Usuário(a):Frutapao/Testes/mjda

Maria Julieta Drummond de Andrade (Belo Horizonte, 4 de março de 1928Rio de Janeiro, 5 de agosto de 1987) foi uma escritora brasileira.[1]

Biografia editar

Maria Julieta Drummond de Andrade nasceu em 4 de março de 1928, em Belo Horizonte (MG), filha de Carlos Drummond de Andrade e Dolores Morais Drummond de Andrade. Aos seis anos, mudou-se para o Rio de Janeiro, então capital do Brasil, onde o pai assumia a função de chefe de gabinete do ministro Gustavo Capanema, no Ministério da Educação e Saúde.

Publicou aos 17 anos o seu primeiro livro, a novela A Busca, com prefácio de Aníbal Machado. Formada em Línguas Neolatinas pela Pontifícia Universidade Católica (PUC), no Rio de Janeiro, Maria Julieta desempenharia, por mais de 30 anos, trabalho a favor das letras brasileiras na Argentina, país para o qual se mudou ao casar com o escritor e advogado portenho Manuel Graña Etcheverry, em 1949, com quem teve três filhos: Carlos Manuel, Luis Maurício e Pedro Augusto.

Além de lecionar literatura na Universidade de Buenos Aires (UBA), Maria Julieta foi também diretora da Fundação Centro de Estudos Brasileiros, mantida pela embaixada brasileira, de 1976 a 1983. Durante esse período, promoveu seminários, entrevistas e exposições com artistas argentinos e brasileiros, e foi responsável pela publicação de obras de Cecília Meireles, Mário de Andrade e Augusto dos Anjos, entre outros. Em 1980, recebeu homenagem de Personalidade do Ano, dada pela UBA. No mesmo ano, recebeu também o prêmio de melhor divulgação da literatura brasileira na Argentina, dado pela Associação Paulista de Críticos da Arte (APCA), no Brasil.

Fez traduções importantes para o português, como a Nova antologia pessoal, de Jorge Luis Borges, publicada em 1969, e verteu para o espanhol uma reunião de textos como “O cavalinho azul” e “O rapto das cebolinhas” da teatróloga brasileira Maria Clara Machado, lançado em 1979. Traduziu também a peça Emily Dickinson, de William Luce, de 1985.

Em 1977, passou a colaborar semanalmente no jornal O Globo, escrevendo crônicas, contos e memórias. Publicou também entrevistas, entre as quais a célebre conversa que teve com o pai, gravada na sala de jantar da casa do poeta numa tarde de 1984.[2]

Seus textos foram reunidos em duas antologias: Um buquê de alcachofras, de 1980, que em três meses teve duas edições, e O valor da vida, do ano seguinte.[3]

Um ano antes de voltar para o Brasil, Maria Julieta chegou a anunciar um livro que se chamaria Topázio. “[...] Só ficou na intenção, em uma lauda e meia datilografada”, afirmou Octávio de Mello Alvarenga, segundo marido da escritora. Em 1985, sob o título Diário de uma garota, Carlos Drummond de Andrade, sem consultar a filha, publicou o caderno de férias escrito quando ela tinha 13 anos. Em 1986, Maria Julieta lançou os títulos infantis Loló e o computador e, no ano seguinte, Gatos e pombos.  

Maria Julieta Drummond de Andrade faleceu em 5 de agosto de 1987, no Rio de Janeiro.

As cartas trocadas entre a cronista e seu pai ao longo de 50 anos serviram como base para o monólogo teatral Cartas de Maria Julieta e Carlos Drummond de Andrade, encenado por Sura Berditchevsky em 2012.[4][5]

Referências

  1. Maria Julieta Drummond de Andrade. Instituto Moreira Salles
  2. «Maria Julieta entrevista Carlos Drummond de Andrade». Consultado em 31 de março de 2020 
  3. «Maria Julieta Drummond de Andrade». Correio IMS. Consultado em 24 de maio de 2020 
  4. Veja carta que a filha de Drummond mandou para ele Folhinha, 26 de maio de 2012
  5. Cartas de Maria Julieta & Carlos Drummond de Andrade - São Paulo. Teatro Eva Herz