Usuário(a):Gabriel Steiger/Astorga (Paraná)

Geografia

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A partir da Lei Estadual nº. 790, de 14 de novembro de 1951, foi criado o município de Astorga, que só foi instalado oficialmente em 14 de dezembro de 1952, sendo desmembrado de Arapongas. Aqui vai uma breve apresentação do município de Astorga (Paraná):

Existem duas versões para justificar o nome do município, a primeira é que o nome Astorga foi escolhido pelo engenheiro e agrimensor russo Wladimir Babkov, segundo ele o nome foi escolhido após girar um globo terrestre e parar com o dedo indicador sobre o nome Astorga, município da Espanha, província de Leon. A segunda versão diz que foi em homenagem à cidade natal do general Ascoot, um dos diretores da Companhia de Terras Norte do Paraná, natural do Condado de Astorga, localizado na Inglaterra. Etimologicamente o termo Astorga origina-se do latim “Asturica”. Augusta: cidade romana no país dos Ástures, dedicada a Augusto, Imperador Romano.

Segundo o site da Prefeitura do Município de Astorga, a mesma está situada na região noroeste do Paraná, a 416 quilômetros da capital do estado e a 49 quilômetros de Maringá. Suas coordenadas geográficas são: Latitude 23º 13' 57" S, Longitude 51º 39' 56" W. Segundo dados obtidos através do IBGE a área territorial do município é de 434,792 km² (2019), tendo sua população estimada de 26.209 pessoas (2020).

Um fato curioso sobre o município de Astorga é que a ilustre dupla sertaneja Chitãozinho e Chororó nasceram ali e receberam homenagens no município, como seus nomes gravados no portal da cidade, e também a praça Chitãozinho e Chororó, que possui em seu entorno uma piscina em forma de violão.

A cidade de Astorga se encontra na chamada zona tropical. E onde isso se relaciona com o clima? Pois bem, o fato é que na zona tropical os raios solares incidem mais perpendicularmente (retos). Isso faz com que a temperatura nas áreas de zona tropical seja maior que nas demais áreas onde os raios solares são mais inclinados (zonas temperadas e zonas polares). Se analisarmos a classificação de Köeppen e Geiger, o clima de Astorga é definido como Cfa – Subtropical Úmido Mesotérmico, com verões quentes e pouca presença de geadas. As médias climatológicas são valores calculados a partir de um série de dados de 30 anos, sendo assim sua temperatura máxima média anual é de aproximadamente 28 °C, enquanto sua temperatura mínima média anual é aproximadamente 19°C, com valores obtidos segundo dados do site Clima Tempo. [1]

O índice pluviométrico refere-se a quantidade de chuva por metro quadrado em determinado local e também em um determinado período. Veja a seguir a pluviosidade no município de Astorga do ano 2010 até 2019 conforme os dados obtidos através do IAPAR, e o levantamento dos dados foram realizados pelo AGUASPARANA, confira: [2]

Índice pluviométrico de Astorga (2010-2019)
Ano 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
Precipitação anual acumulada (mm) 1456,8 1395,2 1560,2 1603,2 1565,7 2307,3 1794,2 1849,2 1492 1453,4
Precipitação anual Média dos 10 anos (mm) 1647,69

Repara-se uma variação nos valores de acordo com os anos, esse acontecimento, pode ser explicado de acordo com fenômenos com El Niño, ficando responsável pelo aumento da pluviosidade, e também, o La Niña responsabilizando-se pela diminuição da pluviosidade.

Geologia

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Astorga esta situada na bacia do Paraná, sua geologia originou-se através de derrames de lavas basálticas, que são formadoras de rochas ígneas, com forte características na presença de silicatos de magnésio e ferro que deixam a presença do solo mais avermelhado[3] (Mineropar, 2001). Sua bacia hidrográfica  é conhecida por estar situada em uma área sedimentar, Sendo desenvolvida sobre uma crosta continental, aonde havia várias camadas de rochas sedimentares e vulcânicas[4]. A formação Serra Geral pertencente ao grupo Bauru, originou-se por derrames de lavas basálticas no período cretáceo, que desagrega o segundo do terceiro planalto.

Uma outra formação é a de santo Anastácio, característico pela formação de solos arenosos, finos e maciços com pouca incidência de argila, sua geologia também é importante para formação de ambientes aluviais.

Relevo

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Astorga possui alguns pontos com altitudes elevadas, chegando 689 metros acima do nível do mar e localizadas em sua porção central, formando um espigão que cruza o município no sentido leste-oeste, sobre o qual está localizado o distrito sede e também do qual foi construído a PR-218. Já nas porções norte e sul estão as áreas mais baixas, com altitudes de até 380 metros, ao longo dos rios Bandeirantes do Norte e Pirapó e de seus respectivos afluentes.

