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Experimentação no Ensino de Física

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A experimentação é de fundamental importância para o ensino de Física[1], servindo não apenas como motivador para o aluno, mas como ferramenta na formação e desenvolvimento de conceito científicos[2]. O processo investigativo é parte central da experimentação sendo importante não apenas para a Física, mas para toda a área da Ciências da Natureza[3]. Apesar do processo investigativo ser central, é importante que assuma muitas formas devido a complexidade do processo de aprendizagem[2] o que apresenta um desafio ao professor. Existem várias abordagens de aulas experimentais no ensino de Física, entretanto, podem ser dividias em três principais[1]: atividades de demonstração, atividades de verificação e atividades de investigação.

Abordagens

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São maneiras como as atividades experimentais são apresentadas na sala de aulas, definem o papel do professor, do aluno; roteiros para a atividade; posição do experimento em aula; vantagens, e desvantagens. Na criação de uma aula experimental é tão importante definir a abordagem quanto o tema do experimento.

Atividades de Demonstração

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Uma das abordagens mais utilizadas em atividades experimentais e são frequentemente integradas a aulas expositivas[1]. O experimento é no centro da aula servindo para a ilustração. Demanda pouco tempo, pode ser realizada com poucos materiais e em espaços mais restritos que as atividades de verificação e atividades de investigação. Entretanto não há garantia da atenção dos alunos e de seu envolvimento na atividade. Neste tipo de atividade o professor executa o experimento e explica seu funcionamento, o aluno observa e retira suas dúvidas; o roteiro é estruturado e fechado fica em posse do professor[4].

Atividades de Verificação

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São atividades que visam a confirmação da teoria e/ou lei e são comumente realizadas ao final de uma aula expositiva. Tornam o ensino mais realista e palpável para o aluno, além disso, possibilitam ao professor identificar facilmente os conceitos que não ficaram claros para seus alunos. Entretanto, a relativa previsibilidade do resultado pode desincentivar o aluno, não obstante, não desenvolve a curiosidade do aluno. Neste tipo de atividade, o professor fiscaliza e guia os alunos durante o experimento; os alunos realizam o experimento e o explicam. O roteiro é estruturado, fechado e é distribuído aos alunos[4].

Atividades de Investigação

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São atividades que visam a investigação de um fenômeno com pouco conhecimento prévio. Portanto, incentivam a curiosidade e a criatividade dos alunos, e o erro contribui para o aprendizado dos alunos. Entretanto, demandam tempo, comumente são uma aula inteira, e é necessário que os alunos possuam experiência em atividades práticas. Neste tipo de atividade, o professor é um facilitador e mediador do processo de aprendizagem. Enquanto os alunos possuem papel central, planejando, realizando, analisando e explicando o experimento. Devido a grande liberdade dos alunos, o roteiro deve ser aberto ou inexistente[4].

Coleta e Análise de Dados em Sala de Aula

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São partes fundamentais de um experimento científico em um laboratório, o que não é diferente na sala de aula. A coleta e análise de dados são fundamentais para a aprendizagem do aluno, servindo para mudar suas ideias e visões pré concebidas sobre o experimento[5]. Além disso, levanta questões sobre que variáveis devem ser levadas em consideração e de incertezas das medidas.

Com o avanço da tecnologia, surgiram diversos equipamentos e programas que auxiliam na coleta e análise de dados. Entretanto, o alto custo de ferramentas proprietárias restringem o acesso. Neste contexto, a utilização de software livre torna-se vital para o amplo acesso, sendo gratuito pode ser utilizados por todos, sendo fundamental na inclusão digital[1]. Entretanto, para que o uso de, por exemplo, computadores em ambientes escolares de maneira eficiente é necessário introduzir no processo de formacão dos professores o uso dos mesmos[1].

Coleta de Dados

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A coleta de dados muitas vezes é considerada como pouco importante, entretanto, é fundamental para o entendimento de conceitos como dispersão, precisão, exatidão e valor verdadeiro e como os alunos pensam sobre tais conceitos e suas dificuldades[6]. Além de uma melhora na educação científica, uma vez que é necessário que pensem como cientistas e entendam como o mesmo trabalha e como ciência é desenvolvida.

