Usuário(a):Gisele Siilveira/Testes
Aline Ngrenhtabare Lopes Kayapó | |
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Nascimento | 00 de dezembro de 0 Belém - PA |
Nacionalidade | brasileira |
Etnia | Povo Mebengokré, Aymara-Peru e Tupinambá de Uruitá |
Filho(a)(s) | 1 |
Ocupação | Advogada Escritora Pesquisadora Ativista indígena Ambientalista |
Biografia
editarAline Ngrenhtabare Lopes Kayapó é escritora; ilustradora; ceramista; batedora de açaí; artista plástica; pesquisadora indígena; empreendedora; ativista no movimento indígena nacional; coordenadora conjunta no instituto Cartografando Saberes, ligados ao Núcleo de altos estudos da Amazônia- UFPA; membra fundadora do Movimento Wayrakunade; secretária de comunicação regional do Movimento Unido dos Povos e Organizações Indígenas da Bahia (Mupoiba); membra fundadora da Coletiva Terra; membra do Grumin (grupo de mulheres indígenas liderado por Eline Potiguara) e mãe de Yupanki Bepriabati. É integrante do povo Mebengokré, Aymara-Peru e Tupinambá de Uruitá, que faz parte do município de Vigia de Nazaré, no estado de Pará.
Nascimento
editarNascida na Santa Casa de Misericórdia em Mairi, atual cidade de Belém, no estado do Pará, cresceu nos bairros Jurunas e Terra Firme, desde muito nova, Aline foi introduzida às artes cênicas, desenvolvendo uma perspectiva crítica. Aos 16 anos, teve seu primeiro contato com o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e com movimentos de ocupação urbana, o que fortaleceu seu desejo de trabalhar com questões de vulnerabilidade social.
Trajetória
editarUniversidade
editarIngressando na universidade para cursar Direito, pelo centro universitário UniFTC, Aline percebeu a necessidade de afirmar sua identidade em um ambiente onde o corpo e a expressão pessoal são significativos. Ela se encontrou em um espaço jurídico onde via não apenas ruínas, mas também uma sociedade com valores morais distorcidos e injustiças profundas.
"Entrei na universidade em um tempo em que já era necessário dizermos quem somos. Um lugar onde seu corpo fala, e o meu gritava em silêncio. Digo isso, porque não é novidade que desse alicerce jurídico em nossa sociedade só restam ruínas, e uma garça com suas patas atoladas na lama de um direito imoral, mergulhado no sangue de nossos antepassados."[1]
Movimento Feminista Indígena
editarAo longo de sua jornada, Aline se identificou com o movimento feminista, porém percebeu também suas limitações para compreender as complexidades e especificidades das mulheres indígenas. Essa percepção a motivou a criar o "Wayrakunas", um movimento de mulheres indígenas focado na solidariedade mútua e na resistência, visando proteger não apenas seus corpos, mas também os seus territórios.
Carreira
editarAline publicou grandes trabalhos, como o artigo “Mulheres indígenas - indígenas mulheres: Corpos-territórios-devastados-interditados”[2], onde é abordado temas como racismo ambiental, heranças colonialistas, e a resistência de mulheres indígenas. No Blog Companhia das Letras, também há alguns trabalhos literários produzidos por Aline, como a “Literatura indígena: espelho presente de memórias ancestrais”, onde é relatado as consequências do colonialismo e a perpetuação do epistemicídio (morte da construção de um conhecimento, quando uma cultura se sobrepões a outra), a necessidade da valorização da literatura indígena, e a luta desses povos.
"A nossa luta prioritária não é para que sejamos incluídos ou integrados na academia de letras. Primeiramente, essas palavras, “inclusão e integração”, causam em mim o que os dentistas chamam de bruxismo: ranjo os dentes só de pensar. Nós, indígenas, jamais seremos integrados, pois se nos integrarmos à sociedade nacional, nos desintegramos da nossa sociedade originária e vice-versa. O que propomos é a interação, pois, quando interagimos, conseguimos compartilhar o que é nosso e absorver o que é do outro, sem deixar de lado a nossa essência para viver a essência do outro."[3]
A trajetória de Aline é um testemunho vivo de sua dedicação incansável às causas indígenas, à busca pela justiça social e à preservação das identidades culturais. Sua jornada é uma inspiração para aqueles que buscam a justiça, o reconhecimento e a valorização das comunidades indígenas, destacando a importância da interculturalidade e do respeito mútuo para um mundo mais inclusivo e equitativo.
Lista de obras
editarLiteratura infantil
- Nós: Uma antologia de literatura indígena (2018)
Referências
- ↑ https://www.santoandre.sp.gov.br/biblioteca/pesquisa/arquivo.asp?file=435986.PDF, Kayapó, Aline (2022). Guerreias da Ancestralidade.
- ↑ https://periodicos.ufes.br/revapees/article/view/33965/22719, Publicado - 14-01-2021
- ↑ https://www.companhiadasletras.com.br/BlogPost/5708/literatura-indigena-espelho-presente-de-memorias-ancestrais, Publicado- 04-12-2020