A maior parte de sua área territorial apresenta relevo suave-ondulado, com declividades de até 10%. Suas declividades mais acentuadas encontram-se próximas as nascentes dos córregos e fundos de vales. A porção sul do município caracterizada pela abundante irrigação proporcionada pelos vários afluentes do Rio Pirapó, é a que possui o relevo mais acidentado, com presença de declividades predominantes entre 5 e 20%, chegando a atingir mais de 20% em muitos pontos. A maior parte do distrito sede apresenta declividades de até 10%, porém, em todo entorno da malha urbanizada ocorre o afloramento de minas e nascentes de curso d'água, o que contribui de forma abrangente para um relevo bastante acidentado. Os três distritos restantes, são os Distritos de Içara com altitude média de 580m, o Distrito de Santa Zélia com altitude média de 590m, e o distrito de Tupinamba com altitude média de 570m, os mesmos possuem a maior parte da área urbana com relevo suave e declividade de até 10%. Em apenas alguns pontos a declividade chega a atingir mais de 10%. [5]

Hidrografia

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Segundo o Plano Diretor Municipal de Astorga, o município está inserido na Bacia Hidrográfica do Rio Paranapanema / Sub-bacia do Rio Pirapó. Os principais corpos d’água da Sub-bacia do Rio Pirapó são: o Rio Pirapó e seu afluente, o Rio Bandeirantes do Norte. A sub-bacia do Rio Pirapó tem área registrada de 5.132 quilômetros quadrados, seu nascimento ocorre em Apucarana e segue percorrendo o sentido leste-oeste, na região sul do município de Astorga, estabelecendo limites com os municípios de Mandaguari, Sarandi e Maringá, onde encontra seu tributário, o rio Aurora, na divisa oeste com o município de Iguaraçu. Esse rio serve de manancial de abastecimento de água da Cidade de Maringá. Seus afluentes no município são: Ribeirão Aurora, Ribeirão Guarujá, Córrego da Anta, Ribeirão Granada, Ribeirão do Astorga, Água da Mirandeira, Água da Tossina, Ribeirão Sória, Água da Tutela, Córrego da Base, Água do Medina, Água da Sorria, Ribeirão do Cebolão, Água do Xingu e Ribeirão Paranaguá. [5]

Além da sua extensa rede de águas correntes superficiais, onde à mesma possui potencial não apenas para abastecimento publico e de irrigação, e sim, podendo expandir-se para uso de recreação e lazer, tornando se assim em atração turística de âmbito microrregional, o município de Astorga possui em seu subsolo dois grandes aquíferos subterrâneos: o Guarani e o Caiuá.

Vegetação

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Com base em dados remanescentes de vegetação e trabalho de campo levantados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) o município de Astorga localizado no estado do Paraná apresenta uma região fitoecológica e vegetação pretérita denominada Floresta Estacional Semidecidual, sua área de cobertura vegetal é área antrópica dominante por ter sido alvo de exploração, devido as necessidades e as atividades realizadas pelo homem.

Até o ano de 2020 (dois mil e vinte) as áreas do município de Astorga estão distribuídas em 2,01% de sua área zona urbana, 1,94% de florestas, 1,75% de pecuária (pastagens), 32,22% de área agropecuária, e 62,07% de área agricultável.[6]

Solo é uma coleção de corpos de corpos naturais que são constituídos por partes solidas, liquidas e gasosas, que são formados por materiais minerais e orgânicos que podem ter sido modificados pelo intemperismo ou por interferências antrópicas. O solo é organizado em camadas e/ou horizontes paralelamente e que se diferenciam através de seu material de origem inicial e pelos processos pedogenéticos ocorridos.

A distribuição dos solos do município de Astorga localizado na região noroeste, situado no estado do Paraná, segundo os dados obtidos através do BDiA o município é constituído por 3 tipos de solo, sendo Latossolo Vermelho o solo que tem maior predominância no município ocupando cerca de 59,21% de sua área seguido pelo Nitossolo Vermelho Eutroférrico ocupando 29,03% e por ultimo não menos importante que possui menor área de predominância o Neossolo Litólico Chernossolico ocupando 10,12%, restando assim 1,63% de zona urbana e 0,01% de corpos hídricos.[7]Abaixo serão apresentados os solos do município:

Latossolo Vermelho descrito pela legenda LVef (Latossolo Vermelho Eutroférrico)

Classificação:

