Usuário(a):Fabio Nagano/Testes

Rock Paulista


O Rock paulista de forma muito semelhante ao rock nacional teve início na década de 50 e teve seu momento de maior popularidade na década de 80.


Décadas de 50 e 60.

No início alguns cantores gravaram rock, mas não eram cantores de rock, então gravavam uma faixa aqui, outra ali. Em 1958 surgem os primeiros roqueiros paulistas propriamente ditos, os irmãos Tony e Celly Campelo. Tony grava um compacto em 1958, fato comum na época, só lançando seu álbum no ano seguinte junto com o compacto de estréia de Celly Campelo chamado “Estúpido Cupido” que foi um grande sucesso com cento e vinte mil cópias. Foi lançada inclusive uma boneca de Celly Campelo tamanho o sucesso e carisma de Celly.

Logo chegávamos à época da Jovem Guarda, nesse momento surge Os Incríveis que lançou “Era um Garoto Que Como Eu Amava os Beatles e os Rolling Stones” e Jerry Adriani. No final da década de 60 surge os Mutantes com Arnaldo Baptista, Rita Lee e Sérgio Dias, a primeira apresentação do grupo foi no programa de Ronnie Von na TV Record, a mesma onde os irmãos Campello também apresentaram um programa.

Década de 70.

Nos anos 70, o rock perde apoio na mídia e na TV, a ditadura e a repressão ganham força. Apesar disso, o rock paulista resiste. Os Mutantes continuam até 1978 depois de uma virada para o Rock Progressivo, depois da saída de Rita Lee em 1972 que segue em carreira solo acompanhada da Banda Tutti Frutti. Em 1976 ela conhece Roberto de Carvalho que se tornaria seu marido e parceiro musical, o que leva a mais uma separação, em 1978 a Banda Tutti Frutti vai embora.

A cada período temos um fenômeno, foi com Celly Campelo no período anterior, agora é com Secos & Molhados cujo álbum de estréia é de 1973, mesmo ano de sua aparição no Fantástico da Rede Globo. O disco foi um grande sucesso e vendeu mais de um milhão de cópias. No ano seguinte um novo disco e a separação da formação clássica (João Ricardo, Ney Matogrosso e Gerson Conrad).

A década de 70 apresentou ainda vários outros grupos de rock que não atingiram o estrelato, mas que conseguiram sem manter no circuito alternativo, dentre eles Made In Brazil, Som Nosso de Cada Dia, Joelho de Porco, Casa das Máquinas e Moto Perpétuo.

No final da década, na Zona Norte da Capital e na região do ABC chega ao Brasil o movimento punk. Jovens começam a ouvir discos de música punk da Europa e EUA e logo começaram a fazer sua própria música, surgiram os grupos Restos de Nada, AI-5, Cólera e Condutores de Cadáver.

Década de 80

A década de 80 marca o surgimento de inúmeras bandas e cantores de rock no Brasil e também em São Paulo. Nomes como Titãs, Ira!, RPM, Ultraje a Rigor entre outros surgiram nessa época, e alguns, entre indas e vindas, existem até hoje. Voltaram a se apresentar em programas de TV como o Cassino do Chacrinha na Rede Globo e o Perdidos na Noite da Rede Bandeirantes (O programa começou na Gazeta e passou também pela Record). Também surgiu nessa época a 89 FM, a Rádio Rock. Casas noturnas como Aeroanta, Area, Cave, Dama Xoc, Latitude 300, Madame Satã, Napalm, Paulicéia Desvairada, Rose Bom Bom e Woodstock entre outras tocavam todas as vertentes do rock, inclusive com shows ao vivo.

Com o aumento da exposição, as bandas tiveram na década seu período de maior vendagem de discos. Titãs chegou a 500 mil cópias, Ira! a 285 mil cópias, Ultraje a Rigor 250 mil cópias. Rita Lee dois milhões e duzentas mil cópias.

O recorde do período é de outro fenômeno, o RPM, com dois milhões e meio de cópias, o sucesso foi tão grande que como o Secos & Molhados na década anterior, o RPM logo chega ao fim.

No Rio de Janeiro tivemos o Rock in Rio em 1985 com a presença de Rita Lee.

Em São Paulo acontece o Hollywood Rock com a participação do Ira!, Ultraje a Rigor e Titãs.

Além dos grandes sucesso da época, outros grupos surgiram na época que não atingiram um sucesso tão grande, mas que fizeram história. Em 1981 O Festival Punk apresentava Inocentes, Ratos de Porão e Cólera. Tivemos Metrô, Magazine (Kid Vinil), Fellini, Voluntários da Pátria, Mercenárias, Zero, Akira S e as Garotas que Erraram, Korzus, Viper entre outros.