Esta fase requer tempo, entretanto, a popularização de plataformas de prototipagem e de softwares livres, por exemplo Arduino e Tracker, vem possibilitando a sua utilização em sala de aula. A utilização desta tecnologia pode reduzir o tempo necessário para a coleta de dados[7], além disso possibilitar a realização de uma ampla gama de experimentos impraticáveis sem a utilização sensores eletrônicos como em certos experimentos em óptica[8].

Análise de Dados e Discussão

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A análise de dados demanda grande envolvimento dos alunos, melhorando o entendimento dos mesmos sobre fenômenos físicos[1].Permite aos alunos discutirem e até relacionarem com situações já vividas[9]. Além disso, é fundamental a participação do professor no sentido de auxiliar e estimular os alunos na busca de explicações para os fenômenos estudos[9] em qualquer uma das abordagens escolhidas.

A utilização de computadores pode facilitar a organização e estruturação dos dados obtidos, criando-se tabelas e gráficos de forma mais rápida, propiciando mais tempo para a análise de dados propriamente dita[10][11], evitando a perda de interesse devido a intediante tarefa de anotar os dados. Podendo de proporcionar um tratamento estatistico dos resultados e aproximar o aluno do que é feito em um "laboratório de verdade"[11].

  1. a b c d e f Araújo, Mauro Sérgio Teixeira de; Abib, Maria Lúcia Vital dos Santos (2003). «Atividades Experimentais no Ensino de Física: Diferentes Enfoques, Diferentes Finalidades» (PDF). Revista Brasileira de Ensino de Física. Consultado em 25 de setembro de 2018 
  2. a b Batista, Michel Corci; Fusinato, Polônia Altoé; Blini, Ricardo Brugnolle (2009). «Reflexões sobre a importância da experimentação no ensino de física». Acta Scientiarum. Human and Social Sciences 2009, 31. Consultado em 18 de setembro de 2018 
  3. Ministério da Educação - Governo Federal (2017). Base Nacional Comum Curricular. [S.l.: s.n.] 320 páginas 
  4. a b c Oliveira, Jane Raquel Silva de (2010). «Contribuições e abordagens das atividades experimentais no ensino de ciências: reunindo elementos para a prática docente» (PDF). Acta Scientiae. Consultado em 25 de setembro de 2018 
  5. Villani, Alberto; Carvalho, L. Orquisa de (1993). «Representações Mentais e Experimentos Qualitativas» (PDF). Revista Brasileira de Ensino de Física. Consultado em 25 de setembro de 2018 
  6. Coelho, Suzana Maria; Séré, Marie‐Geneviève (maio de 1998). «Pupils' Reasoning and Practice during Hands‐on Activities in the Measurement Phase». Research in Science & Technological Education (em inglês). 16 (1): 79–96. ISSN 0263-5143. doi:10.1080/0263514980160107. Consultado em 26 de setembro de 2018 
  7. Borges, A. Tarciso (2002). «NOVOS RUMOS PARA O LABORATÓRIO ESCOLAR DE CIÊNCIAS». Caderno Brasileiro de Ensino de Física, v. 19, n.3: p.291-313, dez. 2002. 
  8. Santos, Elio Molisani Ferreira (2014). Arduino:uma ferramenta para a aquisição de dados, controle e automação de experimentos de óptica em laboratório didático de física no ensino médio. Dissertação Instituto de Fisica - UFRGS: [s.n.] 
  9. a b Gonçalves, Maria Elisa Rezende; Carvalho, Anna Maria Pessoa de (1995). «AS ATIVIDADES DE CONHECIMENTO FÍSICO: UM EXEMPLO RELATIVO À SOMBRA». Caderno Brasileiro de Ensino de Física 
  10. Cavalcante, Marisa Almeida; Tavolaro, Cristiane R. C. (1997). «ESTUDO DO LANÇAMENTO HORIZONTAL UTILIZANDO O COMPUTADOR PARA AQUISIÇÃO E ANÁLISE DE DADOS». Caderno Catarinense de Ensino de Física. Consultado em 26 de setembro de 2018 
  11. a b ROSA, P. R. da Silva (1995). «O Uso de Computadores no Ensino de Física. Parte I: Potencialidades e Uso Real». Revista Brasileira de Ensino de Física, 17(2), pp. 182-195