Ordem (1° nível): Latossolo

É um solo que está em um avançado processo de alteração das rochas e minerais que o constituem. São solos na maioria das vezes bem drenados e muito profundos com camadas de solum dificilmente menor que 1 (um) metro.[8]

Subordem (2° nível): Vermelho

Solo que apresenta cor vermelha, ocorre a predominância dessa cor nos primeiros 1 (um) metro do horizonte B.[9]

Grande Grupo (3° nível): Eutroférrico

Solos que apresentam saturação por bases que é um indicativo de alta fertilidade e também apresenta elevados níveis de ferro.[10]

Sub Grupo (4° nível): Típico

São solos que não se enquadram nas outras classes ou seja não possuem características definidas em outros subgrupos.[11]

O Latossolo Vermelho possui um horizonte A moderado, textura argilosa e/ou muito argilosa, relevo local é suavemente ondulado e plano.[12]

Apresenta cores avermelhadas por possuir um alto teor de óxidos férricos presente no material de origem. É o solo responsável por grande parte de produção de grãos do país por ser predominante em áreas onde o relevo é plano e levemente ondulado.

Por se tratar de um solo profundo poroso ou muito poroso, apresentam boas condições para um desenvolvimento radicular em profundidade, é um solo altamente fértil porém, também apresenta limitações quanto a sua disponibilidade de água e a sua suscetibilidade a compactação por ser um solo muito argiloso.[13]

Latossolo Vermelho descrito pela legenda LVdf (Latossolo Vermelho Distroférrico)

Classificação:

Ordem (1° Nível): Latossolo

Subordem (2° Nível): Vermelho

Grande Grupo (3° Nível): Distroférrico

Possui elevados níveis de ferro e apresenta baixa fertilidade natural.[14]

Sub Grupo (4° Nível): Típico

Nitossolo Vermelho descrito pela legenda NVef (Nitossolo Vermelho Eutroferrico)

Classificação:[15]

Ordem (1° nível) Nitossolo;[16]

Sua característica principal é sua alta concentração de argila, isso deixa o solo mais compacto quando umedecido, dessa forma o solo tem maior capacidade de reter e armazenar essa água nos períodos de chuva beneficiando a produção agrícola, já os solos com menor compactação, ou seja menor porcentagem de argila tem mais característica de escoar a água, pois suas granulações se encontram separadas isso faz com que a água passe com mais facilidade, um teste fácil para notar a presença ou ausência de argila é, umidificando uma porção do solo, se esse solo formar "consistência" ele é argiloso, se continuar "solto" ele tem baixa presença de argila;[17]

Subordem (2° nível) Vermelho;[18]

A cor vermelha vem da presença do ferro, essa coloração ajuda os agricultores a analisarem o perfil do solo, o que ajuda na identificação da paisagem, quanto mais “roxo” maior a presença desses elementos que são muito importantes na agricultura, este tipo de solo tem formação da origem de rochas basálticas, que após fatores de intemperismo formarão os solos.[19]

Grande Grupo (3°nível) Eutroférrico;[20]

Esse grupo apresenta solos com alta quantidade de ferro, deixando o aspecto vermelho no solo;[21]

Sub Grupo (4° nível) Típico;[22]

É um solo em que o relevo é plano favorecendo á agricultura, por ser plano facilita no manejo do solo e sua produção e também influenciando na drenagem da água, sendo importante para a capacidade de agua disponível no solo. [23]

Neossolo Litólico descrito pela legenda RLm (Neossolo Litólico Chernossólico)

Classificação:

Ordem (1º nível): Neossolo (R)

São solos com pouco desenvolvimento pedogenético, ou seja é um solo que sofreu menos intemperização, com tendência de pequena profundidade ou com presença de areias quartzosas ou pela presença de camadas distintas herdadas do material de origem. Não possuem horizonte B diagnóstico definido, sendo assim, logo abaixo do horizonte A se encontra o horizonte R (rocha). [24]

Subordem (2º nível): Litólico (L)

São encontrados com facilidade em regiões que possuem relevo dissecado, que são áreas de baixa pluviosidade e poucos recursos hídricos, consequentemente os solos mais secos são os que possuem pouco férteis. São solos que apresentam sérios impedimentos para produção agrícola e florestal, por sua pequena profundidade e pedregosidade que dificultam a penetração e acesso de água e nutrientes para as raízes das plantas, sendo assim indicado para o uso de pastagens. [25]

Grande grupo (3º nível): Chernossólico (m)

São solos com A chernozêmico, ou seja, é um solo com presença do horizonte mineral superficial, parcialmente espesso, apresentando cor escura e com alta saturação por bases (valor V) de 65% ou superior, com predominância do íon cálcio e/ou magnésio.

