Usuário(a):Matheus Sobral Reis/Testes

Huo Pao

editar

Um descendente direto das catapultas mecânicas de gerações anteriores, o canhão lentamente substituiu e eventualmente superou em número, as grandes armas de cerco do arsenal chinês. A palavra a pào em chinês (砲) quando usada para catapulta escreve-se com o radical da palavra pedra shì (石) do lado esquerdo, essa mesma palavra foi adotada para a nova arma de fogo, um claro sinal de que o canhão nasceu como uma arma de cerco, mas com o radical de pedra substituído pelo de fogo huǒ (火), tal adição feita por volta dos últimos estágios da transição da dinastia Song para a dinastia Ming criava confusão, pois o termo não era aplicado consistentemente mas era misturado com inúmeras terminologias existentes na época, mas aparentemente era usado como sinônimo para canhão ou armas de fogo.

primeiro usos e e fases finais de desenvolvimento:

editar

A falta de documentação que relate o uso de armas de fogo além da complica terminologia da época torna difícil determinar onde foi usada pela primeira vez uma arma de fogo na China ou mais especificamente quando se tornou padrão o uso de armas de fogo. Sabe-se que em 1221 guerreiros jurchens usaram bombardas de ferro em forma de abóbora, na verdade tal canhão era mais um lança-chamas de curto alcance que um canhão real, pouco tempo depois durante a rebelião que pós fim a dinastia yuan, tribuchês e canhões eram usados, porem os canhões que tinham um calibre pequeno surtiam pouco efeito nas muralhas e fortalezas inimigas, mesmo canhões de madeira e bambu foram improvisados. Foi durante a dinastia Ming que os primeiros grandes canhões de ferro foram feitos pela primeira vez, ainda o uso do canhão foi ampliado para outras áreas deixando de ser apenas uma arma de cerco e de defesa, foram usados pela primeira vez canhões em navios vazando dos navios chineses os primeiros a usarem bombardeio com armas de fogo de grosso calibre, além de serem usados como armas de campo, pois os canhões usavam também pela primeira vez suportes com rodas.

Pesquisas do Instituto Militar de Pequim descobriram um autêntico canhão de bronze da dinastia Yuan pesando 6,21Kg, e 34.7cm de comprimento nela estava inscrito sua data de produção que mostrava pertencer ao ano de 1298, outro canhão do período inicial de desenvolvimento das armas de fogo chinesas foi descoberto datando do ano 1332, este pesando 6.94Kg e tem 35.3cm de comprimento, este também ostentava uma aparente característica do período final da dinastia Yuan e inicial Ming, a boca estava queimada, além de carregar uma inscrição que marcava como o canhão de número 300 usado por uma unidade de guarda fronteiriça, tal inscrição mostra que o uso de canhão já havia suplantado em número as armas de cerco e provavelmente sua forma de uso já era também em batalhas campais por volta do final do século 13 e começo do século 14. Contudo, um documento antigo mostra que a primeira vez em que pólvora foi usada em tubos em uma ideia de arma de fogo, foi em um cerco onde foi usado uma arma chamada huo dong ou “tubo de fogo”, no cerco de shaoxing em 1358-59, as forças de defesa foram reduzidas ao mínimo pelos soldados sitiantes que disparavam seus “tubos de fogo” de três diferentes abordagens, as tropas lideradas pelo general ming Hu Ta Hai, operavam sob comando do general Wu Kuo Kung, e pelo uso das armas de fogo airam vitoriosos com poucas baixas . O cerco foi documentado no Bao Yueh Lu (defesa da cidade de Shoxing) por Xu Mienqi, no documento o autor mostra que os “tubos de fogo” eram definitivamente canhões de mão e pequenas bombardas com barrís de metal.

Ainda durante a dinastia Ming, surgiu o interesse pelo desenvolvimento de diferentes formas de projéteis, desse interesse nasceram inúmeras formas deferentes para atender propósitos diversos, um dos mais estranhos são grandes “mísseis” de madeira com pontas de ferro e aletas estabilizadoras (provavelmente um projétil para embarcações), esses “mísseis” poderiam ter até nove metros de comprimento e eram disparados por novos e maiores canhões, ambos surgidos no século 14, na China arma com seu projétil inovador foi chamado de Shem Jijian, mas foi na Coreia onde era chamada de Chongtong que foi mais desenvolvida (sendo inclusive a rama padrão dos lendários navios tartaruga). Esses canhões e seus projéteis são reminiscentes de nossos modernos mísseis e um interessante paço para o longo caminho percorrido para os verdadeiros canhões de nossa era.

Por volta da metade de sua duração a dinastia Ming desenvolveu pouco em design de armas de fogo (provavelmente seus problemas políticos e econômicos aliados com a baixa posição em que os militares eram colocados impediu que os desenvolvimentos militares operados no início da dinastia continuassem), neste momento a engenharia reversa toma o lugar do desenvolvimento autóctone, após as duas batalhas de Xicaowan (1521-1522) os chineses apreenderam vários canhões portugueses de carregamento de culatra, os próprios chineses vendo que estavam ficando para trás em suas armas de fogo decidiram copiar ou importar seus canhões, após fazerem engenharia reversa, eles mesmos começaram a empregar canhões de carregamento de culatra, que chamaram de folangji ( corruptela para franco), pouco tempo depois empregariam canhões copiados de design holandês que chamavam de hongyi pao “canhão dos bárbaros vermelhos” (bárbaros vermelhos era nome usado para holandeses na china, talvez por terem muitos ruivos).

A nova prática de adotar armas estrangeiras junto com suas melhores criações se tornou rapidamente comum nos arsenais chineses por volta do fim da dinastia Ming e início da Qing, nesta última já havia um amalgama de artilharia chinesa e europeia como a espinha dorsal dos exércitos imperiais, porem vale salientar que o as armas sofreram modificações e mesmo sendo frutos de engenharia reversa foram modificadas muitas vezes alcançando armas superiores em poder de fogo, foi somente na segunda metade do século 17 que a China havia sido completamente superada em poder fogo pelos canhões europeus, ainda assim a poderosa indústria metalúrgica ( que estava ficando cada vez menos avançada em relação ao Ocidente) poderia suplantar a qualidade pela quantidade, pois vários documentos da época mostram que a máquina militar chinesa ainda tinha pelo menos até o fim do século 18 uma enorme quantidade de armas de fogo por soldado.

Fontes

editar

Tradução livre da página online: http://www.grandhistorian.com/chinesesiegewarfare/siegeweapons-earlycannons.html