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José Lontra Fagundes Filho (Rio de Janeiro, 16 de junho de 1956), mais conhecido como Juca Filho é violinista, compositor, diretor de musicais e professor brasileiro vencedor dos Prêmios Colunistas Ouro Nacional de 1991 e Colunistas Prata de 1992. A partir de 1988 passou a atuar também como roteirista dos programas de humor "Casseta & Planeta Urgente!", Os Trapalhões, Sai de Baixo, A Grande Família, Sob Nova Direção, Toma Lá Dá Cá, dentre outros da Rede Globo.

Música & Criação Musical

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Juca Filho é licenciado em Música pela atual Universidade do Rio de Janeiro (UNI-RIO), em 1977.

A partir de 1976, trabalhou em várias áreas da carreira musical. Como músico participou de grupos de choro (Éramos Felizes, 1977-1979)[1] e forró (Forrobodó, 1978-1979), trabalhando sob contrato com a Prefeitura e o Departamento de Parques e Jardins da Prefeitura do Rio de Janeiro, se apresentando em praças, conjuntos habitacionais, parques e outros espaços públicos em todo o município. Paralelamente, formou o grupo Cantares (1977-1979)[2], onde era, ao lado do seu parceiro Zé Renato, o principal compositor, realizando shows em vários teatros e espaços importantes do Rio, tendo gravado um compacto duplo pelo selo Funarte/Vitrine (1978) e participado da trilha sonora original da novela “Maria Bueno” (Tv Bandeirantes-Paraná, 1979)[3].

Em 1981, gravou e produziu "Juca Filho & Amigos Músicos", LP independente, depois lançado pela PolyGram em 1982. Fez inúmeros shows no Rio e em outras capitais do Brasil, lançando o disco, solo, ou ao lado de Cláudio Nucci, Zé Renato e Boca Livre, entre outros.

Atuou como músico-ator nas peças: "Flicts", de Ziraldo, dirigida por José Roberto Mendes, ao lado de Andréa Beltrão e Catarina Abdalla e "O fado e a sina de Mateus e Catirina", de Benjamim Santos, dirigida por Cecil Thiré, com Tonico Pereira, Eduardo Tornaghi, Tania Alves e Elba Ramalho; e como violonista em "Gota d'água", de Chico Buarque e Paulo Pontes.

Compôs as trilhas sonoras e fez a direção musical das peças "Parabéns pra você", dirigida por Ariel Coelho, que contava com Cazuza, Carla Camuratti e Rosane Goffman no elenco e "A mágica aventura africana", dirigida por João Gomes do Rego; e, em parceria com Alberto Rosenblit, as canções da trilha da peça "Os polícias”, de Slawomir Mrockzek, dirigida por Luiz de Lima.

Musicou os filmes de curta-metragem "A festa no céu", de Noílton Nunes, seu primeiro trabalho profissional, em 1976 e "Zadig", de Thaís de Andrade.

Atuou como professor de Música, especializado, principalmente, no trabalho com crianças. Deu aula no Centro Educacional Miraflores, em Niterói (1980-1981), no Centro Educacional da Lagoa, Rio (86), e no Maternal & Jardim de Infância Lestonnac (RJ), (1984-96), focando, de forma construtiva, na Música e nas Artes Integradas como suporte à formação de uma individualidade criativa na criança.

Compôs vários jingles, principalmente para a agência Norton–Rio, através das produtoras Clearlight e Via4, ganhando o Prêmio Colunistas Ouro Nacional de 1991 com a campanha “O Dia Todo Mundo Lê”, para o jornal "O Dia" e o Prêmio Colunistas Prata de 1992, com a campanha “Paes Mendonça Boulevard”, para a rede de Supermercados Paes Mendonça.

É compositor atuante no cenário musical brasileiro, desde 1978 até os dias atuais, atualmente filiado à UBC (União Brasileira de Compositores) e tem entre seus parceiros, entre outros, Zé Renato, Cláudio Nucci, Mario Adnet, Flávio Venturini, Joyce, Sérgio Santos, Alberto Rosenblit e Vinícius Cantuária. Mais de 80 músicas de sua autoria, solo ou em parceria, foram gravadas, em mais de 100 versões por intérpretes como Milton Nascimento, Zé Renato, Claudio Nucci, Boca Livre, Sivuca, Flávio Venturini, Nana Caymmi, Zizi Possi, Fafá de Belém, Vinícius Cantuária, Clara Sandroni, 14 Bis, Jane Duboc, Maria Creuza, Joyce, Mario Adnet, entre outros. Suas músicas, em parceria, "Toada" e "Quem Tem a Viola" na gravação do grupo vocal Boca Livre ficaram durante dois anos (1981-1982) entre as dez músicas mais executadas em todo o Brasil. Tem várias composições incluídas em trilhas de novelas da Rede Globo de Televisão, entre elas "Roque Santeiro", de Dias Gomes. Participou também, como compositor do Festival MPB Shell 81, da Rede Globo[4].

