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Cultura na evolução humana editar

1. O que é Cultura?

A definição de Cultura tem uma história longa e diversas variações dependendo do ponto de vista, o que pode gerar grande confusão até mesmo dentro dos estudiosos da área. De modo geral, a cultura representa uma coleção de atitudes e valores que são aceitos por um grupo de indivíduos. A linguagem é um dos exemplos mais fáceis de se observar como um desses atributos no nosso cotidiano. Pelo lado da antropologia, porém, a cultura está relacionada não somente às pessoas vivendo em sociedade e a produção de valores, mas sim a passagem destas por gerações. Essa passagem especificamente tem influência fundamental na própria estrutura da sociedade (Kuper, 1999). Para os biólogos essa definição é um pouco diferente, de modo a se considerar que tais valores são apenas um aspecto do que compõe a cultura, a qual pode acumular por milhares de anos e ter até mesmo características adaptativas (Enquist e Ghirlanda 2007). De modo análogo, aprender novas tradições é um comportamento adaptativo. De modo mais genérico e considerando o que exploraremos no restante do texto, podemos dizer que Cultura pode ser entendida como a informação adquirida de outros membros da espécie, através de ensinamento, imitação e outras formas de transmissão social, a qual é capaz de afetar o comportamento dos indivíduos.

Tal definição é interessante, pois explora muito a questão do comportamento aprendido entre gerações diferentes e da questão social das populações. Curiosamente, essa não é uma exclusividade de humanos, podendo acontecer também em outros animais. Apesar de ser um debate ainda ocorrendo e com muitos pontos diferentes que podem ser abordados, diversos estudos já mostraram que há diferenças comportamentais dentro de diferentes espécies, como um mosaico, e que esse aspecto se dá em detrimento principalmente do aprendizado (Laland & Janik, 2006). Entretanto, mesmo que isso ainda ocorra, interessantemente tal transmissão não é algo comum na natureza. De acordo com Whiten e colaboradores (2011), o excesso de confiança no que os outros em uma comunidade fazem acarreta o perigo de um comportamento mal-adaptativo quando os ambientes mudam. Além disso, tal comportamento social pode ser visto como um "parasitismo de informação”. Ambas características, dentre outras, podem ser motivos para a existência de cultura no mundo animal seja ainda tão rara.

De fato, Cultura foi o que permitiu que nós humanos pudéssemos nos distribuir pelo mundo, permitindo que criássemos populações até mesmo nos oceanos. Apesar de presente mesmo que em outras formas em outros animais, a cultura em humanos é distinta, e está diretamente relacionada com os aspectos evolutivos que rodeiam a nossa espécie.

2. Evolução Cultural

A teoria da evolução cultural refere-se às mudançasao estudo das mudanças da que a cultura sofre ao longo do tempo a partir da perspectiva evolutiva, baseada na teoria da evolução de Charles Darwin, isto é, a partir dos princípios de variação, sucesso adaptativo (replicação diferencial) e herdabilidade. Como dito anteriormente, de modo geral, “cultura” é entendida como “informação adquirida de outros membros da espécie, através de ensinamento, imitação e outras formas de transmissão social, a qual é capaz de afetar o comportamento dos indivíduos”. Obviamente, as diferenças culturais em sociedades humanas não são oriundas de diferenças genéticas, uma vez que não há genes de traços culturais, e o princípio de herdabilidade aplicado à cultura quer dizer apenas que esses traços são transmitidos em algum grau através das relações sociais entre os membros de um grupo. Hoje sabe-se que as mudanças culturais advém de interações complexas entre influências sociais, evolutivas e biológicas.

A evolução cultural forma a base de um campo de pesquisa científica em expansão dentro das ciências sociais. Diversas áreas contribuem e se beneficiam dos desenvolvimentos teóricos realizados, como a Antropologia, Arqueologia,  Psicologia e  Economia. Ao longo do século XX, foram desenvolvidas diferentes abordagens para o estudo da evolução cultural, incluindo a memética, a coevolução gene-cultura, entre outras, as quais diferem nas conceitualizações do processo de evolução cultural, e em teorias e métodos empregados em suas investigações.

Recentemente, alguns pesquisadores têm defendido que a evolução cultural seja encarada como uma disciplina unificada.

Transmissão Cultural

Na teoria da evolução cultural, os três princípios gerais da evolução darwiniana (variabilidade, replicação diferencial e herança) referem-se à transmissão cultural, ou seja, ao modo pelo qual as variações culturais são passadas de pessoa para pessoa através de mecanismos de aprendizagem social, como a imitação ou o discurso, por exemplo.

