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Sistema defensivo de Salvador
editarTomé de Sousa veio incumbido pelo rei Dom João III da missão de erigir em Salvador “uma fortaleza e uma cidade grande e forte”.[1]
Inicialmente o sistema defensivo, executado pelo arquiteto Luis Dias, foi feito de cerca de pau a pique para proteger os trabalhadores e soldados, sendo chamada “fortaleza de madeira”, frágil em relação ao uso de canhões. Essa primitiva linha de defesa rodeava o que hoje é a freguesia Catedral.
Já no século XVI são substituídos por “muros de taipa grossa”, apresentando vantagens pela facilidade de execução. Entretanto, apresentava fragilidade na estação chuvosa e não havia manutenção frequente. No início da pirobalística este material era recomendado na fortificações pois amortecia o impacto dos projéteis[2]. Esses muros tinham princípio em São Bento e iam até o Carmo.
Essas primeiras defesas de Salvador foram levantadas muito mais por receio dos nativos do que por possíveis invasões de estrangeiros, de modo que cumpriam com sua função. Entretanto, a cidade começou a crescer de maneira acelerada tornando-se alvo de cobiça. Os muros de taipa não eram suficientes para a defesa da cidade, particularmente por causa da altitude em que se encontrava a Cidade Alta. Como resposta, Luís Dias criou dois baluartes ao longo do mar, Santa Cruz e Ribeira e quatro voltados para a terra.[3]
A defesa em relação ao mar era quase inexistente, havendo necessidade de fortificar a capitania. Chega à cidade o governador D. Francisco de Sousa que ordena a construção de fortificações mais duradouras, em pedra e cal. São construídos o Forte Santo Antônio da Barra, Santa Bárbara, o fortim Água de Meninos e Nossa Senhora do Montesserrate. Embora os fortes apresentassem importância isoladamente, eram poucos efetivos em conjunto.[4]
Após a posse dos holandeses da Bahia, é montada uma nova linha de parapeitos, fortalecidos com paliçadas de madeira, além de abertos fossos, revestidos com muralhas de torrão. Os holandeses montam um sistema defensivo articulando fortificações de pedra e taipa, terra e muralhas, diques e fossos. A sistemática holandesa tinha por característica a maneira de implantação no terreno, com a escolha de áreas planas e até mesmo alagadiças e a introdução do sistema bastionado.[5]
Após a derrota dos holandeses e sua retirada, os portugueses voltam a fortificar Salvador. São construídos os fortes de São Bartolomeu da Passagem, Fortinho de São Diogo, Forte Santa Maria, Fortaleza do
Morro de São Paulo, Baluarte Velho da Conceição e uma trincheira perto de Santo Antônio da Barra.[6] O sistema chegou a possuir cerca de 24 fortificações de variados tamanhos.[7]
- ↑ campos, J da Silva (1940). FORTIFICAÇÕES da bahia. [S.l.: s.n.] pp. 7,
- ↑ Hugo., Mori, Victor; Fonseca), Castro, Adler Homero F. de (Adler Homero (2003). Arquitetura militar : um panorama histórico a partir do Porto de Santos. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado. pp. 58,. ISBN 8570601646. OCLC 53345654
- ↑ OLIVEIRA, Mário Mendonça de. (2008). As fortalezas e a defesa de Salvador = Fortresses and defenses of Salvador. Brasília: IPHAN, Monumenta, Ministério da Cultura. 224 páginas
- ↑ Mota., Menezes, José Luiz da (1986). Fortificações portuguesas no Nordeste do Brasil : séculos XVI, XVII e XVIII. Recife: Pool Editorial. ISBN 8570100167. OCLC 16652680
- ↑ Hugo., Mori, Victor; Fonseca), Castro, Adler Homero F. de (Adler Homero (2003). Arquitetura militar : um panorama histórico a partir do Porto de Santos. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado. pp. 64,. ISBN 8570601646. OCLC 53345654
- ↑ Rosado,, Correia, João (1999). Fortificações portuguesas no Brasil : dos descobrimentos à época pombalina : a fundação do sistema português de comunicação ultramarina : uma redescoberta da origem cultural do Brasil. Monzaraz: Centro de Estudos Lusófonos da Fundação Convento da Orad. pp. 31,32. ISBN 9729807701. OCLC 55907228
- ↑ Hugo., Mori, Victor; Fonseca), Castro, Adler Homero F. de (Adler Homero (2003). Arquitetura militar : um panorama histórico a partir do Porto de Santos. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado. pp. 65,. ISBN 8570601646. OCLC 53345654