Década de 90

O período começa com a criação da MTV Brasil em 1990, a indústria do vídeo ganha força, que já vinha da década anterior como o surgimento da MTV nos EUA.

Titãs e Rita Lee permaneceram em grande atividade em relação à década passada, inclusive com o lançamento dos acústicos da MTV . O RPM retomou suas atividades sem o mesmo sucesso.

As casas noturnas permaneciam em atividade apesar da concorrência de outros gêneros musicais.

Auge da rádio Brazil 2000 ao mesmo tempo em que a 97 FM muda sua grade para música eletrônica.

Dois festivais acontecem em São Paulo, o Hollywood Rock e o Monsters of Rock.

O Hollywood Rock teve quatro edições no período em São Paulo com os Titãs em duas edições e o Dr. Sin em uma.

Surge o grupo Angra de power metal que toca no primeiro Monsters of Rock e faz a abertura dos shows do AC/DC no Brasil e atinge grande sucesso fora do país, especialmente França e Japão.

Em Santos surge o Charlie Brown Jr. que mistura vários ritmos diferentes como rock, hardcore, rap, skate punk criando um estilo único.

O Fenômeno da década foram os guarulhenses dos Mamonas Assassinas, com muita alegria no palco e nas letras, parodiando do Heavy Metal ao Sertanejo e venderam mais de um milhão e meio de cópias até o acidente aéreo que vitimou toda a banda.

Na década surge também outro gênero, o Rap Rock, vindo da periferia, com letras de cunho social. Surgem o Pavilhão 9 e Rappin' Hood.

Outras bandas que surgiram no período foram Dr. Sin, Hateen, Wry, CPM 22, Quatro Fatos, Efeito Garage,Forgotten Boys, Virgulóides, Eclyptika, Tijuana.


Anos 2000

Nos anos 2000 grupos que haviam parado voltaram a gravar e a fazer shows : Metrô, Ultraje a Rigor, RPM e os Mutantes. O Ira! para e depois volta. Os Titãs continuam em atividade mesmo com saída de vários integrantes ao longo do tempo e a morte de Marcelo Frommer em 2001.

O período marca o surgimento do Emotional Hardcore com letras simples tratando de sentimentos e emoções que rapidamente ganharam espaço principalmente com a Internet e as redes sociais com destaque para CPM 22 e NX Zero.

O Heavy Metal continua com sua produção underground, fora da grande mídia, com destaque para Shaman, Shadowside e Mindflow.

Rita Lee continua em atividade e no período ganha o Grammy Latino em 2001 de melhor disco de rock.

Em 2008 ocorre o Maquinaria Rock Festival em São Paulo com a presença de Ratos de Porão e Korzus entre outras atrações nacionais e internacionais.

Tivemos 3 edições do Rock in Rio no período no Rio de Janeiro, com a presença de Ira! e Ultraje a Rigor juntos no Rock in Rio 3, a presença do Angra no 4 e Kiara Rocks no 5, no palco principal.

Surge a Virada Cultural na cidade de São Paulo, ampliada depois para o estado de São Paulo, abrindo espaço para o rock nacional e paulista.

As bandas Angra e Charlie Brown Jr. permanecem em atividade muito grande no período. No ano de 2013 a banda Charlie Brown Jr. termina com a morte do vocalista e líder da banda Chorão. No mesmo ano, o mesmo acontece com a banda Restos de Nada com a morte de seu vocalista Douglas Alves Viscaino.

Em 2001 surge a Kiss FM, mais voltada para o Classic Rock, mas com dois programas voltados para o Rock Nacional, BR 102 e Filhos da Pátria.

A rádio Brasil 2000 muda de nome em 2006 para FM 107,3 e em 2011 encerra os trabalhos, sua programação continua pela Internet comandado por Kid Vinil e Osmar Santos Junior.

Em 2006 a 89 FM, a Rádio Rock, passa a ser pop, mas no final de 2012 volta para a programação anterior. Em 2013 a MTV Brasil encerra suas atividades na TV aberta.

No período são realizados lançamentos comemorativos de Ratos de Porão e Ultraje a Rigor. Rita Lee realiza uma turnê em 2013 celebrando 50 anos de carreira.

Surgiram no período as seguintes bandas : Aliados, Rancore, Aditive, Cérebro Eletrônico, Cansei de Ser Sexy, Gloria, Envydust, Garotas Suecas, Almah, Fake, Nove Mil Anjos, Kiara Rocks, Vespas Mandarinas e Banca.