Na década de 1980, Cavalli-Sforza e Feldman criaram os primeiros modelos matemáticos quantitativos usando ferramentas da genética populacional para estudar e predizer a disseminação de traços culturais. Esses modelos exploravam diferentes modos de transmissão cultural: vertical (passado de pais para filhos), horizontal (entre pares), e oblíqua (de membros da geração anterior sem relação de parentesco). Posteriormente, fatores psicológicos foram adicionados aos modelos, tornando-os mais complexos. Os fatores psicológicos são chamados de vieses seletivos, pois interferem nas probabilidades de manutenção de determinado traço cultural. Por exemplo, casos em que copia-se preferencialmente traços de indivíduos de sucesso, que gozam de prestígio social, levam em conta o chamado viés de prestígio. Outros tipos de vieses são os vieses de frequência, como quando traços são copiados por serem amplamente disseminados em uma população, e o viés de conteúdo, que leva em conta características intrínsecas ao traço cultural. Além disso, os modelos levam em conta que, diferente de mutações genéticas aleatórias, os indivíduos podem alterar traços culturais em uma direção particular, como um tipo de “variação guiada”.

Esses modelos matemáticos são o equivalente da micro-evolução em biologia, ou seja, tratam de mecanismos de evolução cultural dentro de populações. O estudo da macro-evolução cultural por sua vez conta com métodos filogenéticos, afim de reconstruir as relações evolucionárias, partindo do princípio que os traços culturais possuem um “ancestral comum”. Essa abordagem busca a construção da a árvore filogenética que mais corretamente organize as relações evolutivas entre objetos, línguas, etc. (IMAGEM)

A memética é uma teoria de transmissão cultural proposta pelo biólogo Richard Dawkins em seu livro “O Gene Egoísta” (1976), o qual ganhou relativa projeção, tornando-se um best-seller e vendendo milhares de cópias, inclusive no Brasil onde foi editado pela primeira vez em 1979. Nessa perspectiva, os memes seriam as unidades de transmissão cultural, analogamente aos genes que são as unidades de transmissão genética. Segundo a memética, os memes seriam os responsáveis por replicar ideias de cérebro em cérebro, seriam unidades de informação cultural auto-replicadoras, ou seja, que possuem uma existência independente e sujeitas às forças evolutivas do meio.

A coevolução gene-cultura, também conhecida como teoria da dupla herança ou evolução biocultural, começou a ser desenvolvida na década de 1960 e explica o comportamento humano como resultante da interação de dois processos evolucionários: a evolução genética e a evolução cultural. Alterações genéticas e culturais se retroalimentam em um sistema de feedback, de modo que uma variação genética pode levar a uma mudança na cultura que, por sua vez, pode influenciar a seleção genética, e vice-versa.

Dois aspectos críticos nessa abordagem são o acúmulo e a fidelidade de cópia. O acúmulo refere-se à capacidade de acumular mudanças culturais ao longo de gerações, de maneira que resultam em comportamentos culturalmente transmitidos os quais nenhum ser humano individual poderia inventar sozinho. Essa característica é chamada por pesquisadores de evolução cultural cumulativa (em inglês CCE, Cumulative Cultural Evolution). A fidelidade de cópia diz respeito à capacidade de indivíduos reproduzirem o comportamento aprendido, ou produto do comportamento, de maneira mais ou menos fiel. O erro de cópia é uma das fontes de variação cultural.

No meio científico há um debate sobre a importância, ou mesmo a existência, da evolução cultural cumulativa. Alguns pesquisadores críticos afirmam a existência da dita cultura cumulativa em outras espécies animais, enquanto outros questionam a relevância de seu papel para explicar a diversidade e mudança cultural humana.

Construção de Nicho

A construção de nicho parte do pressuposto de que os organismos vivos não são entidades passivas, pois eles ativamente modificam o ambiente, atuando na determinação de parte das pressões seletivas a que eles e seus descendentes estarão expostos. (castor) Todos os organismos vivos se engajam na construção de nicho, no entanto esse fenômeno é mais potente em seres humano devido à nossa capacidade para cultura. A construção de nicho cultural conduz a enormes mudanças no ambiente e modificou as pressões seletivas, sobre os seres humanos e outras espécies, impactando na direção e na taxa da evolução humana. Desse modo, no estudo da evolução humana e da evolução da cultura humana, considerar essas alças de feedback e interações é muito importante. O ser humano, assim como todos os outros seres vivos, continua evoluindo, e o que chamamos cultura ou aprendizagem social atua também sobre as pressões evolutivas e modifica a seleção.

3. Origem da cultura em humanos

Na visão biológica, a origem da cultura em humanos pode ser descrita como um processo complexo, cujo impacto na evolução da espécie ganha destaque a partir das primeiras indústrias líticas dos hominídeos, durante o período Paleolítico. O termo ferramenta (tool use) pode ser definido como um objeto que foi modificado para se adequar a um propósito ... [ou] um objeto inanimado que se usa ou modifica de alguma forma para causar uma mudança no ambiente, facilitando assim realização de uma meta (Hauser, 2000).