Roteiro & Criação em Texto

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Em 1984 fez Curso de Roteiro na CAL (Casa de Artes de Laranjeiras), com Joaquim de Assis e Lenita Ploczinski, à época autores de importantes produtos da Globo. Participou de cursos e workshops com Robert McKee (São Paulo 2010) e John Truby (pela Globo), além da Oficina de Dramaturgia da Globo com Flávio de Campos.

Em 1988, convidado por Joaquim de Assis fez seu primeiro trabalho como roteirista para televisão, criando projetos de novos programas, através da Casa de Criação Janete Clair, da Rede Globo, ao lado de Marcos Rey e Joaquim, supervisionado por Paulo Affonso Grisolli.

A partir de 1989 passa a colaborar regularmente com a revista Casseta Popular, onde escreveu inúmeros textos de humor, chegando a ser capa de uma das edições.

No final de 1992 foi chamado pelo grupo Casseta & Planeta para um teste para colaborador do seu programa, Casseta & Planeta, Urgente!, que estreou como mensal e se tornaria semanal. Participando de uma equipe formada por Emanuel Jacobina, Claudia Souto e Mu Chebabi, foi aprovado, iniciando então, em 1993 o seu relacionamento profissional com a Globo[5].

Em 1993, escreveu Os Trapalhões, sob direção de José Lavigne, que dirigia o Casseta & Planeta, Urgente!” e resolveu alocar o grupo de autores recém-aprovados no seu novo desafio (com exceção de Mu Chebabi, que seguiu como músico e compositor com os Cassetas). Além dos esquetes regulares dos Trapalhões, escreveu também, junto com Emanuel, Cláudia e Mauro Wilson alguns episódios do mini-seriado “Nos Cafundós do Brejo”, criado pelos C. para essa temporada do programa. O seriado, onde Renato fazia o personagem Zé do Brejo, era apresentado no último segmento do programa. Essa fase dos Trapalhões durou apenas uma temporada, que foi a última de Mussum.

Em 1994 voltou a colaborar com “C.& Planeta Urgente!” e também em alguns episódios de TV Colosso, trabalhando sempre em contratos temporários.

Em 1995 foi re-contratado pela Globo, chamado por Mauro Wilson, para escrever um novo programa d’Os Trapalhões (já sem Mussum e Zacarias), dirigido por Paulo Aragão, gravado no Teatro Fênix, que alternava quadros do acervo do grupo com esquetes inéditos feitos no palco, onde convidados contracenavam com Didi e Dedé. O programa foi encerrado no meio da temporada, setembro de 1995.

Em julho de 1995 é lançado, pela Editora Frente, “Confusões de Aborrecente” o primeiro livro de humor para adolescentes do "Obrigado Esparro", grupo que formava, junto com Claudia Souto, Emanuel Jacobina e mais César Cardoso e Mauro Wilson, cujo embrião nascera nos testes para o “Casseta & Planeta Urgente”, em 1992-1993.

“Confusões de Aborrecente” seria o livro mais vendido da Bienal do Rio naquele ano. Os “Esparros” escreveriam, juntos, mais três livros de sucesso de humor para teenagers, além de uma peça, ainda inédita, e mais um especial e colaborações para o “Sai de Baixo” e o “Casseta & Planeta”, na Globo.

No final de 1995, fora da Globo, foi chamado por Walter Avancini, que dirigia então a TVE do Rio, onde trabalhou durante quatro meses escrevendo esquetes a serem usados como material de apoio didático para o projeto federal TV Escola, de educação à distância.

No início de 1996, logo em seguida à entrega da primeira colaboração do “Obrigado Esparro” para o programa, foi chamado por Cláudio Paiva para integrar a equipe do Sai de Baixo. Foi seu primeiro contrato contínuo com a casa. Ficou no programa de 1996 a 2000, a partir de 1997 dividindo a redação final e a coordenação das equipes com Cláudio Paiva.

Em setembro de 1996, novamente pela Frente Editora, lança, com o “Obrigado Esparro” o livro “Garotos São Demais, Garotas São de Menos/ Garotas São demais, Garotos São de Menos”, segundo do grupo, também um best seller na Bienal do Livro de São Paulo, naquele ano. Em 1997, já pela editora Objetiva, lança, com o grupo, seu terceiro e mais bem sucedido livro, “Como Educar Seus Pais”, que permaneceu durante muitas semanas como o mais vendido do segmento literatura infanto-juvenil no Brasil[6].

