Usuário(a):Flavio Nunes De Paula/Testes

As Palavras e as Coisas

        As palavras e as Coisas é um livro de Michel Foucault, originalmente foi publicado como Le Mots et les Choses[1] pela editora Gallimard. Foi traduzido para o português por Salma Tannus Muchail, em 1981. A editora Martins Fontes detém os direitos autorais para a língua portuguesa.
	A obra trata basicamente sobre duas teses: que a história, ao menos nos períodos abordados pelo autor, pode ser compreendida como descontínua e que a noção de sujeito enfrenta uma série de problemas.

O conceito de episteme

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Foucault refere-se a três espistemes, mais ou menos como períodos históricos. Contudo tais período não devem ser vistos como percursos de evolução, progresso ou causalidade histórica.

1. A episteme do Renascimento, durante o século XVI. Ela foi caracterizada por apresentar as noções de convenientia, aemulatio, analogia e pelo par simpatia/antipatia.[1]

2. A episteme clássica, durante os séculos XVII e XVIII. Ela possuia como um de seus aspectos principais a representação, de modo que o conhecimento foi organizado pela ordenação e pelos critérios de idendidade e diferença. Ela permitiu a possibilidade da categorização e da taxonomia sob forma das ciências da Historia Natural, Análise de Riquezas e Gramática Geral.[2]

3. A episteme moderna a partir do sec. XIX. Foi nesse período a qual, dado o desuso da representação nasceu as ciências denominada spor Foucault como empíricas: a Biologia, a Economia e Linguagem.

A morte do homem

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Outra tese que perpassa essa obra de Foucault são suas severas críticas ao, modelo teórico de, sujeito,seja na episteme clássica ou da falta de fundamento para a ideia de homem na episteme moderna.

No primeiro caso, Foucault prova que houve uma espécie duas formas de "petição de princípio". A primeira quanto ao uso da representação, de modo que sua prova é recorrer a si mesma: ''O significante e o significado só são ligados na medida em que um e outro são (ou forma ou podem ser) representados e em que um representa atualemente o outro''.[3]

No segundo caso, a partir da investigação dos conceito de semelhança e imaginação: Foucault notou que ideia de natureza humana era fundamentada pela investigação da natureza e esta se provava pela ideia de natureza humana.

De fato esses dois  conceitos funcionam para assegurar a interdependencia ,o liame recíproco da imaginação e semelhança. [4]
Esses dois argumentos demonstram portanto uma falta de fundamento legítimo da noção de sujeito da episteme clássica, seculso XVII e XVIII. Além disso, abordando a episteme seguinte, cujas configurações do saber são absolutamente diferentes, há problemas quanto a noção de homem, ou humanismo.

Agora portando que homem é concebido como objeto das nascentes ciências humanas. Dessa forma essa noção de homem apresenta problemas dado que há uma indefinição do que é o ser do homem aos quais Foucaul denominou como os duplos do homem: o empírico transcedental, o cogito e o impensado e recuo e o retorno da origem.

1. O empírico e o transcedental

Com tal noção, Foucault está indicando que na modernidade o homem é objeto de si mesmo; pois ele age ao mesmo tempo como sujeito e objeto. Ora, como é possível que a fonte do conhecimento seja ela própria? [5]

2. O Cogito e o impensado Essa expressão diz repeito a como compreender o conhecimento homem conforme Descartes supunha, com clareza e distinção, se há descobertas contemporâneas de aspectos inacessíveis e incognoscíveis do próprio homem. Foucault exemplifica pelos conceitos de inconsciente de Freud e da alienação de Marx para demonstrar que o homem não mais se mostra como transparente para si mesmo.[6]

3.O recuo e o retorno da origem Em relação á isso, Foucaul demonstra que atualmente também enfrentamos dificuldades em demosntrar o que é o homem pois não podemos definir exatamente sua origem. A exemplos das três ciencias empiricas existentes na modernidade, o homem só existe por algo já dado que é Vida, Trabalho e Linguagem.[7]


Influência

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          A crítica de Foucault tem sido influente no campo da história cultural.[8]   a escrutinar as bases do conhecimento em nossos dias e também criticar a projeção das categorias modernas do conhecimento em sujeitos que permanecem intrinsicamente inteligíveis,  apesar  do conhecimento histórico.
       As palavras e as coisas trouxe para Foucault a proeminência de uma figura intelectual na França. Uma resenha de  Jean-Paul Sartre o atacou como a última barricada da burguesia. Foucault respondeu: 'Pobre burguesia, se ela precisa de mim como 'barricada' , então ela já havia perdido o seu poder [9]
         Jean Piaget, na obra Estruturalismo, comparou a espiteme de Foucault com a noção de paradigma de Thomas Kuhn.[10]
        Francis Woolf,  acadêmico francês autor de um artigo sobre Foucault e de um livro sobre a noção de homem, (Nossa Humanidade) destaca ″como mostrou Michel Foucault em As Palavras e as Coisas antes do fim do século XVIII o homem não existia″ .[11]	                                                                                   Guilherme Castelo Branco, acadêmico brasileiro de filosofia (que pesquisa as possibilidades de liberdade e autonomia em relação as teses de Foucault sobre poder, biopoder e governamentalidade) afirma que
          Sem utilizar os criterios de causalidade histórica tradicional, suas obras descreve, de forma exaustiva, como as percepções e experiencias em foco foram se diferenciando e se superpondo, numa ordem descontínua e sempre renovada, prescindindo da noção de causalidade histórica.Por esse motivo, não se trata de uam história das ideias ou das práticas, mas de uma arqueologia do saber, ous ejam, da descrição temporal de diferentes configurações do saber, dispostas na sucessão temporal em camadas ou estratos que estão uns sobre os outros nuim processo históricos que se ordena independentemente das noções de cresciemnto racional, progresso espiritual,aumento da complexidade teórico-metodológica, etc. Na arqueologia, vemos diante de nós experiencias da ordem do saber, sem necessidade de se fazer qulaquer ecurso à ideia de origem e finalidade da história.[12]
         Ademais As palavras e as Coisas consta como um dos 100 livros do século parao jornal Le Monde Diplomatique, ocupando o 66° lugar.[13]
  1. As Palavras e as Coisas pags-35-41
  2. As Palavras e as Coisas pags-63-292
  3. As palavras e as coisas p.92
  4. As Palavras e as coisas .p. 98
  5. As Palavras e as Coisas p.439
  6. As Palavras e as Coisas p.451
  7. As Palavras e as Coisas pags-415-536
  8. Chambon, Adrienne (1999). Reading Foucault for Social Work. New York: Columbia University Press. pp. 36–37. ISBN 978-0-231-10717-4 As várias mudanças da consciência que ele ressalta nos primeiros capítulos do livro tem levado alguns acadêmicos, como Theodore Porter,<ref>Porter, Theodore (1992). Quantification and the accounting ideal in science. Social Studies of Science 22(4): pp. 633–651.
  9. Miller, James (1994). The Passion of Michel Foucault. New York: Anchor Books. p.159.
  10. Piaget, Jean (1970). Structuralism. New York: Harper & Row. p. 132.
  11. WOOLF, Francis, Nossa Humanidade p.69
  12. CASTELO BRANCO, G. Michel Foucault Filosofia e Política e. Autêntica p.27
  13. https://en.wikipedia.org/wiki/Le_Monde%27s_100_Books_of_the_Century