Usuário(a):Kesya.rr/Vírus do anel preto do tomate (TBRV)

O vírus do anel negro do tomate (TBRV ) é um vírus patogênico para plantas da família Secoviridae[1], que foi descoberto pela primeira vez em 1946. [2] O TBRV infecta vários hosts, incluindo; batata, amêndoa, cranberry, morango, pêssego e nectarina, uvas, Narciso [3] e também já foi encontrado em árvores do gênero Sambucus[4]

No Brasil esse vírus infecta principalmente hortaliças[5]e não há registro em árvores.

O TBRV é um vírus de RNA de fita simples de senso positivo (ssRNA(+) ), isto é, possui polaridade igual a dos mRNAs e, portanto, diretamente traduzível pela célula. Possui genoma bipartido, sendo necessário as duas partículas para ocorrer a infecção. Suas partículas são isométricas de contorno icosaédrico[6]. Pertence à família Secoviridae e gênero Nepovirus[7]. É transmitido às plantas naturalmente por nematoides do gênero Longidorus spp , o vetor do vírus. TBRV possui uma ampla gama de hospedeiros e é tradicionalmente descrito infectando culturas como a do feijão, beterraba, alface, framboesa e morango, entretanto não é considerado um vírus de grande importância econômica devido à incidência dessas infecções serem limitadas e lentas.

TBRV em Sambucus nigra foi isolado pela primeira vez em maio de 2002, perto da cidade de Varsóvia em indivíduos com forte sintoma de inibição ao desenvolvimento das folhas. Diferentes métodos diagnósticos (biológico, sorológico e molecular) foram aplicados a fim de se confirmar o agente causal, uma vez que apenas os sintomas não são indicativos de infecção viral confiáveis[6].

Os métodos biológicos aplicados consistiram em inoculação mecânica por extrato vegetal em uma gama de hospedeiras, posterior descrição e comparação de sintomas, e em visualização das partículas virais por Microscopia Eletrônica (ME). Em Chenopodium ssp. , a inoculação mecânica resultou em manchas cloróticas ou lesões necróticas e depois, deformações sistêmicas e necroses no topo. Nicotiana tabacum apresentou manchas anelares ou sob padrão de linhas, locais e sistêmicas, mas depois houve recuperação dos sintomas. Após sete dias de inoculação, foi observado por meio de ME em Chenopodium quinoa, partículas virais.

O teste sorológico de imunoadsorção com enzima ligada ao anticorpo, ELISA (enzyme-linked imunosorbent assay) também foi realizado para auxiliar a identificação. Utilizou-se anti-corpos contra TBRV e Beet ringspot virus (BRSV). Reação positiva foi observada apenas em anti-soro TBRV.

Por fim, o agente causal foi confirmado a partir do extrato de ELISA, pelos seguintes métodos moleculares: Imunocaptura (IC), Transcriptase Reversa (TR) seguida pela Reação em Cadeia da Polimerase (PCR). O objetivo da imunocaptura é a captura de partículas virais por anticorpos específicos6 , assim anticorpos contra o TBRV-ED foram utilizados para capturar partículas virais do extrato das plantas. Na Transcriptase-Reversa, objetiva-se a transcrição de uma cadeia de DNA complementar (cDNA) a partir do RNA, com a utilização da enzima transcriptase reversa que se pareia ao RNA e dá origem à fita de cDNA. A PCR então amplifica a fita de cDNA por meio de DNA polimerases em termocicladores7 . Após a PCR, as amostras de TBRV em S.nigra foram submetidas a eletroforese em gel de agarose 1%, visualizadas sob luz ultravioleta. A foto do resultado da eletroforese evidencia um padrão característico para Nepovirus.

Na Polônia, o TBRV é encontrado infectando numerosas espécies cultivadas e selvagens, mas este foi o primeiro relato em Sambucus nigra[4]. O sabugueiro como fonte natural de TBRV parece ser limitado devido à relativa baixa eficiência por transmissão de nematoides.

Referências

  1. Sanfaçon, H. (2008), «Nepovirus», Encyclopedia of Virology, ISBN 9780123744104, Elsevier, pp. 405–413, doi:10.1016/b978-012374410-4.00449-0 
  2. Smith, Kenneth M. (August 1946). «Tomato black-ring: a new virus disease». Parasitology. 37: 126–130. ISSN 0031-1820. PMID 20276049. doi:10.1017/s0031182000013263  Verifique data em: |data= (ajuda)
  3. HARRISON, B. D. (September 1957). «Studies on the Host Range, Properties and Mode of Transmission of Beet Ringspot Virus». Annals of Applied Biology. 45: 462–472. ISSN 0003-4746. doi:10.1111/j.1744-7348.1957.tb05883.x  Verifique data em: |data= (ajuda)
  4. a b Pospieszny, Henryk; Borodynko, Natasza; Jończyk, Magdalena (20 de dezembro de 2004). «First report of Tomato black ring virus (TBRV) in the natural infection of Sambucus nigra in Poland». Journal of Plant Protection Research (em english) (4): 373–376. ISSN 1427-4345. Consultado em 8 de abril de 2021 
  5. «Infopraga - Nepovirus Tomato black ring virus (TBRV)». infopraga.cenargen.embrapa.br. Consultado em 8 de abril de 2021 
  6. a b sperimentazione.altervista.org http://sperimentazione.altervista.org/virus/viruscarciofo.html#Tomato%20black%20ri. Consultado em 8 de abril de 2021  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  7. «Taxonomy browser (Tomato black ring virus)». www.ncbi.nlm.nih.gov. Consultado em 8 de abril de 2021