Em 1998-1999, em função do sucesso do “Obrigado Esparro” com o público teen, "C. e Planeta Urgente!" agora no núcleo de Guel Arraes, convida o grupo para colaborar com o programa, adaptando alguns textos dos livros e criando esquetes com essa temática, principalmente.

Em 1999 o “Obrigado Esparro” lança, pela Objetiva, seu quarto e último livro, “Zoando na América” (Mandando Bem Na Disney e Nos Outros Parques), um guia politicamente incorreto para adolescentes nos parques de Orlando.

Em 2001, após cinco anos de “Sai de Baixo”, é convidado por Cláudio Paiva para a primeira temporada da 2a versão d’A Grande Família, adaptada por Cláudio, Bernardo Guilherme e Marcello Gonçalves, a partir do original de Vianinha. Permanece na equipe nas temporadas de 2001 e 2002.

Em 2003 escreve para o Fantástico, com Péricles de Barros e dirigido por Márcio Trigo, o quadro “Cartão de Visitas”, onde Chico Anysio revisitava sua galeria de personagens, em esquetes escritos exclusivamente para cada um deles.

Em 2003 escreve o especial “Como Educar Seus Pais”, inicialmente o piloto para um projeto de seriado do núcleo de Ricardo Waddington, baseado no livro do “Obrigado Esparro” e elaborado e escrito pelo grupo. Além de escrever o especial, colabora com a redação final de Mauro Wilson. No elenco Francisco Cuoco, Evandro Mesquita, Maria Luisa Mendonça, entre outros.

Direção de Paulo Silvestrini e Roberto Farias. Acabou indo ao ar em abril de 2003, como um dos episódios de “Brava Gente”.

Ainda em 2003 escreve, com Claudio Paiva, Mauro Wilson e Péricles de Barros, um episódio para a série de João Falcão e “Almas Gêmeas”, no ar em outubro de 2003.

Em 2004 escreve dois episódios para a segunda versão de “Carga Pesada”, a primeira na transição de George Moura para Ronaldo Santos na redação final e a segunda já com Ronaldo Santos. Apesar do ótimo resultado dos roteiros, acabaram não sendo gravados, em função da saída de Marcos Paulo da direção geral e de Ronaldo da redação final e estabelecimento de novo núcleo de redação.

Em 2004 escreve, com Thereza Falcão e Ronaldo Santos, o especial “Correndo Atrás”, de Ronaldo Santos e Péricles de Barros, direção de José Lavigne, com Thais Araújo, Danton Mello, Cecil Thiré, Luana Piovanni e outros. No ar em 22 de dezembro de 2004.

Em 2005 escreve, com Cláudia Jouvin e João Ximenes Braga o especial “Levando a Vida” de José Lavigne e Flávia Amaral, direção de José Lavigne, com Lázaro Ramos, Juliana Paes, Otávio Augusto, Regina Dourado e outros. No ar em 23 de dezembro de 2005.

De 2005 a 2007 escreve “Sob Nova Direção”, série de Heloisa Perissé e Ingrid Guimarães, dirigida por Mauro Farias, convidado por Paulo Cursino, que fazia a redação final.

De 2007 a 2009 escreve “Toma Lá Dá Cá”, a convite de Miguel Falabella e Maria Carmem Barbosa, criadores da série. Participa como autor do primeiro ao último episódio da série, que contava com um elenco verdadeiramente estelar (Miguel Falabella, Marisa Orth, Diogo Vilela, Adriana Esteves, Italo Rossi, Stella Miranda, Arlete Salles, Alessandra Maestrini, Norma Bengell, Fernada Souza, George Sauma e Daniel Torres) e fez grande sucesso enquanto esteve no ar[7].

Em 2010 começa a trabalhar com Marcius Melhem, escrevendo “Os Caras de P.”, com Leandro Hassum e Marcius, redação final deste e de Chico Soares, onde fica até 2013[8].

