patógenos

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Referências

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  1. «Fragmentação de habitat: causas, consequências e mitigação - eCycle». www.ecycle.com.br. 26 de agosto de 2022. Consultado em 5 de maio de 2024 
  2. Oliveira, Camila de. «Contratação de trabalho temporário na área de eventos: vantagens e desvantagens». Consultado em 5 de maio de 2024 
  3. https://cegot.org/ojs/index.php/GOT/article/viewFile/26/5  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  4. [file:///C:/Users/werre/Downloads/Fahrig_L_Effects_of_Habitat_Fragmentation_on_Biodi.en.pt.pdf «Effects of Habitat Fragmentation on Biodiversity»] Verifique valor |url= (ajuda) (PDF) 
  5. [file:///C:/Users/werre/OneDrive/%C3%81rea%20de%20Trabalho/TCC%20SURTO/metodologia/Serra_Periperi_vegetacao.pdf «Analise temporal da vegetação da Serra do Periperi»] Verifique valor |url= (ajuda) (PDF) 
  6. «Unidades de conservação Vitoria da Conquista» (PDF). Souto