Também constituído com argila de atividade maior ou igual a 20 cmol kg-¹ de argila na maior parte do horizonte C (inclusive CA) adentrando a partir de 50 cm a partir da superfície do solo, sem caráter carbonático. [26]

Referencias

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MONTEIRO, C. A. F. Clima. In: Geografia do Brasil: Grande Região Sul. 2 ed. v.4, Tomo I. Rio de Janeiro, IBGE, p.114-166. 1968.

NIMER, E. Climatologia do Brasil. 2.ed. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 1989. 421p

MINEROPAR (Minerais do Paraná). Atlas Geológico do Estado do Paraná. 2001. Disponível em: < http://www.mineropar.pr.gov.br/>. Acesso em: 4 de jan. 2014.

CREPANI, E.; MEDEIROS, J. S. de.; HERNANDEZ, P.; FLORENZANO, T. G.; DUARTE, V.; BARBOSA, C. C. F. Sensoriamento remoto e geoprocessamento aplicado ao zoneamento ecológico-econômico e ao ordenamento territorial. São José dos Campos: SAE/INPE, 2001.

  1. «Climatologia de Astorga». Climatempo. Consultado em 21 de setembro de 2020 
  2. «Precipitação (mm) - Astorga (2010-2019)»  |nome1= sem |sobrenome1= em Authors list (ajuda)
  3. MINEROPAR (2001). «Atlas Geológico do Estado do Paraná». Consultado em 4 de janeiro 2014 
  4. LIMA, Janete Aparecida de (2008). Geografia do município de Astorga (PDF). Maringá: Universidade Estadual de Maringá. 106 páginas 
  5. a b «Aspectos ambientais» (PDF). Consultado em 22 de setembro de 2020 
  6. «BDIA - Banco de Dados de Informações Ambientais». bdiaweb.ibge.gov.br. Consultado em 15 de outubro de 2020 
  7. «BDIA - Banco de Dados de Informações Ambientais». bdiaweb.ibge.gov.br. Consultado em 18 de novembro de 2020 
  8. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos 5° edição. [S.l.]: Embrapa. 2018. pp. 93–94 
  9. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos 5° edição. [S.l.]: Embrapa. 2018. p. 195 
  10. «Latossolos Vermelhos». www.agencia.cnptia.embrapa.br. Consultado em 1 de dezembro de 2020 
  11. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos 5° edição. [S.l.]: Embrapa. 2018. p. 77 
  12. «BDIA - Banco de Dados de Informações Ambientais». bdiaweb.ibge.gov.br. Consultado em 18 de novembro de 2020 
  13. «Latossolos Vermelhos». www.agencia.cnptia.embrapa.br. Consultado em 18 de novembro de 2020 
  14. «Latossolos Vermelhos». www.agencia.cnptia.embrapa.br. Consultado em 4 de dezembro de 2020 
  15. manual técnico de pedologia. Rio de Janeiro-RJ: IBGE. 2015. pp. 184–202 
  16. «BDIA - Banco de Dados de Informações Ambientais». bdiaweb.ibge.gov.br. Consultado em 4 de dezembro de 2020 
  17. «Agência Embrapa de Informação Tecnológica». www.agencia.cnptia.embrapa.br. Consultado em 4 de dezembro de 2020 
  18. «BDIA - Banco de Dados de Informações Ambientais». bdiaweb.ibge.gov.br. Consultado em 4 de dezembro de 2020 
  19. «Agência Embrapa de Informação Tecnológica». www.agencia.cnptia.embrapa.br. Consultado em 4 de dezembro de 2020 
  20. «BDIA - Banco de Dados de Informações Ambientais». bdiaweb.ibge.gov.br. Consultado em 4 de dezembro de 2020 
  21. «Agência Embrapa de Informação Tecnológica». www.agencia.cnptia.embrapa.br. Consultado em 4 de dezembro de 2020 
  22. «BDIA - Banco de Dados de Informações Ambientais». bdiaweb.ibge.gov.br. Consultado em 4 de dezembro de 2020 
  23. Santos, Humberto Gonçalves; Zaroni, Maria José; Clemente, Eliane de Paula. Nitossolos vermelhos. [S.l.]: ageitec 
  24. «Instituto Agronômico (IAC) - Neossolos» (PDF). www.iac.sp.gov.br. Consultado em 2 de dezembro de 2020 
  25. «Instituto Agronômico (IAC) - Neossolos» (PDF). www.iac.sp.gov.br. Consultado em 2 de dezembro de 2020 
  26. «Grandes Grupos - Portal Embrapa». Consultado em 20 de novembro de 2020