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Luiz Ghilardini (Santos, 1º de junho de 1920 - Rio de Janeiro, 4 de janeiro de 1973) foi um membro da Executiva do Comitê Central do PCdoB durante o período da ditadura militar brasileira. Foi, também, operário naval, ferreiro e jornalista.

Filho de Gino Ghilardini e Ercília Ghico. Casou-se com Orandina Ghilardini, com quem adotou um filho, chamado Gino. Em 1945, na cidade portuária de Santos no litoral paulista onde atuava na sindicância dos portuários, ingressou no Partido Comunista do Brasil. Transferiu-se em 1953 para a cidade do Rio de Janeiro na qual se tornou membro do Comitê dos Marítimos, uma importante organização partidária da época.

Família torturada

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No dia 4 de janeiro de 1973, sua casa na rua Guararema foi invadida por 13 homens armados. Luiz, com 53 anos, a esposa e o filho Gino, de apenas oito anos foram levados encapuzados e presos. Os três começaram a ser torturados ali mesmo na residência da família. Mais tarde foram levados ao DOI-CODI onde as sessões de tortura continuaram e Luiz Ghilardini vem a falecer. Sua esposa e o filho do casal são transferidos para um quartel do Exército, quando três dias depois o menino é levado a um serviço de assistência ao menor. Orandina Ghilardini, passou a ser interrogada diariamente e somente nove dias depois soube da morte do marido através de um dos torturadores: “Seu homem bancou o durão e foi pro inferno e você também está a caminho para lhe fazer companhia”. Ela só foi liberada três meses depois, quando reencontrou o filho Gino.

Morte forjada

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Para forjar sua morte, seu corpo foi coberto de tiros para assim simular que Luiz havia sido morto em um tiroteio. Seu corpo foi encontrado na Rua Girapimirim com a Rua Turvânia (RJ). O corpo de Ghilardini entrou no IML no dia 5 de janeiro de 1973 como desconhecido, descrito apenas como “morto quando reagiu às Forças de Segurança”. A necropsia, realizada nesse mesmo dia e foi assinada pelos legistas Salim Raphael Balassiano e Rubens Pedro Macuco Janini, que confirmaram a morte em tiroteio, porém, registraram que “o membro superior direito exibe sinais de lesões violentas”. Reconhecido no mesmo dia pelo Serviço de Identificação do Instituto Félix Pacheco (RJ), foi enterrado logo no dia seguinte como indigente, no Cemitério de Ricardo de Albuquerque (RJ), na cova 22.708 da quadra 21 e em 20 de março de 1978, seus restos mortais depois foram transferidos para um ossário-geral e, entre 1980 e 1981, enterrados em uma vala clandestina localizada nesse mesmo cemitério.

Resolução

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Anos depois no dia 29 de fevereiro de 1996, o processo do caso de Luiz Ghilardini (caso 142/96) foi deferido pela CEMDP (Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos) por unanimidade, tendo como relatora Suzana Keniger Lisbôa.