Em 2013 escreve, atua e divide a direção musical do curta-metragem “Toca Pra Diabo”, dirigido por João Velho, projeto selecionado pelo Programa Petrobrás Cultural. O curta participa de várias mostras e concursos no Brasil e no exterior.[9]

Em 2013/2014 trabalha na criação e escreve o programa “Divertics” , direção de Jorge Fernando e redação final de Cláudio Torres Gonzaga[23]. No início de 2015 é chamado por Marcius Melhem para participar na transformação de “Zorra Total” no novo “Z.” (sem o Total), onde trabalhou até 2019, sob redação final de Gabriela Amaral e Celso Taddei (substituído em 2019 por Nelito Fernandes e Martha Mendonça) e supervisão de Marcius Melhem (assessorado em 2019 por Daniela Ocampo). No primeiro semestre de 2016 atuou como colaborador na redação final do programa, ao lado de Nelito Fernandes, cobrindo a licença-maternidade de Gabriela Amaral. Com a equipe de Z. concorreu, em 2016, ao Emmy International Awards como Melhor Programa de Humor, categoria internacional.

De setembro de 2019 a abril de 2020 escreveu a segunda temporada de “Cine Holliúdy”, ao lado de Adriana Falcão, Chico Soares e César Amorim, com redação final de Cláudio Paiva e Márcio Wilson[10].


Referências

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[https://www.camara.leg.br/radio/programas/538017-celio-albuquerque-relanca-1973-o-ano-que-reinventou-a-mpb/ ALBUQUERQUE, Celio (org.). 1973 - O ano que reinventou a MPB. Rio de Janeiro, Sonora Editora, 2013.]

[https://www2.dbd.puc-rio.br/pergamum/tesesabertas/1012029%202014%20completo.pdf AMARAL, Luiz Eduardo Franco do. A voz do boato: poesia falada, performance e experiência coletiva no RJ dos anos 90. Tese de doutorado. Rio de Janeiro, PUC Rio, abril 2014.]

[https://tvbrasil.ebc.com.br/curtatv/episodio/curta-tv-aborda-o-genero-fantastico-sobrenatural BOLDRINI, Renata. Curta TV aborda o gênero fantástico-sobrenatural Produção de curtas de terror tem crescido no Brasil. TV Brasil, 12 de maio de 2014.]

CÔRREA, Jussânia Borges. Ecomusicologia no Cerrado: violeiras e violeiros convivendo com a natureza. Dissertação (mestrado), Universidade de Brasília, Instituto de Artes, Departamento de Música, Programa de Pós-Graduação Música em Contexto, 2017.

FIGUEIRA, Bruno de Sousa. Posicionamento na interlingua(gem): processos de constituição do código de linguagem do movimento tropicalista. Tese de doutorado. Uberlândia, Universidade Federal de Uberlândia, 2021.

Fundação Cultural de Curitiba. Coro da Camerata apresenta panorama da música brasileira. Curitiba, 21 de setembro de 2022.

HERWIG. Eladio Camargo. Contribuições de letras de canções para o trabalho com o léxico no ensino fundamental: algumas possibilidades. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Uberlândia, 2021.

IMMuB. Os festivais de choro de ontem e de hoje (parte 2). 27 de abril de 2021.

PINTO. Carla Andréa Guimarães. Dom de (re)criar e (en)cantar: o diálogo lítero-musical na voz de Flávio Venturini. Dissertação de Mestrado. Departamento de Letras. Dezembro de 2021.

Secretaria de Estado da Cultura e Turismo. Público lota arraiais no dia dedicado a São Pedro, 30 de junho de 2011.

  1. «dezembro 2014». Homem de vícios antigos. Consultado em 17 de fevereiro de 2023 
  2. Araújo, Wo (3 de abril de 2020). «Tá com um tempinho? Veja como foi feita a música "Toada". Zé Renato, Claudio Nucci e Juca Filho contam para você». Bem Blogado. Consultado em 17 de fevereiro de 2023 
  3. Costa, Rafael Rodrigues. «Emissora do Paraná foi a única a produzir trilha fora do eixo Rio–SP». Gazeta do Povo. Consultado em 17 de fevereiro de 2023 
  4. Maffei, Evangelina (21 de fevereiro de 2011). «Festivales de MPB - Discografía Completa: 1981 - MPB Shell». Festivales de MPB - Discografía Completa. Consultado em 17 de fevereiro de 2023 
  5. «Casseta & Planeta, Urgente!». memoriaglobo. Consultado em 17 de fevereiro de 2023 
  6. «Como educar seus pais». www.editoras.com. Consultado em 17 de fevereiro de 2023 
  7. «Toma Lá, Dá Cá». memoriaglobo. Consultado em 17 de fevereiro de 2023 
  8. «Os Caras de Pau » Créditos». gshow.globo.com. Consultado em 17 de fevereiro de 2023 
  9. «Toca Pra Diabo!». joaovelho.com. Consultado em 17 de fevereiro de 2023 
  10. AdoroCinema. «Juca Filho». AdoroCinema. Consultado em 17 de fevereiro de 2023