O desenvolvimento de artefatos e, consequentemente, a expansão do que definimos como cultura está diretamente relacionado à necessidade de sobrevivência, às mudanças nos hábitos alimentares e à transição da vida nômade para o sedentarismo. Ou seja, observa-se que ocorre uma pressão evolutiva responsável por selecionar o comportamento cultural que possibilita a conservação da espécie. Um exemplo é o fogo, que ao ser descoberto cerca de 500 mil anos atrás, passou a ser um dos principais mecanismos de proteção, cozimento e conforto dos hominídeos, permitindo a dispersão geográfica e a expansão da atividade humana nas horas escuras e mais frias da noite. Essas transformações surtiram mudanças na organização e estrutura social dos grupos indicando como as ferramentas têm forte impacto na formação dos seres humanos, pois ao fornecer novas experiências elas afetam o desenvolvimento da espécie.

(Whitehead, 2019) hipotetiza como seriam as principais interações entre gene e cultura, qual a influência do desenvolvimento de ferramentas para a maquinaria biológica e sua seleção. A transmissão cultural de alguns comportamentos, como por exemplo conhecimentos e habilidades de forrageamento e uso de ferramentas, levariam a uma variação no fenótipo com um caráter adaptativo, gerando pressões seletivas diferenciais bem como uma estrutura populacional modificada. Essas pressões culturais levariam então a mudanças genéticas através da seleção de genes funcionais e padrões de diversidade genética, que influenciam diretamente na evolução genética de traços associados a essas competências.

Os humanos usam ferramentas materiais como pedra e madeira modificadas a fim de estender suas capacidades motoras, aumentando a capacidade de interagir e modificar a ecologia ao redor, além de usarem “ferramentas sensoriais” para estender ou externalizar seus órgãos sensoriais existentes, aprimorando a visão ou audição (Fuentes, 2015). Esse comportamento parece estar presente desde os hominídeos do período Paleolítico, definindo assim um traço cultural.

Olduvaiense:

A indústria da pedra conhecida como Olduvaiense surgiu no período paleolítico a cerca de 2,5 milhões de anos atrás. Os sítios fósseis hominídeos de cerca de dois milhões de anos atrás, associados, ao que se sabe, ao Homo habilis, sugerem um forte comprometimento deste suposto ancestral com um modo de vida sócio-cultural, através de um extenso conjunto de instrumentos manufaturados de pedra usados para o processamento de carne (Isaac. 1983). Autores apontam a presença de evolução cultural cumulativa no Paleolítico Inferior (Stout, 2011), ou seja, os traços culturais teriam sido transmitidos de indivíduo para indivíduo, e de geração para geração, de modo fundamentado.

Nesse período, as técnicas necessárias para a criação dos instrumentos de pedra lascada podem ter começado a ser transmitidas e, assim, o acúmulo de conhecimento permitiria que as proles seguintes aprendessem sobre as matérias-primas necessárias, os diversos tipos de lascamento, o uso de cada uma das ferramentas.

Outro exemplo relacionado ao impacto cultural na anatomia é a transição dos hábitos alimentares a partir dos Homo habilis. Segundo alguns estudos, a mudança de uma dieta vegetariana para outra mais onívora —a qual incluía carne com certa frequência— provocou uma redução do tamanho do aparelho digestivo, que é a parte do corpo que consome mais energia. Aparentemente, a energia que se pouparia com este novo regime alimentício seria aproveitada pelo cérebro, que é o órgão que mais gasta calorias, proporcionando o aumento da razão de volumes. A dieta onívora e, sobretudo, o consumo de carne, também obriga a uma maior organização social: tem de cooperar e planejar mais que na simples procura de forragem (tirado de https://pt.wikipedia.org/wiki/Olduvaiense, Consultado em 4 de julho de 2021 )

Acheulenses:

A cultura acheulense é datada de um período entre 1,5 milhões e 200.000 anos atrás e refere-se às primeiras tradições padronizadas de fabricação de ferramentas do Homo erectus e dos primeiros Homo sapiens. ( https://www.britannica.com/topic/Acheulean-industry, Consultado em 4 de julho de 2021)

Estudos experimentais sugerem uma mudança nos mecanismos sociais de aprendizagem e transmissão de conhecimento do Oldowan para o Acheuliano, com sistemas de comunicação mais eficientes neste último, que poderiam então estar ligados a uma natureza mais complexa das estruturas sociais. (de la Torre, 2016),  indicando que as instruções verbais e gestuais seriam essenciais para o desenvolvimento da indústria Acheulense para que houvesse uma maior retenção de informações.

