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Feriados e festivais

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Ver também: Festival, Fastos e Calendário Romano

 
Este afresco mostra um homem romano celebrando um festival religioso, provavelmente a Compitalia

O calendário romano mostra cerca de quarenta festivais religiosos. Alguns duram muitos dias, outros apenas um ou menos. Através do calendário romano que se conhece hoje supõe-se que festivais oficiais eram organizados em largos grupos sazonais que incluíam diferentes tradições locais. Alguns dos festivais mais antigos e populares incorporaram ludi ("jogos", tais como corridas e apresentações teatrais). Outros festivais necessitavam apenas da presença e de ritos de seus sacerdotes, ou de grupos menores, como as mulheres no rito de Bona Dea.

Outros festivais públicos não estavam no calendário e ocorriam devido a outros eventos. O triunfo de um general romano era celebrado como o cumprimento de votos religiosos, apesar destes tenderem a ser ofuscados pelo significado político e social do evento. Durante a República, a elite política competia para superar uns aos outros em exibições públicas, e aos jogos foram incluídas competições de gladiadores. No Principado, todo tipo de exibição ficou sob o controle do Império: os maiores foram subsidiados pelos próprios Imperadores, e os eventos menores eram providenciados por Magistrados como um dever sagrado. Festivais e jogos adicionais podiam celebrar aniversários. Outros, como os tradicionais jogos seculares republicanos, marcavam uma nova era (saeculum) e eram importantes para manter valores tradicionais e uma identidade romana comum.

O significado e origem de muitos festivais arcaicos confundiam até mesmo a elite intelectual romana, mas quanto mais obscuro eles eram, maior era a oportunidade para a reinvenção e reinterpretação - algo que não foi perdido nem no programa de reforma religiosa de Augusto, nem com seu rival "criador de mitos" da época, Ovídio. Em Fastos, um longo poema escrito por ele que trata dos feriados romanos de Janeiro a Junho, Ovídio apresenta um olha único ao saber antigo de Roma e à costumes populares e práticas religiosas que se tornam imaginativas, divertidas e indecentes. É um trabalho descritivo, de imaginação e etimologia poética que reflete o amplo humor e espírito burlesco de respeitáveis festivais como os da Saturnalia, Consualia e a festa de Anna Perenna nos Idos de Março, onde Ovídio trata o assassinado do recém-deificado Julius Caesar como totalmente fortuito para as festividades entre a população romana.

Todavia, calendários oficiais preservados de diferentes épocas e lugares também mostraram a flexibilidade na omissão e adição de eventos, indicando que não havia um calendário estático e autoritário exigido. No final do Império, sob regras cristãs, novos festivais cristãos foram incorporados pelo quadro romano que já existia, ao lado de pelo menos alguns dos festivais tradicionais.