Recentemente, foi sugerido [24] que os usuários de ferramentas acheulianas adotaram o machado de mão como um artefato social, o que significa a incorporação de algo além de sua função de talho ou ferramenta de corte de madeira. Saber como criar e usar essas ferramentas teria sido uma habilidade valiosa e as mais elaboradas sugerem que elas desempenharam um papel na identidade de seus proprietários e em suas interações com os outros[..]. Uma teoria vai além e sugere que alguns machados de mão especiais foram feitos e exibidos por machos em busca de uma companheira, usando um machado de mão grande e bem feito para demonstrar que eles possuíam força e habilidade suficientes para passar para sua prole. Uma vez que atraíram uma mulher em uma reunião do grupo, é sugerido que eles descartassem seus machados, talvez explicando por que tantos são encontrados juntos. [26].Os machados seriam um produto de seleção sexual (confirmar) (encontrado em https://en.wikipedia.org/wiki/Acheulean )

Transmissão, Linguagem e Anatomia:

Com avanços no desenvolvimento de uma proto-sociedade, a comunicação entre os indivíduos de uma mesma cultura se torna necessária, uma vez que as formas de transmissão de saberes e de consequente ferramentas que influenciam no valor adaptativo impactam diretamente neste sucesso. Uma linguagem desenvolvida teria impulsionado o desenvolvimento de outras habilidades mentais levando a inovações tecnológicas e, consequentemente, ao surgimento de inovações/mudanças anatômicas. Estudos recentes apontam para uma sobreposição no desenvolvimento de estruturas anatômicas referentes à linguagem e estruturas recrutadas durante o uso de ferramentas de forma procedural, indicando uma coevolução anatomo-funcional desde tecnologias desenvolvidas no Paleolítico. (Stout, 2012)

Críticas a abordagem:

Autores apontam que a estase da cultura de Olduvaiense foi devida a uma transmissão deficiente de habilidades com base exclusivamente na imitação e na emulação, sem ensino ou algum meio de comunicação eficaz na forma de uma proto-linguagem, por exemplo (Laland 2007, p. 204). (visto em https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/38003/1/ARTIGO_MenteEmbebidaCultura.pdf). Embora o comportamento de imitação seja uma característica presente já nas fases iniciais da vida e possuírem um alto valor adaptativo por influenciarem em ações importantes para alimentação e proteção, ligados ao desenvolvimento de arcos-reflexo por exemplo, até mesmo comportamentos mais complexos como o imprinting são insuficientes para uma reprodução cultural efetiva de artefatos culturais elaborados.

Ou seja, nos primeiros ciclos do Paleolítico não haveria de fato uma transmissão hereditária da cultura entre a espécie e os pontos fracos a respeito da hipótese da natureza cultural do comportamento de lascar pedras podem ser enfatizados a partir dos critérios sobre a consistência desse comportamento dentro de um grupo, a variação entre grupos e a persistência dessa tradição ao longo do tempo (Davidson, 2016).

Além disso, se os grupos que produziram os artefatos dessas indústrias eram muito pequenos, a simples deriva cultural pode ter impedido a acumulação de cultura. Inovações podem ter surgido (e.g. novas técnicas de fabricação de artefatos líticos) mas não terem sido transmitidas de um indivíduo para outro, ou de geração a geração, devido a contingências ligadas à fissão dos grupos de hominídeos em resposta às condições ecológicas que prevaleciam à época.

(ver Grove et al., 2012; Foley et al. 2001, 2009, 2011). ( visto em https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/38003/1/ARTIGO_MenteEmbebidaCultura.pdf )

4. Evolução histórica recente e atual

Desde o surgimento dos seres humanos e, consequentemente, da cultura dessa espécie é que ela vem sofrendo transformações, ora profundas, ora superficiais, sendo possível observá-las ao longo de dezenas, centenas ou mesmo milhares de anos, desde o surgimento da nossa espécie até os dias atuais.

Restringindo a análise da evolução da cultura para um passado mais recente, uma das principais transformações, inclusive de uma perspectiva que abarca toda a história e evolução dos seres humanos, é a domesticação de seres vivos, principalmente plantas e animais. Este processo de domesticação se inicia por volta de 11000 e 8000 anos, segundo os registros mais antigos já encontrados, de forma independente em várias partes do mundo (Bar-Yosef), e continua até hoje. (Weiss, Teletchea) A domesticação de seres vivos culmina no surgimento da agricultura e criação de animais, o que causa uma profunda mudança no modo de produção de diversas sociedades humanas ao redor do mundo, possibilitando o surgimento da sociedade de classes e, consequentemente, do Estado, consolidando a sedentarização da maior parte dos seres humanos viventes, além de causar outros impactos que afetaram, mesmo durante o processo de domesticação e de surgimento efetivo da agricultura (Smith 1 e 2), e ainda afetam, enormemente a cultura do ser humano e, inclusive, a própria evolução econômico-social e biológica da espécie - justamente pelas mudanças ambientais (construção de nicho) e culturais provocadas por ela. (O’Brien)